Educação

A relação da intencionalidade com o desenvolvimento da espiritualidade

A RELAÇÃO DA INTENCIONALIDADE COM O DESENVOLVIMENTO DA ESPIRITUALIDADE
Onorato Jonas Fagherazzi* Caroline Lacerda Dorneles**

 

RESUMO
O humano se distingue de todos os outros animais pelo sentido que dá não apenas às coisas, mas ao seu próprio existir. E, ao dar sentido, não se limita à matéria, mas a transcende. Não é apenas ao dar sentido que a consciência se desprende da matéria, mas também pelas suas crenças. Pela fé, se eleva acima de toda e qualquer matéria limitada no tempo e no espaço. Como os gregos já afirmavam, somos assim também distintos ao termos uma essência que não se limita ao imanente. Essa essência tem estreita relação com a intencionalidade – conceito-chave das investigações fenomenológicas de Edmund Husserl, como se verá no presente artigo, que cumpre importante papel constitutivo no desenvolvimento da espiritualidade.
Palavras-chave: Consciência. Intencionalidade. Desenvolvimento. Espiritualidade.

ABSTRACT
The human is distinguished from all other animals due to the meaning that s/he gives not only to things, but also to his own existence. Moreover, when giving meaning, not merely limits herself/himself to matter, but transcends it. The consciousness is detached from the matter not only when meaning is given, but also through faith. Through faith, it rises above all matter limited in time and space. As the Greeks already said, we are also distinct, because we have an essence that is not limited to the immanent. This essence is closely related to intentionality – a key concept of phenomenological investigations by Edmund Husserl, as it is discussed in this article, that plays an important and constitutive role in the development of spirituality.
Keywords: Consciousness. Intentionality. Development. Spirituality.

 

1 INTRODUÇÃO
Pela força do hábito, do instinto, ou mesmo do mecanicismo da própria sociedade contemporânea, pode-se, algumas vezes, nem se dar conta da própria existência. Diferente dos demais animais, no ser humano, tudo o que se sucede, passa pela consciência. Somos responsáveis pelo que somos, pelo que projetamos, pelo que socialmente criamos, sendo que tudo isso antes passa pela nossa própria consciência.
A consciência é tão importante para o homem como o motor a qualquer automóvel. Sem o mesmo, ele não se locomove, não tem uma direção, um sentido. Da mesma forma, ao que os gregos chamavam alma, a consciência é quem orienta, delibera, dá sentido as ações humanas e, sobretudo, pode transcendê-las. De fato, embora alma e consciência não sejam mais conceitos imbricados, a segunda acepção continua cumprindo papel fundamental no desenvolvimento da espiritualidade.
A espiritualidade, entendida como uma profunda relação do ser com a unidade transcendente que o envolve, depende do desenvolvimento evolutivo da própria consciência humana. Isso porque, ela é quem, em muito, orienta o próprio homem não apenas em sua esfera comportamental, mas inclusive em seus níveis espirituais. Dessa forma, neste artigo, será analisada a relação entre a espiritualidade, a consciência e a intencionalidade. Para tanto, cumpre-se, antes de tudo, definir tais conceitos a fim de, na última seção, apresentar possível contribuição do papel da intencionalidade para o desenvolvimento da própria espiritualidade.

2 DA ESPIRITUALIDADE
2.1 Definição de espiritualidade

Tendo em vista nosso objetivo magno, cabe questionar: o que de fato é espiritualidade? Nas palavras de Houaiss (2002, p. 934) “qualidade do que é espiritual, característica ou qualidade do que tem ou revela intensa atividade religiosa ou mística; religiosidade, misticismo.” Vê-se assim que uma das definições mais populares daquele conceito é o que se relaciona com a vida espiritual, em geral, relacionada a uma religião específica. Contudo, espiritualidade não necessariamente precisa estar relacionada a uma religião específica. Entende-se também por espiritualidade a “elevação, transcendência, sublimidade” (HOUAISS, 2002, p. 1034) ao transcendente independente de sua especificidade. Nas palavras de Vasconcelos (2008, p. 2): “espiritualidade é algo que se desenvolve fundamentalmente no interior de cada um através do exercício permanente de reflexão-ação. Assim, se somos espiritualizados é natural, portanto, que nossas obras falem por nós.” (VASCONCELOS, 2008, p. 2).
A espiritualidade, portanto, é acima de tudo, “a busca por algo maior” (VASCONCELOS, 2008, p. 7), “um esforço voltado ao abastecimento dos indivíduos com essa força maior”. (VASCONCELOS, 2008, p. 15). De acordo com Ashforth e Pratt (2003) e Howard (2002 apud VASCONCELOS, 2008, p. 15):

espiritualidade é altamente individual e pessoal, assim como inclusiva e universal. Assim, um indivíduo a expressa pela maneira como se interconecta com o mundo e pela habilidade como extrai recursos profundos de si, tais como verdade, amor, serviço, sabedoria, alegria, paz e totalidade. Além disso, envolve a autoconsciência, a harmonia e o desenvolvimento do self e a busca de unidade com os outros. (VASCONCELOS, 2008, p. 15).

