Especialista responde principais dúvidas sobre o aleitamento materno e o câncer de mama
Amamentar protege a mãe contra o câncer de mama, de acordo com o INCA. Além dos inúmeros benefícios para o bebê, o aleitamento materno promove um maior cuidado para as mães. Quando a mãe é acometida pela doença, na maioria das situações, é possível manter o aleitamento materno. Somente em alguns casos haverá necessidade da suspensão, como quando a mãe está em quimioterapia ou radioterapia, a depender da medicação utilizada.
Mesmo com os benefícios da amamentação, as mães ainda podem ser acometidas pelo câncer mamário. Por isso, é preciso lembrar que “o cuidado e a prevenção ao câncer de mama devem ser feitos o ano todo”, aponta o cirurgião e mastologista da Maternidade Brasília Alexandre Bravin. O médico ainda abordou cinco pontos sobre a amamentação e o câncer de mama. Confira:
- Amamentar ajuda a combater o câncer de mama? Se sim, por quê?
Sim, porque entende-se que, no processo de amamentação, há uma renovação e maturação celular. Estudos mostram que há uma estimativa de proteção em aproximadamente 4% a cada ano que a mulher amamenta.
- Quem está em tratamento para o câncer de mama pode amamentar?
Sim. Mas, depende da etapa do tratamento: se for cirúrgico, quimioterápico ou radioterápico, pode haver alguma restrição. Há algumas medicações de quimioterapia e radioterapia que podem ser passadas através do leite e assim é recomendada a suspensão temporária.
- Quem já teve o câncer de mama pode amamentar?
Habitualmente pode. Mas, depende da cirurgia que foi feita. Se foi realizada uma cirurgia conservadora e não houver comprometimento dos canais do leite, é possível amamentar.
Se a mama houver sido retirada, não tem como realizar o aleitamento.
- Existe algum sintoma diferente do câncer de mama na mulher que amamenta?
Normalmente, não. O câncer de mama se apresenta sob forma de caroço, quando está palpável. No período da amamentação pode haver alguma dificuldade de identificar o nódulo devido ao aumento e inchaço da mama. Isso porque a mama vai se transformando, fica mais túrgida, maior e cheia de leite. Mas, a mulher consegue perceber por meio do auto-exame se houver caroço. De uma forma ou de outra, é possível fazer diagnósticos por meio de exames de imagem.
- Existe algum risco para o bebê (tanto no sentido de a mãe estar fazendo quimioterapia quanto da própria doença)?
Depende da medicação da quimioterapia. Existe uma contraindicação por questão de passar essa medicação via leite para o bebê. De todo modo, tem que ser analisado caso a caso.