Por Adilson Luiz Gonçalves
A juventude sempre foi um alvo fácil para oportunistas, doutrinadores e devassos.
Os poderosos lhes impõem suas doutrinas, religiosas ou ideológicas, deste a infância, buscando condicioná-los, impondo-lhes suas crenças, interesses e “verdades”.
Para tanto, ensinam a julgar pelas aparências, pregando uma igualdade apenas para quem segue seus dogmas, embora os mantenham sob jugo permanente.
É impressionante o esforço que alguns fazem para anular o que a juventude tem de melhor, com a desculpa de estarem proporcionando-lhes salvação, educação, futuro ou disciplina. Afirmam estar preparando os jovens para enfrentarem um mundo cruel ou ideal, mas apenas segundo sua concepção ideológica. Em verdade, só os estão tornando parte submissa e conformada de uma estrutura de poder que se quer perpetuar ou prevalecer, vivendo das “doenças” da humanidade e não de sua cura.
Parece buscam cooptar os jovens para justificarem suas escolhas ou embasar suas intenções.
Deviam se deixar animar e cativar pelas novas gerações, e não aliená-las com dolo, ou intimidá-la física ou psicologicamente, em nome de ideias distorcidas e do mau uso do carisma.
Em vez disso, interesses escusos criam e massificam modismos que desvirtuam, viciam e estimulam à sensualidade precoce e promíscua. Ao mesmo tempo, líderes espirituais e políticos pregam doutrinas mais rentáveis na terra do que no céu, induzindo à discriminação do semelhante, como forma de manter e ampliar seu “rebanho”. Mercadores de sexo aliciam e escravizam. O “canto de sereia” do crime, organizado ou não, associado a leis brandas para menores infratores, também faz seus estragos.
Não é diferente com certos meios de comunicação, que exaltam o culto ao corpo, não em busca da saúde, mas como objeto vil de desejo e consumo; ou de governantes insanos e gananciosos, que enviam jovens para guerras, roubando-lhes a inocência e abreviando suas vidas.
Mas, talvez não haja pior exemplo do que o de professores que lhes impõem suas crenças e ideologias, punindo e humilhando quem não se submete à sua doutrinação, comprometendo valores morais, éticos e familiares em nome de uma pseudo liberdade de pensamento. Isso é um crime contra a humanidade, pois compromete o futuro! É como enviar os jovens para outra “guerra”.
É como se mil demônios se engalfinhassem pela posse das almas dos jovens!
Um antigo filme de Hollywood, chamou a juventude de “doce pássaro”.
Talvez por isso tantos querem podar suas asas e confiná-la, para saciarem seus desejos ou realizar seus intentos, tiram a esperança no futuro, pois a juventude contida se esvai e as paixões que acalenta, reprimidas, um dia podem explodir sem controle. Isso porque a juventude é como um campo fértil: se plantarmos ódio, ócio e vício, ela os multiplicará.
Infelizmente, apesar dos proselitismos e das narrativas de certos “influenciadores” e “educadores”, que encantam como a música do Flautista de Hamelin, esse parece ser o contexto atual.
Porém, se plantarmos paz, congraçamento e conhecimento difuso, ela florescerá, dará frutos e será semente e pólen de melhores dias, em que o cultivo da violência, do ódio inconsequente, da dissensão e da licenciosidade não terão mais espaço!
Aí, quem sabe, compreenderão que a juventude e a paz sempre estiveram dentro de nós; que o campo continua fértil, mas precisa ser cultivado e cuidado com alegria, amor, responsabilidade e esperança; e que sempre é tempo de acreditar num mundo melhor!
Adilson Luiz Gonçalves
Escritor, Engenheiro e Pesquisador Universitário
Membro da Academia Santista de Letras
