Nair Lúcia de Britto
“Ele pediu bolacha, estava tremendo demais porque estava com muito frio. A gente deu uma blusa para ele vestir, ele vestiu. Sentei na frente dele e pedi para ele me olhar nos olhos. Ele estava com o revólver carregado, cheio de bala…”
Foi o que a fazendeira Cinda Mara Siqueira contou depois de entregar Wanderson Protágio, de apenas 21 anos de idade, à Polícia. Um verdadeiro milagre foi o que aconteceu na cidade de Gameleira, em Goiás.
“Foi Deus quem convenceu a Wanderson a se entregar.” Disse ela. Eu também acredito nisso porque essa fazendeira é uma verdadeira cristã. E quem está ao lado de Deus é protegido. Foi uma heroína que provou ao mundo do que o Amor é capaz.
“Eu tive fome e me destes de comer. Eu tive sede e me destes de beber”, eu tive frio e me agasalhastes… diz o Evangelho; e foi o que ela fez. Por isso o fim desta história foi bem diferente do que o trágico final de Lázaro Barbosa.
“Deus não escolhe os capacitados, mas sim capacita os escolhidos” E Deus escolheu essa fazendeira que, na sua simplicidade, mostrou do que o Amor é capaz.
Segundo os últimos noticiários internacionais, os pais deram ao filho adolescente um fuzil de presente de Natal. E ele matou quatro jovens na Escola que ele estudava.
Aqui no Brasil um garoto de oito anos também ganhou um fuzil, e foi aplaudido. Por sorte era de brinquedo. Brinquedo que deveria ser proibido mesmo porque é útil para assaltos.
O incentivo à violência espalhou-se por toda parte. Nas telas de cinema, nos vídeo-games, na televisão, no comércio de armas; leis que facilitam seu uso. Tudo pelo lucro; enquanto as crianças não têm mais infância e muitos jovens estão morrendo.
A fome, o desabrigo, a falta de oportunidades que possam abrir um caminho construtivo para a juventude; a inexistência de uma luz no fim do túnel já é motivo suficiente para causar transtornos mentais.
Autores de feminicídio são portadores de um ciúme patológico. Sem tratamento ou punição (conforme o caso) são devolvidos à liberdade. E a sociedade segue se equilibrando nessa corda bamba, onde a desigualdade social, deseducação, a violência e o desemprego decola cada vez mais alto como um avião desgovernado.
Cabe aos cidadãos a responsabilidade de refletir sobre o que é possível cada um de nós fazer para acudir e evitar um desastre.