Crônicas Em questão nair lucia de britto

CIÊNCIA EXPLICA A HOMOSSEXUALIDADE

Nair Lúcia de Britto

Segundo pesquisa, cientistas identificaram dois genes relacionados à homossexualidade.  Muito embora a genética não seja determinante na orientação sexual. Os genes parecem exercer influência, contudo a orientação sexual é multifatorial.

Estudiosos no campo da Ciência, liderados por Alan Sanders da NorthShore University, em Evanston, Illinois realizaram o primeiro estudo de associação do genoma completo comparando o DNA de homossexuais aos de heterossexuais. E constatou-se que dois genes parecem ter relação com a homossexualidade.

Sanders explicou ser importante esse estudo, uma vez que a sexualidade é essencial na vida humana e que a orientação sexual deve ser compreendida pela sociedade.

Entre os cromossomos analisados os cientistas identificaram o gene “SLITRK6” que se expressa no diencéfalo, região do cérebro, que tem uma estrutura variável de tamanho, de acordo com a orientação sexual.

N’outro cromossomo as associações mais significativas foram no gene “TSHR”, um dos genes que se expressam na tireoide ou em outros tecidos, principalmente no cérebro.

Entretanto os estudiosos esclarecem que a identificação dos genes relacionados à homossexualidade não significa que todos que apresentem essa variação sejam homossexuais. E que a orientação sexual masculina é herdada moderadamente (30 a 40%).

A orientação sexual é multifatorial, com evidências da influência genética. Ser homossexual parece envolver muitos genes, mas isso não significa que a responsabilidade cabe ao gene. E, sim, que é um traço  mais provável de ser encontrado. Os dois genes identificados também não oferecem a possibilidade de alterar a orientação sexual de uma pessoa.

A geneticista Mayana Zatz, do Instituto de Biociências da USP é categórica ao afirmar que é impossível fazer isso. Isto porque a sexualidade é definida por mecanismos complexos que dependem de múltiplos genes e outros fatores externos. Mesmo que fosse possível manipular todos esses genes a orientação sexual não poderia ser mudada porque não é somente a genética que define a orientação sexual de cada um.

Mayana ressalta, inclusive, que as ferramentas utilizadas no âmbito da genética é para solucionar problemas de saúde, com síndromes; ou outras doenças graves.

No campo da Psicologia, para IIan Dar-Nimrod, da Escola de Psicologia, da Universidade de Sydney, na Austrália, pesquisas realizadas por ele e sua equipe são delicadas por serem incorporadas aos discursos sobre homossexualidade. Ativistas argumentam que a atração que pessoas têm por outras do mesmo sexo é imutável e determinada no nascimento. Não é, portanto, uma escolha.

Observo que, no geral, o que une pessoas do mesmo sexo é muito mais o afeto do que a atração sexual. Eles são amigos sinceros, solidários e respeitosos uns para com os outros e com as pessoas em geral, em especial com as mulheres. São ótimos filhos, pessoas sensíveis, humanitárias e amantes das artes.

O preconceito só atrapalha e leva sofrimento  à vida de pessoas inocentes e que podem ser excelentes profissionais.

Todo preconceito é cruel, e as pessoas  precisam se conscientizar disso para que tenhamos uma sociedade fraterna.

A religião que prega que a orientação sexual pode ser mudada contradiz tudo que a Ciência estudou até agora. Induz a um sentimento de culpa no coração de inocentes, gerando muitos conflitos de ordem emocional, causando sofrimento. Confunde a mente de leigos no assunto. E acaba, mesmo sem querer, por alimentar o preconceito tão nocivo; do qual, infelizmente, nosso país é vítima e que gera tanta violência.

Que o Brasil seja um povo desarmado, onde reine a paz, que todos sejam tratados com igualdade, com justiça e verdadeiro cuidado para com todos os brasileiros. Que a justiça, as oportunidades e a felicidade sejam um direito de todos e não só de alguns.

Fonte de pesquisa: www.globo.com

Nair Lúcia é poeta, jornalista, escritora e colaboradora da Revista Partes

Deixe um comentário