De acordo com Williams (2003, p. 1 apud VASCONCELOS, 2008, p. 16) espiritualidade é definida “como o desejo de encontrar o máximo propósito na vida e viver de acordo. Do mergulho de nosso interior, extraímos, segundo essa proposição, poder, energia, significado e conhecimento que podem melhorar substancialmente a própria vida.” Já para Heaton, Schmidt-Wilk e Travis (2004, p. 63-65 apud VASCONCELOS, 2008, p. 16) há uma espiritualidade pura que “refere-se à silenciosa e ilimitada experiência interior de pura autoconsciência.” Em segundo lugar, há também uma “espiritualidade aplicada. Refere-se às aplicações práticas e aos resultados mensuráveis que advêm da experiência interior acionada pela espiritualidade pura”. (HEATON; SCHMIDT-WILK; TRAVIS, 2004, p. 63-65 apud VASCONCELOS, 2008, p. 16). Como reflexos dessa espiritualidade aplicada à vida humana, esses autores apresentam as “dimensões emocionais, como respeito, amor, humildade e coragem; moldura intelectual da ética; mecanismos sensoriais que recebem informação do mundo exterior e comportamento coerente”. (HEATON; SCHMIDT-WILK; TRAVIS, 2004, p. 63-65 apud VASCONCELOS, 2008, p. 16).
Diante disso, é necessário ressaltar que “espiritualidade é um assunto extremamente abrangente, abarcando um número considerável de dimensões, mas todas imprescindíveis à jornada humana.” (VASCONCELOS, 2008, p. 17). Em outras palavras:

É um processo de movimentação de poderosas forças universais que jazem no nosso íntimo em direção ao mundo exterior. […] Implica em externar plenamente todo o arsenal de virtudes e qualidades intelectuais que já possuímos com vistas à construção de experiências mais enriquecedoras e realizadoras para nós e para os que nos cercam ou dependem do nosso esforço. (VASCONCELOS, 2008, p. 17).

Dessa forma, espiritualidade não é necessariamente uma religião, mas sim a busca do transcendente. É “a dimensão mais elevada de nosso self” (VASCONCELOS, 2008, p. 11), uma “base para o desenvolvimento de uma nova noção de comunidade,” (VASCONCELOS, 2008, p. 11), o que nos cativa à “necessidade de operar em todos os ambientes apenas pelo sistema de bons valores, de contribuir positivamente em todas as circunstâncias e de buscar a prática do bem para onde quer que nos caiba intervir.” (VASCONCELOS, 2008, p. 11). Mas qual de fato é a importância da espiritualidade?

2.2 Importância da espiritualidade
A espiritualidade, em nossa atualidade, está despertando a atenção não só de terapias de auto-ajuda, no auxílio na busca da cura de doenças, mas até mesmo no resgate da importância das pessoas no contexto organizacional […] afinal, espiritualidade no ambiente das empresas não ocorre, conforme veremos, por si só; não é uma manifestação fruto do acaso. Dito de outra maneira, uma organização será tão ou mais espiritualizada quanto forem seus funcionários. (VASCONCELOS, 2008, p. 14).
Para Gibbons (2000 apud VASCONCELOS, 2008), a espiritualidade dá um sentido de direção, significado de vida, sensação de bem estar, totalidade e conexão das pessoas. Em segundo lugar, gera “laços de confiança com as pessoas”, crescimento pessoal e apoio mútuo. (VASCONCELOS, 2008, p. 15). Ela “faz eclodir o que há de melhor em cada um de nós.” (VASCONCELOS, 2008, p. 16). Ela “evoca coisas boas na psique humana e eminentemente voltadas ao seu próprio progresso interior.” (VASCONCELOS, 2008, p. 8). Em outras palavras:

O interesse pelo tema espiritualidade em si é notoriamente crescente. Nesse sentido, Gibbons (2000) conjectura que estamos diante – de nossa parte, temos absoluta convicção – de uma disciplina que pode se configurar como uma poderosa força para o bem da vida das pessoas. Talvez isso já esteja ocorrendo porque as pessoas tem sido nada além de joguetes e materiais descartáveis dentro de um contexto exageradamente materialista e impregnado de insensibilidade e desconsideração (pesquisas, naturalmente, seriam bem-vindas para reforçar ou derruir essa suposição). (VASCONCELOS, 2008, p. 1).

