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O PIBID DE MATEMÁTICA: ATIVIDADES DESENVOLVIDAS EM DUAS ESCOLAS PÚBLICAS NA CIDADE DE PONTA PORÃ/MS

José Ramao de Souza Chiquitin*

Kathia Lorena Caceres Bernal**

Vanilda Alves da silva***

 

Resumo:

Este trabalho descreve as atividades e ações do PIBID Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência do Curso de MATEMÁTICA da UFMS-Campus de Ponta Porã, que aconteceram em duas escolas públicas parceiras do Projeto, e propiciaram um estreitamento da relação entre Universidade e Escola, e teoria e prática, onde os professores receberam ajuda dos acadêmicos na elaboração e no desenvolvimento de atividades; os professores contribuíram com o acadêmico bolsista na sua formação inicial uma vez que experimentaram e vivenciaram a docência já no ambiente acadêmico.

Palavras-chave: PIBID-Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência. Ações e atividades. Ensino de Matemática. Parceria.

Abstract: 

This paper describes the activities and Actions of PIBID Institutional Program Initiation Scholarships to the Teaching of Mathematics Course UFMS – Campus Ponta Pora , which took place in two partner public schools in the project, and provided a closer relationship between University and School, and theory and practice where teachers have received help from academics in the design and development activities; teachers contributed to the academic scholarship in their initial training since experienced and experienced teaching already in the academic environment .

Keywords: PIBID Program Institutional Scholarship Introduction to Teaching.

Actions and activities. Mathematics Teaching. Partnership.

INTRODUÇÃO

Este trabalho propõe descrever as ações e atividades desenvolvidas por meio do Subprojeto de Matemática PIBID/CPPP/UFMS, que têm acontecido em turmas do Ensino Fundamental de duas escolas públicas, na cidade de Ponta Porã/MS, nos anos de 2013 e 2014. O grupo dos participantes é composto por um coordenador, doze bolsistas acadêmicos e dois supervisores.

O Subprojeto de Matemática PIBID/CPPP/UFMS propicia que acadêmicos em formação vivenciem e construam experiências de docência, uma contribuição de grande valor para a construção do conhecimento desses futuros educadores.

O projeto favorece a aquisição de metodologias e práticas docentes que auxiliam os professores, em seu processo de ensino, e os alunos, em seu processo de aprendizagem da matemática.

Ao desenvolverem ações do PIBID, os acadêmicos bolsistas praticam a teoria, as metodologias e atividades docentes adquiridas nas disciplinas pedagógicas do curso de licenciatura em Matemática.

O grupo do PIBID utiliza algumas das novas tendências do ensino da Matemática, como propostas diferenciadas de ensino mais eficazes para o desenvolvimento do raciocínio lógico e assimilação dor conteúdos matemáticos por parte dos alunos.

 

Referencial Teórico

Desde a formação inicial, os acadêmicos bolsistas Pibidianos – futuros professores – já vivenciam processos desafiadores de formação. O PIBID propicia o desenvolvimento de ações reflexivas, colaborativas e investigativas, como um Programa de conexão (ponte) entre a formação inicial e continuada. Além disso, como possui diferentes personagens envolvidos, é possível constatar que o projeto promove a articulação e o estreitamento da relação Universidade e escola por meio desses mesmos tipos de ações.

O PIBID apresenta-se como um modelo construtivo de formação em processos contínuos de reflexões sobre as práticas pedagógicas dos professores, articulando teoria e prática, formadores e formandos, os quais interagem colaborativamente como corresponsáveis no processo de ensino e aprendizagem, aqui,, em particular da disciplina de matemática, formando profissionais experientes que podem colaborar para um ensino de qualidade.

O PIBID vem ao encontro das inquietações e preocupações sobre formação de professores, expressas por alguns autores. Compactuamos com Fiorentini (2011), quando argumenta que o modelo de formação docente utilizado nas universidades brasileiras não dá mais conta dos desafios atuais da prática profissional nas escolas.

Segundo Gatti (2011, p. 154),

[…] O problema real é o de preparar a universidade para desempenhar o papel que corresponde a suas características – o de realizar pesquisas educacionais e didáticas, estudar modelos alternativos de formação, preocupar-se com a formação dos formadores etc. –, porém alterando substantivamente seu modo de operar, integrando em todas essas atividades, como parceiros efetivos, os professores e os técnicos que estão na prática escolar, não só trazendo-os para dentro do campus como indo a suas regiões e seus locais de trabalho.

Outro fato que merece destaque é a desarticulação entre universidade e escola e o descrédito em relação a essas duas instituições de ensino. Nesse sentido, Gatti (2011) observa que, se por um lado os professores do ensino básico, em geral, não acreditam na contribuição formativa da universidade, tendo em vista que a maioria deles não conhece o dia a dia da escola, por outro lado, os docentes da universidade, quando discutem a formação do professor, desvalorizam a experiência e conhecimento desses professores a partir de sua prática.

