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USO EXCESSIVO DE CELULAR X DESEMPENHO ESCOLAR NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL

José Dias Moreira[[i]]                                            

Valdecira Aparecida da Silva Moreira[[ii]]

RESUMO: Este artigo tem o objetivo de provocar reflexão nos pais e educadores a respeito do uso excessivo do aparelho celular, por crianças do ensino fundamental I, analisar se o mesmo pode ocasionar riscos à saúde física e mental em decorrência ao uso sem controle. O aporte teórico baseou-se em: Anacleto (2017), Chérolet (2023), Gouveia(2023), Kuznekoff(2023), Nascimento e Moreira(2020), Marques(2023), Mathias e Gonçalves, (2017) entre outros. Constatou-se por meio da investigação bibliográfica que este estudo tem relevância ao se constatar os prejuízos advindo do uso exagerado do aparelho celular tais como: acesso a conteúdo inapropriados para crianças, problemas associados à saúde mental, baixa qualidade do sono, depressão, obesidade, dificuldade de concentração e baixo rendimento escolar.

PALAVRAS CHAVES: Pais;Celular; Controle; Excesso.

ABSTRACT: This article aims to provoke reflection among parents and educators regarding the excessive use of cell phones by elementary school children, analyzing whether it can cause risks to physical and mental health due to uncontrolled use. The theoretical contribution was based on: Anacleto (2017), Chérolet (2023), Gouveia (2023), Kuznekoff (2023), Nascimento and Moreira (2020), Marques (2023), Mathias and Gonçalves, (2017) among others. It was found through bibliographical research that this study is relevant in noting the losses arising from the excessive use of cell phones such as: access to inappropriate content for children, problems associated with mental health, low quality of sleep, depression, obesity, difficulty concentrating and low academic performance.

KEYWORDS: Country; Cell phone; Control; Excess

INTRODUÇÃO

Justifica-se estudar este tema, em virtude do crescente número de crianças dos anos iniciais do ensino fundamental I, que usam de forma desacompanhada, sem qualquer orientação por parte de um adulto responsável, o aparelho celular em qualquer hora e local, sem restrição.

Em período pós pandemia, no qual muitas crianças ficaram dependentes do aparelho celular no intuito de realizarem tarefas escolares, nesse período verifica-se por meio de pesquisas bibliográficas os prejuízos ocasionados por esse descontrole por parte das crianças, as quais muitas delas ficavam na frente da tela do celular por horas a fins, sem qualquer restrição.

Após período pós pandemia, ficou difícil a vida retornar ao normal, as crianças já haviam mudado de estilo de vida, e os pais muitas vezes não perceberam os efeitos negativos provocados por exagero do uso do celular.

Nesse contexto, Vilela (2023) afirma:

 O uso excessivo ou inadequado de dispositivos digitais por crianças e adolescentes está ligado ao aumento dos índices de ansiedade e depressão, distúrbios de atenção, atraso no desenvolvimento cognitivo e da linguagem, miopia, sobrepeso, problemas de sono, riscos de abuso e vitimização sexual, ameaças à privacidade e de uso de dados pessoais, além de risco de vícios em jogos eletrônicos e uso de aplicativos.

Dados os fatos, urge a necessidade de se iniciar campanhas de conscientização sobre o controle do uso do aparelho celular por crianças, por meio de diálogo entre pais e educadores, palestras presenciais, orientação as crianças, entre outras medidas. 

IMPACTO DO EXCESSO DE TEMPO DE TELA NO DESEMPENHO ESCOLAR NO ENSINO FUNDAMENTAL

Segundo Anacleto (2017), Além de aspectos sociais e psíquicos, os jovens ao serem expostos por muito tempo a tela do celular, podem ter prejuízos de ordem biológica, quando se refere a sono/vigília e o prejuízo à visão com exposição de luz de eletrônicos.