Entende-se assim que a espiritualidade também é importante por fazer surgir “em nós sentimentos abstratos, sensações complexas, forças aparentemente indômitas, dúvidas desconfortáveis, questionamentos sobre a nossa essência, entre muitas outras coisas” (VASCONCELOS, 2008, p. 5) a fim de se “preencher tal espaço vazio.” (VASCONCELOS, 2008, p. 10). De outro modo, ela é importante por contribuir para se extrair o que há de mais sadio em nosso self. Portanto, no trabalho isso pode significar contribuir para jornadas mais ricas em aprendizado, solidariedade, fraternidade e plenitude que só podem culminar em realizações excepcionais da alma acima de tudo. (VASCONCELOS, 2008, p. 5).
King e Nicol (apud VASCONCELOS, 2008, p. 5) acrescem também “que a referida busca – na verdade, uma jornada de autodescoberta – conduz à harmonização do nosso self com os dos outros. Na esfera do trabalho, tal realização permite aos indivíduos encontrar sentido em suas atividades.” Além disso, Vasconcelos (2008, p. 5) ressalta que a espiritualidade também contribui com o desenvolvimento de um senso mais apurado de alinhamento e convivência com os nossos semelhantes e com algo maior do que nós mesmos – perdoem-nos os agnósticos, mas ousamos afirmar que é Deus. Em outras palavras, um sentimento de consolidação espiritual que provoca, por sua vez, um senso elevado de correção e bem-estar.
A busca pela expressão de espiritualidade também contribui com a “integração do mundo interior com o exterior […] o que faculta a descoberta e o desenvolvimento de significado e propósito na vida de qualquer um.” (VASCONCELOS, 2008, p. 5). Em outras palavras:

A preocupação com a dimensão espiritual sempre esteve presente na trajetória humana nesse planeta. Não obstante apresentar-se travestida de diferentes roupagens, na qual a religião sempre ocupou posição proeminente, o fato é que a questão espiritual sempre esteve muito entrelaçada às nossas vidas – tanto quanto outras coisas essenciais à nossa existência, como a necessidade de suprir a fome, a sede, o afeto, e assim por diante – através dos fenômenos da fé, esperança e confiança em um poder superior. (VASCONCELOS, 2008, p. 5).

Por fim, a investigação da espiritualidade faz-se necessária “pois a humanidade está passando por um processo de desenvolvimento de consciência no qual o sentido de totalidade destaca-se”. (VASCONCELOS, 2008, p. 7). Sintoma disso são os próprios índices de usuários de drogas que carecem de um bem-“estar espiritual como resultante da satisfação global do domínio da vida espiritual de um indivíduo, mas que também afeta a satisfação com a vida e a felicidade na dimensão em que nos encontramos”. (VASCONCELOS, 2008, p. 17). Espiritualidade é um “bem humano básico essencial para a sua prosperidade”. (VASCONCELOS, 2008, p. 20). Mas quais são os elementos constitutivos da espiritualidade? Qual é o papel que cumpre a intencionalidade no desenvolvimento da espiritualidade? É o que se analisa na seção a seguir a partir do estudo da fenomenologia da consciência de Husserl.

3 DA IMPORTÂNCIA DO CONCEITO DE INTECIONALIDADE PARA O DESENVOLVIMENTO DA ESPIRITUALIDADE
3.1 Da definição fenomenológica da intencionalidade

