Saúde

Dia Mundial do Rim: entenda os riscos da doença renal crônica e saiba como se prevenir

Alerta da OMS aponta que, até 2040, a enfermidade será a quinta causa de morte no mundo
Em 9 de março é lembrado o Dia Mundial do Rim, data que estimula a prevenção e o tratamento adequado das Doenças Renais Crônicas (DRC). Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), até 2040 a enfermidade será a quinta causa de morte no mundo. “É uma doença silenciosa, onde gradualmente os rins perdem a capacidade de funcionar, levando ao acúmulo de toxinas no corpo. Se não for tratada, causa danos severos à saúde”, explica Larissa Rodrigues da Costa, nefrologista da Pró-Saúde que atua no Hospital Regional do Sudeste do Pará Dr. Geraldo Veloso (HRSP), em Marabá, interior paraense. Os rins desempenham a função de filtrar os resíduos tóxicos gerados pelas células e atuam como reguladores para manter o equilíbrio adequado de certas substâncias, como água e sais minerais presentes no sangue. A doença geralmente não apresenta sintomas, sobretudo no início. “Os sinais consistem basicamente em falta de apetite, inchaço nos pés, pernas ou rosto, fadiga, anemia, pressão arterial elevada e urina com espuma, entre outros”, cita a médica. Entre os principais fatores de risco estão diabetes, hipertensão arterial, obesidade, tabagismo, histórico familiar de doença renal, idade avançada e uso prolongado de certos medicamentos. “Muitos desses fatores estão diretamente relacionados aos hábitos de vida. Por isso, a prevenção consiste em dois pilares: adoção de hábitos mais saudáveis e informação sobre a doença para identificar de forma precoce”, enfatiza Larissa. Confira cinco medidas simples para prevenir doenças renais:
1- Faça exercícios físicos com regularidade;2- Evite o consumo excessivo de sal, carne vermelha e gorduras;3- Monitore o peso corporal, colesterol, glicose e pressãoarterial;4- Não fume e modere o consumo de bebidas alcoólicas;5- Beba água regularmente e preste atenção aos sinais de desidratação.
“O diagnóstico precoce é fundamental para a controlar e/ou retardar a progressão da doença. Ele é realizado por meio de avaliação clínica e exames laboratoriais, como o de sangue e urina, que identificam a dosagem da ureia e creatinina, marcadores da doença renal”, complementa Larissa. TratamentoQuando é diagnosticada a falência renal, caracteriza pela lesão irreversível nos rins, é necessário realizar tratamento para a substituição da função do órgão, como diálise, hemodiálise e transplante renal. No Brasil, segundo dados da Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), o número de pacientes com DRC avançada é crescente, sendo que atualmente mais de 140 mil pessoas realizam diálise no país. Um desses pacientes é Lindomar Pereira Santos, de 55 anos, que descobriu problemas renais há cerca de quatro anos. “Tive inchaço pelo corpo e mal-estar ao realizar atividades básicas do cotidiano. Busquei atendimento médico e recebi a notícia de que precisaria fazer sessões de hemodiálise para sobreviver. Fiquei muito assustado e inseguro”, lembra o marabaense. No tratamento de hemodiálise, durante algumas horas, o sangue do paciente é filtrado por meio de uma máquina, que remove os resíduos tóxicos e o excesso de líquidos do corpo. “Eu não sabia como me sentiria durante e após cada sessão, mas aos poucos percebi que o tratamento era fundamental para manter minha saúde. As primeiras sessões foram as mais difíceis, mas com o tempo aprendi a lidar com os efeitos colaterais e controlá-los com a ajuda dos profissionais que me acompanham”, conta Lindomar. O paciente é atendido há cerca de três anos no Centro de Hemodiálise do Hospital Regional do Sudeste do Pará, unidade pública de saúde que, somente ano passado, realizou mais de 13 mil sessões de hemodiálise, atendendo um total de 1.140 pacientes. “É importante lembrar que a DRC não tem cura, já que o órgão não pode ser recuperado. Com os tratamentos podemos minimizar os sintomas e evitar o avanço da doença, proporcionando mais qualidade de vida. A única possibilidade para que a pessoa tenha novamente um rim saudável é por meio do transplante renal, por isso, a prevenção é tão importante”, finaliza a especialista.

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