A respeito do tema em discussão veja o que defende Gonçalves e Mathias

Os aparelhos tecnológicos têm acarretado altos riscos para a infância que sofre alterações como a obesidade, o déficit de atenção e outras dificuldades na aprendizagem. Além dessas preocupações, existe o fato de que as crianças estão cada vez mais inseridas no mundo dos adultos, deixando de viver a fase da infância. Por outro lado, é inegável a contribuição das tecnologias para a sociedade, em um contexto em que os recursos tecnológicos tem-se tornado ferramentas de aprendizagem e de trabalho, por facilitar o processo de pesquisa, além de contribuir com a interação e aproximação de diversas culturas (GONÇALVES e MATHIAS, 2017, p. 162).

Em consonância com o tema em pauta Chérolet (2023) faz uma alerta ao afirmar que a Unesco, recomenda que os sistemas de ensino devem capacitar as pessoas a usarem as tecnologias digitais. A autora, defende que o uso do celular na sala de aula pode afetar a memória e compreensão dos assuntos, bem como distrair os alunos e levá-los a se envolver em atividades não relacionadas à escola.

Nesse contexto Gouveia (2023) em correio braziliense.com.br/eu estudante/ educação-básica chama a atenção, para as armadilhas do uso em excesso do aparelho celular, relatando entre outro que o mesmo provoca distração entre os alunos.

Em relatório divulgado na quarta-feira (26/7), a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), fez alerta sobre o uso excessivo de tecnologia por crianças e adolescentes e citou exemplos de países que os smartphones são proibidos em salas de aula ou que a utilização é regulamentada. “Dados de avaliações internacionais em larga escala sugerem uma correlação negativa entre o uso excessivo das Tecnologias de informação e comunicação e o desempenho acadêmico. Descobriu-se que a simples proximidade de um aparelho celular era capaz de distrair os estudantes e provocar um impacto negativo na aprendizagem”, destaca a Unesco. (Gouveia (2023 s/p.)

O excesso do uso do celular, por criança, atrapalha a socialização dos estudantes, não se pode negar que provoca a distração, baixa disciplina e instabilidade emocional.

METODOLOGIA

Para elucidação das indagações que resultaram no presente artigo recorreu-se a pesquisa bibliográfica em sites, publicações na internet, seguidos por catalogação e análise qualitativa dos textos selecionados.

ANÁLISE E DISCUSSÃO

Segundo o Programa de Avaliação Internacional de Estudantes (PISA) “A simples proximidade de um aparelho celular é capaz de distrair os estudantes e provocar um impacto negativo na aprendizagem”.

Muitos pais, não sabem dos perigos ocasionados pelo uso do celular, cabendo assim as escolas, as mídias em geral alertá-los sobre os riscos iminentes nos quais as crianças estão expostas cotidianamente.

Cabe aos pais, o controle das atividades diárias das crianças pequenas, organizar rotinas com espaço para a ludicidade e o diálogo em familiar (Nascimento e Moreira 2020).

Faz se necessário a criação de campanhas de conscientização sobre os usos e controle do aparelho celular por crianças pequenas, pois estas ainda não tem conhecimento suficiente para escolher o que podem ou não ter acesso.

Para Nagumo, Estevon, Teles (2016) é necessário ensinar aos estudantes que a possibilidade de acesso às informações pelo celular onde e quando quiserem não significa que eles devam fazer isso a todo o momento.

Os autores acima mencionados afirmam que a escola e os professores devem trabalhar a ética no uso da tecnologia. O acesso fácil ao celular faz com o que aluno tenha mais chance de distração, o que pode levar a notas mais baixas.

Marques (2023) aponta pontos negativos do uso excessivo do celular entre eles: Potencial para distração:  aumentar os riscos de cyberbullying problemas relacionados à segurança online dos alunos, o isolamento social e à diminuição da interação face a face entre os alunos. Prejuízos quanto a concentração dos alunos.

Considerações Finais

A presente investigação teve sua relevância ao mostrar por meio da pesquisa bibliográfica que apesar da necessidade do uso do aparelho celular na vida moderna, quando se trata de crianças, faz se necessário o controle, o monitoramento por parte de um adulto. 