De acordo com Arruda e Aranha (1993, p. 171), após a grande crise filosófica provocada pelo positivismo, a filosofia voltou à cena com Edmund Husserl. A Fenomenologia de Husserl foi importante, pois, inspirada nela, é que surgiu a Gestalt, ou também conhecida como a Psicologia da Forma. Caminho esse aberto ao ter afirmado não apenas a intencionalidade da consciência, mas a outros conceitos tão importantes quanto a própria percepção, objeto central da Psicologia da Gestalt. Fortemente influenciada pela fenomenologia de Franz Brentano e o alemão Carl Stumpf haviam preparado o terreno, e na qual o psicólogo americano William James, a escola de Würzburg, e os psicólogos da Gestalt haviam trabalhado ao longo de linhas paralelas. Além disso, a fenomenologia deu provavelmente sua maior contribuição no campo da psiquiatria, no qual o alemão German Karl Jaspers, um destacado existencialista contemporâneo, ressaltou a importância da investigação fenomenológica da experiência subjetiva de um paciente. Jaspers foi seguido pelo suíço Ludwig Binswanger e vários outros, inclusive Ronald David Laing na Inglaterra, na psiquiatria existencial da linha filosófica ateia de Sartre; Viktor Frankl, com sua teoria da logotherapia, na Áustria e, pioneiramente, Halley Bessa, no Brasil, ambos da linha do existencialismo cristão de Gabriel Marcel. (DIAS, 2011).
A própria filosofia existencial de Heidegger, Jaspers, Sartre e Merleau-Ponty também surgiram graças a essas reflexões fenomenológicas que acabaram contribuindo com a superação da própria psicanálise e o behaviorismo. (POKLADEK, 2011). Na área da epistemologia essa doutrina também foi importante ao resolver o problema da dicotomia entre o sujeito e o objeto. Em outras palavras, como fizera Nietzsche, ao criticar toda metafísica tradicional por só ter puras explicações, apresentou uma proposta de superação entre as tendências empiristas e racionalistas que surgiram no século XVII. (ARRUDA; ARANHA, 1993).
Como se introduziu o presente artigo, a consciência é a peça chave de nossa existência. Sem ela seríamos meros seres vegetativos. Para Mondim (2003, p. 201) é ela “o que mais distingue os homens dos outros seres.” Não só hierarquicamente nos diferencia, mas é o “constitutivo último essencial do homem,” (SARTRE apud MONDIN, 2003, p. 201) do qual não se tem como fugir. Pode-se fugir de várias coisas, de um bandido, da chuva, mas jamais fugimos de nós mesmos. Não só não fugimos de nossa consciência como somos favorecidos e coagidos a reconhecer sua importância uma vez que não existe homem isolado de uma visão de mundo, de um sonho, de um projeto, de uma realidade. (MONDIN, 2003).
Deste modo, inegavelmente o homem é um ser de intenções, de motivos. É inclusive essa, para Husserl, a principal característica da própria consciência. Descoberta essa apontada pela sua própria fenomenologia. Mas o que foi a fenomenologia de Husserl?
De acordo com Mora (1998), a fenomenologia é o conceito central da filosofia da Husserl. Como os próprios radicias gregos indicam, é o estudo (logos) dos fenômenos (phaenomenon), das aparências como aparecem à consciência. “Por fenômeno, no sentido originário e mais amplo, entende-se tudo o que aparece, que se manifesta ou se revela”. (ZILLES, 1995, p. 124). Mas, originariamente a palavra ‘fenômeno’ refere-se ao que existe exteriormente, ou seja, fenômenos físicos. Primeiro os gregos usaram o termo para a manifestação do ser numa íntima unidade entre o ser e o aparecer. Com o tempo passou a entender-se por fenômeno a aparência enganosa, oposta à realidade”. (ZILLES, 1995, p. 124).
Já para Husserl, mais do que um estudo, esse conceito designa o próprio método, a maneira de ver e fazer filosofia a partir de um “estudo descritivo de um conjunto de fenômenos tais como se manifestam no tempo ou no espaço”. (MORA, 1998, p. 289).
Para Husserl (1988), ela se apresentou inicialmente como um novo método necessário para um retorno da filosofia às coisas mesmas, bem como a superação dos próprios problemas “entre o realismo e o idealismo, entre o sujeito e o objeto, a consciência e o mundo”. (IFRS, 2010, p. 7). Seu projeto fez parte de “uma atitude radical a partir do retorno ao estudo da consciência começando pela análise transcendental das estruturas constitutivas da mesma”. (MORA, 1998, p. 289). O que ele também transforma como lema “de volta às coisas mesmas.” (IFRS, 2010, p. 7).
De acordo com Arruda e Aranha (1993), a fenomenologia surgiu com Franz Bretano e a tarefa inicial da fenomenologia não foi outro que uma meticulosa análise da proporia consciência, começando por uma análise transcendental de suas próprias estruturas constitutivas. (IFRS, 2010). Nas palavras de Law (2007, p. 319):

Como Brentano, Husserl observou que os estados mentais são sempre dirigidos para além de si mesmos. A consciência é sempre consciência de alguma coisa, e essa INTENCIONALIDADE tornou-se o eixo de sua nova metodologia filosófica, a fenomenologia que envolve uma descrição pura dos conteúdos da experiência consciente. Devemos suspender a crença no mundo natural e todas as suposições que ela produz para a experiência. Assim podemos examinar o conteúdo essencial da experiência e sua estrutura intencional e, logo, descrever a intuição pela mente das essências dos objetos de experiência!

