Documentário dirigido por Laura Faerman e Marina Weis entra em cartaz no Espaço Itaú de Cinema -Frei Caneca |
Após uma bem sucedida carreira em festivais internacionais e da exibição na mostra competitiva da Mostra Ecofalante, “Vento na Fronteira” entra em cartaz dia 08 de junho, no Espaço Itaú de Cinema – Frei Caneca. O documentário de Laura Faerman e Marina Weis mostra uma professora indígena que luta pelos direitos de sua comunidade às suas terras ancestrais no coração do agronegócio brasileiro. No lado oposto, uma poderosa advogada que reivindica a posse dessas terras. Esta história se passa na fronteira entre o Brasil e o Paraguai, no território indígena Ñande Ru Marangatu – terra reivindicada pelos povos indígenas Guarani-Kaiowá, que habitam a região há muitos anos, e pelos fazendeiros que chegaram lá no século 20. “Vento na Fronteira” acompanha de perto o crescimento do poder político ruralista e suas ligações com o ex-presidente do Brasil, Jair Bolsonaro. O agronegócio, com seu imenso poder político, ameaça despojar as comunidades indígenas de suas terras ancestrais, colocando em risco o meio de subsistência e o patrimônio cultural do povo Guarani-Kaiowá. Ao mesmo tempo, retrata a intimidade da resistência feminina indígena com seus ideais comunitários e sua luta pelo planeta. Os esforços da professora indígena Alenir Aquino para garantir os direitos de sua comunidade se tornaram um grito de guerra para os povos indígenas em todo o Brasil e no mundo. Sua história é um testemunho da importância de proteger os direitos das comunidades indígenas e preservar seu patrimônio cultural. Com duas mulheres na direção, o documentário escolhe o olhar de duas protagonistas com visões antagônicas para conduzir a narrativa “Esta é uma história que apresenta duas personagens femininas centrais, que conduzem a narrativa e confrontam suas visões de mundo. Com duas diretoras, essa escolha não é casual: pretendemos lançar um olhar diferenciado sobre esse universo muitas vezes retratado pelos homens e sobre os homens”, afirmam as diretoras. Mais do que retratar uma questão brasileira, o filme traz duas visões de mundo completamente diferentes “Mais do que uma terra em conflito, o que está em disputa são duas propostas para o mundo. Por um lado, a ideia da vida em comunidade, do bem comum e do respeito por todos os seres. No outro lado, o direito à propriedade privada acima de qualquer outro direito, e o uso da terra a serviço do lucro, mesmo que isso signifique destruir natureza”, complementam. Com um tema tão urgente, “Vento na Fronteira” é um poderoso apelo à ação em busca de entendimento e diálogo. Ao apresentar a visão de duas mulheres e duas narrativas antagônicas em torno dos direitos à terra, o filme provoca reflexão sobre as condições de ambas as partes e suscita possibilidades de diálogos. Pensando nisso, as produtoras do filme e a distribuidora de impacto promovem o lançamento do filme buscando gerar conexões sobre seus temas com centros educativos, organizações, líderes comunitários e governo ligados à causa, por meio de sessões de exibição, debates e materiais de apoio. A primeira etapa desse lançamento aconteceu durante o mês de maio, com sessões especiais do filme realizadas nos Mato Grosso do Sul, local de gravação do filme, pela Rede de Saberes Indígenas-UEMS, Subsecretaria de Políticas Públicas para os Povos Originários do MS, Taturana Mobilização Social e MIS/FCMS. Sobre as diretoras: Laura Faerman é uma cineasta independente que tem trabalhado como documentarista, pesquisadora e curadora nos últimos 20 anos. Seu trabalho examina conflitos sociais no Brasil. Ela trabalhou como pesquisadora audiovisual na Comissão Nacional da Verdade em 2014 e co-dirigiu a série de televisão “Memória Perigosa”. Atualmente, ela trabalha no “Observatório do Agronegócio” e seu próximo documentário, “Gafanhotos, os Destruidores Políticos e Econômicos do Planeta”, está em pré-produção. Marina Weis é uma cineasta formada em sociologia e direção de fotografia. Ela dirigiu cinco curtas-metragens e co-dirigiu vários documentários, incluindo “Vlado e Birri – Encontros” e “The Dangerous Memory”. “Vento na Fronteira” é seu segundo longa-metragem documental. Marina Weis mora em Berlim, onde se dedica à prática diária de cinema, educação e permacultura urbana. Sobre a produtora: O Laboratório Cisco dedica-se à produção de documentários e séries de TV. Com destaque para os longa-metragens “Cartas para Angola” (2012), premiado no Brasil, Angola, Portugal e Bélgica; “Limiar” (2020), premiado no Brasil e na Itália; “Aqui é tão longe” (2013), que recebeu sete prêmios, incluindo o Prêmio de Melhor Filme da Mostra Novos Rumos no Festival do Rio em 2014; “Acontecimentos” (2009), selecionado no Festival Internacional de Documentários de Amsterdã (IDFA) e “É Tudo Verdade”, com menção honrosa no 37º Festival Internacional de Cinema da Bahia; “Nostalgia, cartas-vídeo para Cuba” (2005), melhor documentário independente brasileiro no 14º Gramado Cine Vídeo. Sobre a TATURANA MOBILIZAÇÃO SOCIAL A Taturana (www.taturanamobi.com.br) é uma organização social que atua prioritariamente como distribuidora de filmes com foco em impacto social, constituída como associação sem fins lucrativos. Atua em circuitos comerciais e não comerciais com o objetivo de democratizar o acesso ao cinema e potencializá-lo como ferramenta de impacto e engajamento social. Fundada em 2013, já difundiu e criou campanhas para mais de 40 filmes. Produz, ainda, outros projetos de impacto social a partir de obras audiovisuais econteúdos editoriais para fortalecer diálogos, a partir do cinema, sobre temas sociaisrelevantes, como justiça racial e socioambiental, diversidade de gênero, representatividade política, combate à violência de Estado, memória e cultura popular, entre outros. Ficha técnica:Direção e edição: Laura Faerman e Marina Weis, Fotografia: Alziro Barbosa (ABC), Consultora de edição: Karen Akerman, Produtor executivo: Julio Matos Lima, Marcelo Félix e Marcinho Zolà, Produção: Rodrigo Díaz Díaz e Luís Ludmer, Distribuição: Taturana Mobilização Social. Sinopse: Essa história acontece na violenta e devastada fronteira entre Brasil e Paraguai, no Território Indígena Ñande Ru Marangatu – terra disputada pelos povos indígenas Guarani-Kaiowá, que habitam a região há milhares de anos, e pelos fazendeiros que chegaram lá na década de 1940. O filme acompanha de perto o crescimento do poder político ruralista e suas conexões com o ex- presidente do Brasil, Jair Bolsonaro. Ao mesmo tempo, retrata a intimidade da resistência feminina indígena com seus ideais comunitários e sua luta pelo planeta. |