Nair Lúcia de Britto
Numa entrevista em uma tevê do Estado da Paraíba, com o Bispo Dom Aldo Pagotto, no programa “Câmara Aberta”, Dom Aldo explica que o sinônimo da palavra Páscoa é Passagem. Do ponto de vista religioso a Páscoa é a data mais importante da religião Católica, mais importante até do que o Natal.
A comemoração da Páscoa teve início em tempos remotos, quando o povo hebreu, que era escravo no Egito, fugiu de lá em busca da Terra Prometida. Por não suportar mais essa condição de escravos, que ninguém merece, os hebreus, para fugir do Egito, atravessaram o Mar Vermelho, esperançosos de viver uma vida nova e mais digna. Finalmente livres, sentiam-se como se tivessem passado da morte para a vida.
Perante a liberdade conquistada, a Páscoa era comemorada com um Ritual, no qual um cordeiro era sacrificado e seu sangue era derramado nos portões das casas. Ou seja, o “Cordeiro Pascal”. Uma maldade contra um animal tão puro e indefeso, fruto da mentalidade tacanha daquela época.
Mas quando Jesus apareceu, como um bom hebreu que era, substituiu esse ritual por um gesto de amor e humildade. Jesus lavou os pés dos discípulos, como se dissesse: “Eu vim para servir.” E, após lavar os pés de todos os discípulos Jesus se reuniu à mesa com eles. Distribuiu o pão e o vinho, dizendo: “Comam, este é meu corpo e meu sangue. Façam isso em memória de mim”.
Até hoje a Igreja Católica comemora a Páscoa como um momento de grande reflexão sobre o verdadeiro sentido da data. Quando todos nós devemos refletir sobre erros cometidos, vícios, maldades, inveja, ciúmes e passarmos a viver uma vida mais santa conforme o que Jesus nos ensinou.
É muito agradável manter a tradição de presentearmos os entes queridos com ovos de Páscoa, porém é muito mais importante manter a tradição religiosa e nos compenetrarmos do seu verdadeiro significado.
OS COELHOS NA PÁSCOA
Às vésperas da Páscoa é bastante comum as pessoas comprarem coelhos para darem de presente, juntamente com os ovos de Páscoa, principalmente para oferecerem às crianças.
O que as pessoas não atentam é que os coelhos não são bichos simples de se tratar e, muito menos, não são brinquedos para se dar nas mãos de uma criança que, inocentemente, pode maltratá-los.
São animais frágeis, muito dóceis, lindos e adoráveis, mas que com os quais é preciso muita cautela. Se forem bem cuidados por alguém responsável são animais de estimação muito carinhosos, quando percebem que estão em boas mãos e que são amados.
Cuidar da saúde de um coelho não é tarefa fácil. Quando o comprador ou quem adota um coelho, irrefletidamente e só depois constata as necessidades e cuidados que o bichinho requer trata de abandoná-lo.
Perdidos nas ruas os coelhos ficam doentes ou são judiados. Eles não são como os cachorros que brincam com as crianças. Como são muito frágeis as crianças comumente os derrubam e eles podem quebrar a coluna. E se não recebem o tratamento adequado nunca mais vão andar direito.
Vale lembrar que para tratar da saúde de um coelho é necessário um veterinário especializado em animais exóticos. Além disso, mesmo que se coloque uma proteção nas janelas, eles roem a tela com facilidade e escapam.
O número de coelhos abandonados tornou-se tão grande que um grupo de pessoas formado pela Internet foi criado em 1916, em São Paulo. O GAE – Uma-Organização-Não-Governamental (ONG) que ajuda os coelhos vítimas de maus tratos ou perdidos nas ruas.
A Páscoa representa sobretudo fraternidade. Um convite para sermos fraternos com os nossos familiares, amigos e com o próximo. Essa fraternidade deve estender-se aos animais. Não só para com os coelhos, vítimas de tantos maltratos, mas com todos os animais. São nossos irmãos, que caminham conosco na nossa jornada.