Deste modo, para Husserl, a fenomenologia “no sentido husserliano, será, pois o estudo dos fenômenos puros, ou seja, uma fenomenologia pura.” (ZILLES, 1995, p. 125). Ela possui assim um novo significado a partir da análise do campo imanente da consciência. Fenômeno “é tudo aquilo que podemos ter consciência, de qualquer modo que seja”. (ZILLES, 1995, p. 125). Para Husserl, a fenomenologia “é, em primeiro lugar, uma atitude ou postura filosófica e, em segundo, um movimento de ideias com método próprio, visando sempre o rigor radical do conhecimento”. (ZILLES, 1995, p. 123).
E, a tarefa da fenomenologia “consiste na tentativa de descrever o fundamento da filosofia na consciência na qual a reflexão emerge da vida irrefletida do começo ao fim”. (ZILLES, 1995, p. 139). Aplicando o método fenomenológico à análise da própria consciência descobriu que “toda consciência é intencional”. (ZILLES, 1995, p. 139). Diferente dos racionalistas, a consciência não é pura, não é separada do mundo e, diferente dos empiristas, não há objeto em si, já que ele só existe para um sujeito. A consciência é doadora de sentido e significado para o mundo e ela que desvela progressivamente seu objeto. Logo, toda consciência é intencional, pois sempre é “consciência de,” é o que visa alguma coisa, é o que se dirige para algo.
Nas palavras de Arruda e Aranha (1993, p. 171), o resultado dessas grandes investigações de Husserl no que se refere ao estudo da consciência:

Toda consciência é intencional. Não há pura consciência. Toda consciência é consciência de alguma coisa. Da mesma forma, não há objeto em si, independente da consciência que o percebe. O objeto é fenômeno, é algo que aparece para a consciência. A consciência vive dando sentido as coisas que a rodeia, resolvendo assim o problema da dicotomia entre o sujeito e o objeto.

Mas qual a importância de tal categoria para o desenvolvimento da espiritualidade? Qual a relação entre intencionalidade e espiritualidade? É o que se investiga na seção a seguir.

3.2 Da Importância da Intencionalidade: uma análise a partir da Fenomenologia da Consciência de Edmund Husserl
De acordo com Trevisol (2008, p. 7)

Vamos ao profundo das coisas e ficamos na superfície de nós mesmos. Vamos a outros planetas e, no entanto, não conhecemos nosso mundo interior. Desejamos as mais sofisticadas experiências de conforto e não compreendemos a riqueza dos gestos mais simples.

Contudo, “o ser humano não fica longe de si mesmo por muito tempo. Não suporta. Ele foi feito para viver centrado na própria essência”. (TREVISOL, 2008, p. 7). Em outras palavras, “toda vez que ele se separa desse eixo sagrado vive como se advertisse uma incongruência tão grande a ponto de experimentar-se sem motivos para continuar a viver.” (TREVISOL, 2008, p. 7). Há sempre, dentro de cada um, “uma voz que convida voltar para casa, para aquele espaço onde o silêncio é que faz o sentido de tudo e a serenidade é o fruto mais doce e perfumado.” (TREVISOL, 2008, p. 7). Mas seria a espiritualidade algo completamente independente dessa e de toda e qualquer vivência interior da consciência de um ser humano?
De acordo com Vasconcelos (2008), Mitroff (2003 apud VASCONCELOS, 2008), Graber e Johnson (2001 apud VASCONCELOS, 2008), e Trevisol (2008) a espiritualidade depende e perpassa necessariamente pela vivência da consciência. Nas palavras de Vasconcelos (2008, p. 18),

espiritualidade é um processo que demanda honestidade e reflexão sobre o que somos, fazemos e sentimos. […] Espiritualidade implica em mudanças, às quais, conjecturamos nós, nem sempre as pessoas e as organizações, por extensão, estão dispostas a empreender. Espiritualidade envolve fundamentalmente incorporar e exalar virtudes por todos os poros.

Em outras palavras,

espiritualidade tem a ver com a nossa consciência interior, fonte de inspiração, criatividade e sabedoria, o que faz muito sentido se considerarmos que a verdadeira experiência espiritual opera-se na profundeza do nosso ser. (VASCONCELOS, 2008, p. 19).

Mas para Mitroff (2003 apud VASCONCELOS, 2008, p. 21) “reconhece que há algo mais profundo e fundamental em todos nós que necessita ser reconhecido e alimentado diariamente”. Nessa mesma perspectiva escreve Graber e Johnson (2001 apud VASCONCELOS, 2008, p. 24) para quem também a “espiritualidade implica em busca interior por significado e realização independentemente da religião professada.”
Sem “o despertar da consciência e das forças interiores, não se pode esperar, portanto, mudança e ou transformação – ou seja, manifestações espirituais […] para o progresso coletivo”. (VASCONCELOS, 2008, p. 22). A “espiritualidade é uma energia da consciência que precisa ser canalizada”. (VASCONCELOS, 2008, p. 22). Em outras palavras,

espiritualidade abarca um caminho, uma visão de mundo e práticas que, a propósito, não deveriam ser simplesmente interpretadas como iniciativas de meditação, cultivo do silêncio ou retiro. (VASCONCELOS, 2008, p. 22).