Nesse sentido, Fiorentini (2011) destaca que a colaboração dos professores da universidade para com os da escola básica se apresenta como uma alternativa de produção e aprendizagem de conhecimentos docentes em relação à prática de ensinar e aprender.

Gatti (2011, p. 155) afirma, também, que

[…] é preciso começar por compreender que essas competências existem e que o docente universitário deve prepara-se para um trabalho formativo, que implique envolver atividades de pesquisas e de experimentação em espírito de parceria com os professores, aprendendo a valorizar as competências recíprocas e a partilhar a definição de objetivos de formação continuada ou pré-serviço.

Nesse contexto, partiremos da importância da parceria entre universidade e escola, teoria e prática para a articulação da formação inicial e continuada de professores.

O PIBID, por meio da iniciação à docência, mais do que um processo, oportuniza ao futuro professor inserir-se nas realidades escolares e vivenciar as mais diversas situações que os educadores enfrentam. Nesse contexto, no Projeto, damos ênfase em três pontos que são de extrema importância na educação: o saber dosar a relação teoria/prática; criar possibilidades para o aluno produzir ou construir conhecimentos, em lugar de apenas transferi-los e reconhecer que, ao ensinar, aprende-se, também.

Esse embasamento proporciona conhecimento, ao acadêmico, que poderá ser empregado em metodologias e ações diferenciadas que auxiliem no ensino da Matemática. Propusemos, no planejamento das ações, o recurso de jogos.

De acordo com Borin (1998),

[…] o jogo responde a uma das preocupações fundamentais do ensino moderno dar a possibilidade a cada aluno de progredir segundo seu próprio ritmo, valorizando assim a motivação pessoal do escolar, o que permite concluir a importância de se aplicar preferencialmente uma pedagogia de níveis e uma pedagogia orientada para classes da mesma idade.

Já é bastante estabelecido que o uso do jogo desperta o interesse e motiva o aluno a desenvolver seu próprio conhecimento, como podemos constatar, segundo os PCN (1997),

Por meio de jogos as crianças não apenas vivenciam situações que se repetem, mas aprendem a lidar com símbolos e a pensar por analogia (jogos simbólicos), os significados das coisas passam a ser imaginados por elas. Ao criarem essas analogias, tornam-se produtoras de linguagens, criadoras de convenções, capacitando-se para se submeterem a regras e dar explicações. (BRASIL, 1997, p.48).

Dessa forma, verificamos que o jogo deixa de ser apenas uma brincadeira e torna-se uma ferramenta relevante no desenvolvimento humano, além de contribuir no processo de aprendizagem, razão pela qual a utilizamos em nossas atividades.

 

Ações Desenvolvidas

O objetivo deste trabalho é apresentar e descrever as atividades e ações realizadas por meio do Subprojeto de Matemática PIBID/CPPP/UFMS, nos anos de 2013 e 2014. Destacamos Ações de formação, Ações de desenvolvimento de competências comunicativas em língua materna, Ações de Exercício de Docência, Ações de diagnóstico da realidade escolar, Ações de disseminação de resultados, Ações de produção de material didático e Ações de gerenciamento do grupo.

Tipo de Ação Detalhamento
Ações de formação

 

Visando propiciar condições e espaço para reflexão e busca de melhor qualidade da educação e a melhoria na prática pedagógica, elevação da motivação, autoestima e autoconfiança, ações como o estudo de referenciais teóricos, discussões e seminários internos nos grupos, ações de observações e participação em reuniões pedagógicas na escola poderão garantir segurança na etapa de iniciação à docência, nas atividades em sala de aula e o necessário conhecimento e familiaridade do ambiente escolar.
Ações de desenvolvimento de competências comunicativas em língua materna

 

As competências de comunicação, tanto oral quanto escrita, são de extrema importância no ensino, aprendizagem, avaliação e utilização de uma língua, em qualquer área do conhecimento. Portanto, pretende-se trabalhar com leitura e interpretação de textos e Estudos Dirigidos com discussão, inclusive de conteúdos científicos, a fim de propiciar a utilização da língua portuguesa de forma adequada às situações de comunicação, em diferentes atividades matemáticas.
Ações de Exercício de Docência O exercício de ações docentes como a realização de oficinas, minicursos e aulas proporcionam, ao acadêmico bolsista, vivenciar experiências no ambiente escolar, compreender as relações que se estabelecem no campo pedagógico, desde a Proposta Político Pedagógica até o espaço da sala de aula, além de promover uma troca de experiência entre universidade e escola. Essas práticas despontam como importantes ferramentas e contemplam aspectos

do saber, do agir e do ser.

