De 2 a 5 de setembro acontece na cidade de Cotia, na Grande São Paulo, o Encontro Nacional do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), que contará com a participação de mais de 3 mil pessoas de todo o Brasil e representantes de cerca de 20 países. O objetivo do evento é fazer uma grande mobilização para que o governo federal institua uma Política Nacional de Direitos para essas populações, além de discutir a política energética nacional e denunciar as violações de direitos humanos que acontecem sistematicamente nas barragens em todo o país. Há décadas o Estado brasileiro desenvolveu um marco regulatório forte para garantir a construção das hidrelétricas em todas suas etapas, desde o planejamento, concessão e liberação da obra, até a liberação de recursos financeiros necessários. Entretanto, não existe nenhuma política específica que garanta os direitos das populações atingidas que são obrigadas a sair de suas terras para dar lugar ao lago. Por isso, os atingidos por barragens fazem lutas desde os anos 70 para defender e garantir seus direitos. A única garantia jurídica existente é o Decreto-lei nº 3.356 de 1941, que reconhece como atingidos apenas os proprietários de terra com escritura que forem desapropriados pela obra e estabelece a indenização em dinheiro como única compensação. Esse é um dos principais fatores para que apenas 30% dos atingidos recebam algum tipo de indenização no país. Dados indicam que no Brasil já foram construídas mais de 2 mil barragens, que deslocaram em torno de 1 milhão de pessoas. Atualmente 45 grandes e pequenas barragens para geração de eletricidade estão em construção, e até 2021 a previsão é de mais 99 obras, com despejo de milhares de famílias. Hidrelétricas na Amazônia e transnacionais Além disso, outro tema de destaque do encontro será a construção de grandes barragens no Brasil, e em especial na Amazônia, a exemplo da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, no rio Xingu, e do complexo hidrelétrico do rio Tapajós, ambos no Pará. Atualmente, esses são grandes focos de violação dos direitos dos povos da região, indígenas e ribeirinhos. Os atingidos por barragens também vão problematizar o papel das transnacionais no setor. A Siemens e a Alstom, por exemplo, focos de denúncias por formação de cartel para atuação em obras do metrô e trens de São Paulo, fornecem também equipamentos para as hidrelétricas no Brasil, e estão presentes inclusive em Belo Monte. Com relação à política energética nacional, os debates serão para reafirmar a postura do Movimento contra os leilões do petróleo e a privatização das barragens. Também será discutido o alto preço pago pela população brasileira para as tarifas de energia. Mesmo com a matriz de custo mais baixo, através de hidrelétricas, pagamos a sexta tarifa mais cara do mundo, equivalente às tarifas pagas pelos europeus, por exemplo, que tem sua principal matriz de energia elétrica baseada na geração térmica. Serviço: O que: Encontro Nacional do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) Quando: 2 a 5 de setembro de 2013 Onde: CEMUCAM, Rua Mesopotâmia 900, Jd. Passárgada, Cotia/SP Mais informações: http://www.mabnacional.org.br/encontro2013
Related Articles
Transtorno de Déficit de Atenção: Hiperatividade
José Edimar de Souza publicado em 11/05/2009 como www.partes.com.br/educacao/hiperatividade.asp A Escola enquanto instituição é o lugar privilegiado para se pensar a cultura e identidade. Sem reduzir sua responsabilidade social, cultural e histórica na percepção da construção cognitiva processual e progressiva do aluno respeitando as individualidades e zelando pelo bem comum. Neste exercício reflexivo amplio […]
O Tempo e a História: Algumas Correlações a partir dos Filmes – Amores Brutos, Babel e 21 Gramas
Décio Luciano Squarcieri de Oliveira* e Fernanda Gabriela Soares Santos** publicado em 12/06/2009 como www.partes.com.br/educacao/otempoeahistoria.asp “Todos os dias quando acordo Não tenho mais o tempo que passou Mas tenho muito tempo: Temos todo o tempo do mundo”. Tempo Perdido – Legião Urbana Neste breve artigo sobre o tempo, logo de antemão já informamos que, […]
II Mostra Sistema FIESP de Responsabilidade Socioambiental reúne profissionais renomados para falar sobre Nova Economia
Ministros discutem sobre biocombustíveis e alimentos Os ministros Roberto Rodrigues e André Aranha, o Secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, João Almeida de Sampaio Filho, e o diretor-executivo da UNICA (União das Indústrias da Cana-de-açúcar), Eduardo Leão, se reuniram hoje (13/08/08) durante o Congresso da II Mostra Sistema FIESP de Responsabilidade […]