Observa-se assim que a “ideia de espiritualidade nos incita ao imperativo de vencermos a nós mesmos”. (VASCONCELOS, 2008, p. 18). O “paradigma da espiritualidade vai muito além da nossa relação com o trabalho, abarcando coisas e dimensões cruciais em nossas vidas.” (VASCONCELOS, 2008, p. 24). Contudo, ao mesmo tempo em que a espiritualidade depende da atividade da consciência, ela reciprocamente contribui com sua expansão. Nas palavras do mesmo autor:

espiritualidade assim torna-se uma dimensão que nos permite experimentar o mundo com total consciência, intensidade e liberdade. Desenvolver espiritualidade é desenvolver nossa sensibilidade, abrindo-a para os mais sutis e profundos aspectos da realidade. É nos colocarmos em contato com as extremidades, com os desafios que conduzem a criatividade (o que não é surpreendente que muitos artistas e cientistas tenham se interessado por espiritualidade). (VASCONCELOS, 2008, p. 24).

Deste modo, a “espiritualidade recria pessoas, bem como restaura a esperança”. (VASCONCELOS, 2008, p. 19). A “dimensão espiritual pode nos ajudar a reorientar e redirecionar os talentos com os quais nascemos e ou desenvolvemos para a expressão multiforme do bem.” (VASCONCELOS, 2008, p. 23). Mas qual é a importância da intencionalidade para o desenvolvimento da espiritualidade entendida como o desenvolvimento de valores humanos?
A intencionalidade cumpre notório papel ao desenvolvimento da espiritualidade entendida como “o estudo e desenvolvimento de valores humanos e, como tal, totalmente divorciada de rituais e dogmas tão ao gosto das religiões”. (O´DONNELL, 1997 apud VASCONCELOS, 2008, p. 24). Contudo, cabe aqui ressaltar que religião e espiritualidade são diferentes. Ressalva-se a diferença existente entre espiritualidade e religião, uma vez que embora possuam elevado grau de relação, são conceitos distintos como ressalta Vasconcelos (2008, p. 24):
por fim, outro aspecto que merece algumas observações diz respeito à necessidade de distinção entre os construtos da espiritualidade e da religião. Embora surgiram, em princípio, elevado grau de associação, não são absolutamente sinônimos. Na verdade, um indivíduo pode ser altamente espiritualizado e não possuir nenhum vínculo religioso. Todavia, existem criaturas com fortíssimos laços religiosos, mas dotadas de baixa ou inexpressiva espiritualidade. Na atualidade aliás, vemos líderes religiosos atuantes em várias partes do planeta, mas cujos atos e pregações revelam na essência uma postura sectária extremista e profundamente distante de qualquer noção – por mais elementar que seja – desenvolvimento espiritual. Portanto, a seção seguinte objetiva analisar pelo menos as diferenças mais evidentes relacionadas aos dois assuntos. (VASCONCELOS, 2008, p. 24).
Também para Cavanagh (1999 apud VASCONCELOS, 2008, p. 24), “espiritualidade na maioria das vezes não está associada a qualquer tipo de tradição religiosa.” Para Burack (1999 apud VASCONCELOS, 2008, p. 24), “a busca espiritual tem sido gradativamente ampliada muito além das tradicionais âncoras religiosas.” Deste modo, o desenvolvimento da espiritualidade também não necessariamente é o mesmo das práticas religiosas. A espiritualidade como uma vivência subjetiva de valores, a fim de que eles se solidifiquem, depende da intencionalidade. Isto porque a intencionalidade é o próprio despertador da consciência que a foca e prende em algo. O querer, o desejar são constructos necessários desse processo, mas dependem de um processo intencional anterior. Como o próprio Cristo dizia, a fé move montanhas. A intenção, o querer, o desejar são indispensáveis para a evolução da espiritualidade.
Precisamos de um método que compreenda o homem como esse ser dotado de uma estrutura espiritual capaz de se relacionar intencionalmente com o mundo e, a partir desse método, construir um novo olhar para o mundo superando assim todo objetivismo naturalista. Precisamos de uma atitude […] agora recuperando a noção de intencionalidade do mundo para conosco. (DULCI, 2011, p. 31).
Intenções, fruto da intencionalidade, são importantes, pois criam movimentos de consciência. Não há espiritualidade sem o cultivo de desejos que também brotam de intenções. Como se diz, “não há vida sem sopro. […] Desejo e intencionalidade se encontram. Normalmente, quando a intencionalidade não é consciente, também o desejo não é coerente.” (TREVISOL, 2008, p. 64-65). Não havendo “a consciência da intencionalidade o desejo pode tornar-se pura ilusão.” (TREVISOL, 2008, p. 64-65). “É que a interioridade não é explícita. Ela precisa ser buscada. Habita os átrios do mistério e só se revela a quem dela se aproximar com muito silêncio e atenção acurada”. (TREVISOL, 2008, p. 1).
O “ser espiritualmente desconectado não faz nenhuma ligação com o que encontra ao seu redor, muito menos com o que é invisível e infinito. Vive como se a vida fosse uma coleção de momentos e eventos separados entre si.” (TREVISOL, 2008, p. 20). Pois “é preciso decidir intencionalmente entrar na atenção consciente.” (TREVISOL, 2008, p. 57). Em outras palavras:

