
Cresça comigo
Nunca é tarde demais
Para se renovar
Disseram-me que quando o amor ocorre
O mundo fica cheio
De lindas eufônicas quimeras nevoentas
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A maioria das pessoas
Foram convencidas a viver
Em um modo perpétuo
De sobrevivência
Dispensando assim
O belo e o sublime

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Sei que eu tenho
Tudo o que precisa por hora
Então eu rio dos meus próprios
Erros pueris
Enquanto tento voltar
A ser mais sábio novamente
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Enquanto eu crescia
E percebi quantos espinhos
Brotaram e mim
Espinhos que me mantiveram vivo
Nas abissais noites escuras
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Como um bom profissional
Que eu devo ser
Fico ocupado o dia inteiro
Admirando as belezas rebeldes
Fora dos padrões socialmente aceita
Enquanto a vida acontece
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Fujo para dentro
Do meu eu mais profundo
Cercado pelas naturezas selvagens
Respirando profundamente
Um ar fresco matutino
Então todas as preocupações cotidianas
Simplesmente desaparecem
***
E no final de um árduo e longo dia
Defino as minhas prioridades futuras
E chego à conclusão
Que eu não tenho prioridades alguma
Enquanto as mudanças climáticas
Devastaram a biosfera
Deixando como herança às gerações futuras
Arrasadas terras inóspitas
Fragmento do livro: Astro-domo. Texto de Samuel Costa, contista, poeta e novelista em Itajaí, Santa Catarina.
Arte digital de Clarisse Costa, que é designer gráfico, novelista, contista e cronista em Biguaçu, Santa Catarina.