Adilson Luiz Gonçalves Colunistas

FELIZES NATAIS!

Por Adilson Luiz Gonçalves

Nem sempre as pessoas têm a noção do que representa o Natal.

Por princípio e definição, natal é vida! Embora já tenhamos vivido cerca de nove meses no útero materno, desde a concepção, é no momento em que efetivamente somos apresentados ao mundo exterior, por meio do parto, que cada um de nós tem registrado seu natalício. É o momento em que somos dados à luz.

Nesse momento, somos apenas uma coisa: esperança!

É preciso ter uma alma iluminada ou ter sofrido algum drama para entender a importância do Natal, não apenas como uma data simbólica, mas como a realização de um milagre pessoal: o simples fato de estar vivo a cada dia!

Aliás, o natal ocorre a cada dia, quando acordamos e entendemos que problemas têm soluções, tristezas são passageiras e a fé, se não remove montanhas, dá força para contorná-las, com faz a água. Sim, a esperança é fluída! E mesmo assim, é capaz de desfazer a “pedra dura” das dificuldades, com a ajuda do tempo, que é o relógio da vida.

Esse natal de cada um, que também é um renascimento diário, nos dá a possibilidade de rever nossa história, corrigir ou atenuar nossos defeitos, aprimorar e expandir nossas virtudes, de forma que nenhum dia é igual, nem deve ser.

Há quem tente nos roubar essa faculdade de renascer, de se reinventar, nos impondo regras seculares, que dividem os seres humanos, em vez de agregar.

Alguns chegam a pregar que tirar vidas, inclusive a própria, são um desejo de Deus. Há quem maliciosamente até diga que o prêmio desse desamor à vida, próprio e de outrem, será prazeres negados na existência terrena. Esses transformaram o mesmo Deus em vários, ou se dizem seus únicos e verdadeiros porta-vozes e certificadores, em nome de uma divisão que tem gerado disputas e, até, guerras.

Pois é, mas uma criança nascida no berço da humildade, há mais de dois mil anos, veio pregar o congraçamento entre todos os seres humanos, sem qualquer tipo de distinção.

Não importa a data exata ou se o sincretismo que caracterizou os primeiros anos do cristianismo fez uma adaptação para promover uma transição mais “suave” do politeísmo romano.

Também pouco importa se uma data tão expressiva foi transformada em simples troca de presentes, que podem ser muito caros, mas sem virem acompanhados de carinho.

Natal não é presente, é estar presente, mesmo que a distância!

Essa criança, tempos depois, acrescentou um único mandamento aos dez pré-existentes. Apenas o decálogo dado a Moisés já seria o suficiente para nortear nossas vidas, sem os milhões de regras seculares criadas aos longo de milênios, para atender aos interesses de poderosos da vez, subjugando e punindo nem sempre com justiça. Ele apenas exortou: “Amai-vos uns aos outros, como Eu vos amei!”. Um mandamento de empatia, simples assim!

E Ele tanto nos amou que se sacrificou por nós, tempos depois. Mas entre seu nascimento e o momento em que deixou este plano, não sem antes perdoar quem o condenou e supliciou, cada dia de sua vida foi vivida com intensidade e propósito. Antes da ressurreição, Ele renasceu a cada dia!

Por isso, jamais devemos desistir da vida! E mesmo nos mais dramáticos momentos de nossas vidas, é preciso persistir, resistir, pois cada dia vivido é precioso e pode ser inspirador.

Cada dia é um novo natal, e deve ser comemorado!

Cada criança que nasce é uma nova esperança, que também merece vivas!

Que essa consciência esteja presente não apenas numa data, mas em todos os dias de nossas abençoadas vidas.

Desta forma, comemoraremos diários Felizes Natais, com renovadas esperanças e compromissos com a vida, nossa e do semelhante!

Adilson Luiz Gonçalves é scritor, Engenheiro e Pesquisador Universitário – SP. Membro da Academia Santista de Letras algbr@ig.com.br

Deixe um comentário