Vale muito aquilo que desejamos ver. Nossa intenção tem o poder de abrir o horizonte que desejamos vislumbrar, assim como a observação atenta, o desejo e a confiança amorosa podem tornar nossa vida mais consciente e alegre […] A qualidade de relação vibrátil que estabelecemos com ele vai depender do nível de nosso desejo e da capacidade de desapego aos padrões de medo e ilusão que carregamos possivelmente dentro de nós. Eis a importância de nossa intencionalidade e da qualidade de nossas aspirações. Consciência estreita deseja estreito. Consciência que evolui faz evoluir o teor da intenção. (TREVISOL, 2008, p. 61).

Nas palavras desse mesmo autor, a intencionalidade é importante, pois é o que realmente atrai a espiritualidade mais profunda. (TREVISOL, 2008).
Sem intencionalidade não há significado de nada. Isso, pois é por meio dela que interpretamos o significado que vai se revelar. “É o mesmo que perder a si mesmo, a ponto de chegar ao estado de não saber mais quem se é. […] É estar, portanto, longe de si.” (TREVISOL, 2008, p. 20).
Quando não se tem consciência da própria essência tudo parece sem essência, tudo é repetitivo, monótono e autômato. É o mesmo que viver em estado de sonolência. Sim, pois o ser desperto é aquele que sabe onde se encontra e dali pode fazer conexão com todas as realidades essenciais. (TREVISOL, 2008, p. 20).
Do contrário, não conhecer sua própria consciência ou mesmo suas intenções
é estar alheio aos dinamismos da interioridade. Não saber de si é viver cumprindo tarefa, fazer coisas sem relação entre elas. […] É viver como marinheiro que perdeu o rumo dos ventos: ele está com seu navio sobre as águas, mas não sabe mais de onde vem, não consegue perceber o que está acontecendo e se angustia por não saber para onde vai. (TREVISOL, 2008, p. 20).
Logo, a intencionalidade faz parte da própria natureza psicológica do homem. O “ser humano engendra uma capacidade e uma necessidade insubstituíveis de conexão com tudo. Sem sentir essa unidade não há felicidade. A consciência é o eixo de todo esse movimento.” (TREVISOL, 2008, p. 20). Também pela intencionalidade eu possuo frente a mim, ou mesmo, “ao redor de mim, múltiplas probabilidades de experiência que serão acessadas, através de minha intencionalidade, consciente ou não, dependendo de onde me encontro em meu estado de consciência.” (TREVISOL, 2008, p. 35).
A “consciência é o centro do indivíduo e a fonte relacional de tudo com tudo o que existe, princípio de toda unidade.” (TREVISOL, 2008, p. 45). E, a intencionalidade, sua grande mola propulsora ao desenvolvimento da espiritualidade.

é a intencionalidade consciente que conduzirá a humanidade aos mais altos níveis de transcendência humana. Ela é que aproximará a humanidade à sua intenção mais nobre. Ela colocará cada indivíduo diante de sua potência máxima. Enfim, só a intencionalidade consciente será capaz de conduzir o ser humano à Fonte original de si mesmo […] Temos o mundo que desejamos. E o Universo nos dá aquilo que vamos buscar. (TREVISOL, 2008, p. 57).