Ações de diagnóstico da realidade escolar

 

Por meio de reuniões e do método de observação, nos diferentes espaços e segmentos da instituição escolar, pretende-se levantar dados que descrevem a realidade dessa escola, e, com base nesse levantamento, buscar meios que justifiquem a realização do subprojeto PIBID. Essas ações propiciarão, aos sujeitos envolvidos nesse projeto, o (re) conhecimento do ambiente e seus problemas, a fim de que sejam encontradas medidas que contribuam para a melhoria dos diversos aspectos educacionais.
Ações de disseminação de resultados

 

Tendo em vista que as produções científicas propiciam a construção do conhecimento e a troca de experiência, pretende-se divulgar e disponibilizar os produtos e resultados obtidos no subprojeto por meio de jornal escolar, de um Blog, de oficinas para docentes que visam à maximização do uso de recursos, da participação em eventos do PIBID, da Educação Matemática da UFMS e de outras instituições. Desse modo, o material estará aberto à contemplação e uso de educadores interessados.
Ações de produção de material didático

 

Serão produzidos materiais e sequências didáticas que utilizam softwares e jogos matemáticos, apostilas com base nas tendências em educação matemática para resolução de problemas, materiais concretos, recursos pertinentes à tecnologia de comunicação, recursos destinados aos jogos e textos com abordagens nas temáticas sobre professor reflexivo, avaliação no ensino de matemática, dentre outros. Dessa forma, pretende-se a incorporação de novas práticas pedagógicas à atividade docente regular.
Ações de gerenciamento do grupo

 

Visando ao gerenciamento – orientação, organização e produção – do

grupo, pretende-se a realização de reuniões semanais e de Seminários internos. Esses serão momentos de estudos, de pesquisas e de análises que deverão promover discussões para ação-reflexão-ação das atividades que serão desenvolvidas, de posturas, de decisões e atitudes que tomarão no subprojeto. Esses diálogos e troca de experiências contribuirão para vivência de várias técnicas de ensino e seus efeitos.

Essas ações dão origem a atividades que são desenvolvidas nas escolas parceiras e que geram artigos, socializados em eventos da área, em nível local, regional e nacional. Entre elas, podemos destacar: participação e acompanhamento nas aulas de Matemática na escola parceira, Oficinas de Jogos, Aperfeiçoamento em Matemática e Estudo para OBMEP.

 

Considerações Finais

O PIBID apresenta-se como um programa que estimula e incentiva a formação de professores e busca proporcionar, aos licenciandos, uma formação mais próxima da prática profissional, incentivando-os a participar de forma ativa do processo formativo e, assim, contribuir para que se tornem professores críticos e reflexivos em sua prática docente. Dessa forma, as ações desenvolvidas no PIBID oportunizam que os participantes pensem, construam, formulem, reflitam sobre conceitos em relação às ações pedagógicas, vivenciem experiências escolares, pois se apresenta como um programa de formação com foco na prática docente e oferece subsídios que contribuem com o processo ensino e aprendizagem, e outros problemas do cotidiano escolar.

 

As ações desenvolvidas no subprojeto PIBID tornam-se relevante, pois promovem a inserção dos estudantes no contexto das escolas públicas desde o início de sua formação acadêmica, para que desenvolvam atividades didático-pedagógicas sob orientação de um docente da licenciatura e de professores das escolas parceiras; além disso, contribuem no ensino, uma vez que auxiliam os professores em suas aulas e para a melhoria no desempenho dos alunos (dados e resultados relatados pelos professores das escolas parceiras comprovam essas vantagens).

Referências

BORIN, J. Jogos e Resolução de problemas: uma estratégia para as aulas de matemática. 3 ed. São Paulo: IME-USP, 1998.

BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: Matemática /Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC / SEF, 1997.

FIORENTINI, D. Investigação em Educação Matemática desde a perspectiva acadêmica e profissional: desafios e possibilidades de aproximação. XIII CIAEM-IACME, Recife, Brasil, 2011. Disponível em: www.cimm.ucr.ac.cr/ocs/index.php/xiii_ciaem/xiii_ciaem/…/1225. Acesso em 25 ago 2014.

GATTI, A. B. Textos selecionados de Bernadete A. Gatti. Walter E. Garcia (org.). Belo Horizonte: Autêntica, 2011.

SILVA, Vanilda Alves da. Noções de Contagem e Medidas utilizadas pelos Guarani na Reserva Indígena de Dourados: um estudo etnomatemático. 2006. 126f. Dissertação (Mestrado em Educação) – Universidade Federal de Mato Grosso do Sul,Campo Grande, MS, 2006.

O texto deve ser citado desta forma:

CHIQUITIN, J. R. de S.; BERNAL, K. L. C. e SILVA, V. A. da.  O Pibid de Matemática: atividades desenvolvidas em duas escolas públicas na cidade de Ponta Porã/Ms. Rev.P@RTES, ISSN 1678-8419.

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