É importante lembrar que o presente trabalho não objetiva a proibição do uso do aparelho celular para criança, mas provocar reflexão quanto ao ato de estabelecer o controle, organização de horários, rotina de brincadeiras, lazer, despertar a ponderação quanto a necessidade de propiciar formas para que a criança seja criança não um adulto em miniatura.

Referências

ANACLETO, T. S. Uso de dispositivos eletrônicos e padrões do ciclo vigília/sono de crianças e adolescentes urbanos. Tese (Doutorado em Biologia Celular e Molecular) – Programa de Pós-Graduação em Biologia Celular e Molecular, Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2017.

CHÉROLET, Brenda. Educa mais Brasil;/2023 https://www.educamaisbrasil. com.br/educacao/escolas/celular-em-sala-da-aula-afeta-a-aprendizagem-de-diversas-formas-diz-estudo. Acessado em 20/03/2024.

GONÇALVES, J. P.; MATHIAS, E.L. Umbelino. As tecnologias como agentes de mudança nas concepções de infância: desenvolvimento ou risco para as crianças ? Horizontes, v. 35, n. 3, p. 162-174, 2017.

GOUVEIA Aline-2023https://www.correiobraziliense.com.br/euestudante/educacao-basica/2023/07/5113100-celular-unesco-recomenda-proibicao-em-escolas-de-todo-o-mundo.html. Acessado em 04/02/2024.

JUNCO, Reynol; Muito rosto e poucos livros: a relação entre múltiplos índices de uso do Facebook e desempenho acadêmico. Volume 28, Edição 1, janeiro de 2012.

KUZNEKOFF, JH, & TITSWORTH, S. O impacto do uso do celular no aprendizado dos alunos; (2013). Comunicação Educação, 62. Disponível em: . Acesso em: 01 Jun. 2024.

LIMA, Célia Fernanda 2023 https://lunetas.com.br/unesco-recomenda-que-celulares-fiquem-longe-da-sala-de-aula/ acessado em 08/06/2024.

MARQUES Yuri Celular em sala de aula: confira os prós e contras – 2023

 https://querobolsa.com.br/revista/uso-do-celular-em-sala-de-aula.Acessado em 05/05/2024.

NASCIMENTO , Valéria Leite Clementino do e MOREIRA, Valdecira Aparecida da Silva Ansiedade na Educação em Tempos de Pandemia  COVID-19  Revista Virtual P@rtes,  2020 https://www.partes.com.br/2020/10/08/ansiedade-na-educacao-em-tempos-de-pandemia-covid-19/ acessado em 08/06/2024.

NAGUMO, Estevon , TELES, Lucio França,  Rev. Bras. Estud. Pedagog. May-Aug 2016.

VILELA, Pedro Rafael, Repórter da Agência Brasil–Brasília, Modelo de rede digital afeta desenvolvimento infantil, diz secretário,2023 https://datasus.saude.gov.br modelo de rede digital. Acessado: em 26/6/2024.


[[i]]Professor na Rede Estadual de Ensino desde 1986, Pedagogo, Especialista em Mídias na Educação, Métodos e Técnicas de Ensino jd_moreira@hotmail.com

[[ii]]Professora, Graduada em Pedagogia. Especialista em: Métodos e Técnicas de Ensino pela UNIVERSOS (2002); Gestão Escolar com ênfase em Supervisão, Orientação e Direção Escolar -pela Darwin (2009); Mídias na Educação pela UNIR-RO(2012), EJA na Diversidade, pelo IFRO, (2016) Gestão pública pelo IFRO-RO (2021) , Especialização Educação Digital: Ação gestora para uma atuação inovadora pela UNIVESP (2023) . Mestrado em Educação pela UDS Universidad de Desarrollo Sustentable em Assunção Paraguai(2018). Professora nível III do Governo do Estado de Rondônia. email: valdeciracolorado@hotmail.com

 

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