Em outras palavras, somente a consciência através da intencionalidade que vai dar significado as coisas. “Quanto mais ampliada essa se tornar tanto mais vasto será o horizonte de significação.” (TREVISOL, 2008, p. 39). A “importância da intencionalidade consciente para alcançarmos a profundidade do ser, ou a atenção atenta para tornar consciente as conexões que vão se travando ao redor de nosso ser, expressas através do modo como acontece o nosso viver.” (TREVISOL, 2008, p. 39).
Deste modo, ao se entender espiritualidade como o exercício de “relação profunda consigo mesmo através da observação da interioridade, atento a própria consciência, onde se encontram nossos desejos, intenções e motivações e onde se encerra nossa essência sagrada e divina” (TREVISOL, 2008, p. 11), inegavelmente dependemos da intencionalidade. Exemplo disso é o livro e o “filme Quem Somos Nós que fundamentam amplamente o poder da intencionalidade”. (TREVISOL, 2008, p. 10). Isso porque, o “ser humano é capaz de vivenciar todas as coisas, todas as realizações, todo crescimento, toda saúde e todo bem, desde que aprenda a lidar com os seus pensamentos, desejos e sua intencionalidade”. (TREVISOL, 2008, p. 10).
Como esse mesmo autor sabiamente nos escreveu, “somos sujeitos necessitados de significados. Não nos acalma o suficiente das explicações. Ansiamos pelo profundo e largo de sentido”. (TREVISOL, 2008, p. 17).
O ser humano carrega uma ânsia fundamental por totalidade. Parece que antes de qualquer necessidade humana se instaura nele o humano desejo por essa unidade intricada. É aquela sede de inteireza, sem a qual, nada parece tornar-se agradável e nenhuma experiência serena parece encontrar seu espaço para acontecer […] A mente, o afeto e o espírito se expressam em uma única força motivacional e atitudinal, testemunhadas pelo corpo, que por sua vez é símbolo expressivo dessa unidade interna […] Não só fomos feitos para a totalidade, como também engendramos essa mesma totalidade na totalidade de nosso ser. (TREVISOL, 2008, p. 15).
Por fim, como vimos, Husserl foi muito importante por ter analisado profundamente a consciência humana. E, ao fazer tal feito, apresentou-a como doadora de sentido. O próprio rezar, do grego ao português, é estar atento, é ter atenção, é colocar consciência em algo, é ter uma determinada intencionalidade! De outro modo, têm-se a própria Psicologia Transpessoal que aponta a espiritualidade como um dos elementos e legítimos “da psique humana. Ela se propõe a estudar o espectro inteiro da experiência humana, incluindo os estados incomuns de consciência, particularmente, várias formas de experiências místicas.” (ROCHA, 2010, p. 6). Deste modo, toda experiência transpessoal inicia com um querer pessoal e subjetivo a cada um. Anterior a esse querer é a própria intencionalidade que o orienta para uma dada determinação. Deste modo, é a intencionalidade um precioso conceito necessário para se entender a própria evolução da espiritualidade humana uma vez que ela é quem também é doadora de sentido a própria consciência e todas suas deliberações.

4 CONCLUSÃO
Como vimos ao longo deste trabalho, a intencionalidade possui grande importância no processo de desenvolvimento da espiritualidade, tema esse foco das pesquisas da terceira magna força da psicologia, a Transpessoal. É claro que por espiritualidade aqui não se fecha a seus dogmas, mas ao todo que ela envolve. Deste modo, ao se entender a espiritualidade como uma parte da própria vida, uma forma de viver conectada com o todo transcendental em profunda relação com a essência de tudo, ou mesmo uma atividade de reflexão ação, inegavelmente, ela é uma manifestação e evolução da própria consciência humana. Isso pode ser verificado em Vasconcelos (2008), Mitroff (2003 apud VASCONCELOS, 2008), Graber e Johnson (2001 apud VASCONCELOS, 2008), e Trevisol (2008), entre outros.
Dada a consciência como um precioso elemento a espiritualidade, qual seria seu maior atributo? Como Husserl escreveu, sua principal característica é a de que toda consciência é consciência de alguma coisa. Não há consciência sem haver um objeto mental, do contrário ela não deixa de estar no próprio nível do inconsciente. Assim , a consciência não apenas se caracteriza por ser a essência do ser humano, mas por sua intencionalidade que lhe dá novas direções e dimensões. De fato, a intencionalidade é o despertar do seu sono, é a sua anima, é o que a impulsiona por diferentes direções. Como o próprio Cristo dizia, a fé move montanhas. A intenção, o querer, o desejar são indispensáveis para a evolução da espiritualidade. Intenções, fruto da intencionalidade, são importantes, pois criam movimentos de consciência. Não há espiritualidade sem o cultivo de desejos que também brotam de intenções.
A intencionalidade cumpre importante papel também na dimensão espiritual, visto que atrai a espiritualidade mais profunda.
Sem intencionalidade não há significado de nada, uma vez que é por meio dela que interpretamos o significado que vai se revelar, inclusive no plano religioso. Como Cristo mesmo afirmou: “A fé move montanhas”. (MATEUS 17:12). Em outras palavras: Não há oração sem intenção!

REFERÊNCIAS
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ZILLES, Urbano. Teoria do conhecimento. Porto Alegre: Edipucrs, 1995.

* Licenciado em Filosofia, professor do Instituto Federal do Rio Grande do Sul- IFRS campus Rio Grande; Especialista em Educação pela UFRGS; Especialista em Psicologia pela UNIPAZ (2011); e Mestre em Filosofia pela UFRGS. Doutorando em Educação em Ciências: Química da Vida e Saúde, na FURG. E-mail: onorato.fagherazzi@riogrande.ifrs.edu.br
** Pedagoga do Instituto Federal Farroupilha; Especialista em Psicopedagogia pela URI; Mestre em Educação pela UFRGS; Doutoranda em Educação em Ciências: Química da Vida e Saúde, na UFSM. E-mail: carol.lacerda.ped@gmail.com

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