Tradição nas festas juninas, o balão depende do fogo para subir; Michel Arthaud, professor de Química da Plataforma Professor Ferretto, lista riscos
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São Paulo, junho de 2024 – Soltar balões é uma tradição comum em muitas partes do Brasil, especialmente durante o período de festas juninas. No entanto, essa prática, aparentemente inofensiva que deveria ser pura beleza e diversão, esconde consequências que podem ser devastadoras.
De acordo com Michel Arthaud, professor de Química da Plataforma Professor Ferretto, os balões liberados no ar podem viajar grandes distâncias e representar uma série de riscos graves. Um dos principais perigos está relacionado ao fato de que os balões soltos podem causar incêndios devastadores. “Quando um balão com uma vela acesa ou outro tipo de fonte de calor é liberado, ele pode facilmente entrar em contato com árvores, edifícios ou áreas secas, provocando incêndios florestais ou urbanos. Os danos resultantes podem ser catastróficos, colocando vidas humanas, propriedades e ecossistemas em perigo”, alerta o docente..
“Para que o artefato sobrevoe, é preciso utilizar fogo, pois com o calor da labareda, a densidade do ar dentro da armação diminui, fazendo com que o objeto suba. Quando a estrutura do balão junino queima, ele desce pegando fogo, e, se houver alguma floresta seca, casa ou indústria, há um risco imenso de incêndio. Por isso, os balões são proibidos pela legislação”, acrescenta Arthaud.
O professor também destaca preocupações relacionadas à segurança dos balões. Muitos deles contêm gás inflamável, como o hidrogênio, que pode representar um risco significativo se não for manipulado corretamente. Em casos extremos, a combustão desses gases pode resultar em explosões, colocando em perigo tanto quem solta os balões quanto qualquer pessoa nas proximidades.
Balões poluem o meio ambiente
Além disso, o professor de Química da Plataforma Professor Ferretto ressalta que muitos balões são feitos de materiais não biodegradáveis, como plástico e látex. Uma vez que esses balões caem de volta à terra, se tornam resíduos persistentes que poluem o meio ambiente e representam uma ameaça à vida selvagem.
Mesmo que os balões não sejam soltos perto de matas e vegetações, vale lembrar que este ato é ilegal. De acordo com o Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos), no período dos meses de janeiro a maio de 2023, 436 ocorrências foram registradas a respeito de balões que sobrevoavam próximo a aeroportos – o recorde para o mês de junho, desde 2012.
“A Química explica, de forma simples, por que o balão é um item tão perigoso, e por que é tão arriscado manuseá-lo e colocá-lo para voar. É importante conscientizar a população a respeito, para que entendam por que não vale a pena correr esse risco”, finaliza Arthaud.