*Luiz Fernando Schibelbain
No meio da manhã, encho meus pulmões de ar e sinto o cheiro dos livros, enquanto ouço meu som preferido no mundo: o dos alunos compartilhando comigo suas dúvidas, seus anseios e sua curiosidade por descobrir o mundo. Sou professor com extremo orgulho! Nada me deixa mais feliz do que estar na sala de aula, trocar ideias, brincar com meus estudantes. Tudo ali é inspirador para mim. Tudo ali é vida!
É na escola que projetamos nossos sonhos, trabalhamos as incertezas, consolamos angústias e celebramos conquistas. Viajamos pela história, aprendemos sobre o planeta, as sociedades, os algarismos, as letras. E, enquanto estudamos o mundo, também passamos a aprender muito sobre nós mesmos. Melhoramos nossa comunicação, nos tornamos mais capazes de nos conectar às outras pessoas e entender melhor cada pedacinho do mundo que faz delas quem são.
Nesse ambiente, tempo e espaço se fundem em descobertas individuais e coletivas. É fantástico observar o mundo mágico desse organismo vivo e fazer parte disso não é para qualquer um. Por isso, professores e professoras são entes de respeito, engenheiros dessa alquimia que acontece pelo olhar, escrita, sentidos, materiais e acolhimento. Por meio de suas mais incríveis habilidades sociais, esses profissionais vão além da transmissão dos conteúdos. Somos, dentro e fora da sala de aula, orientadores, mediadores, conselheiros, ouvintes, educadores e muito mais.
Professor, em inglês, é teacher. Contudo, diferente do que acontece no Brasil, essa palavra não é um título, mas apenas o nome da profissão. Não se chama a professora Ana, por exemplo, de Teacher Ana, em inglês, mas de Ms., seguido de seu sobrenome. O mesmo acontece com professor: Mr. + sobrenome. É a cultura do indivíduo em si, e não de seu título, como fazemos aqui.
Já por aqui, nas salas de aula brasileiras, todos os alunos se referem a eles pelo seu título: PROFESSOR(A), antes de mais nada. Professor em primeiro lugar. Quando os alunos nos veem em algum lugar público, logo comentam: “olha lá o meu professor!”. E, em seguida, nos cumprimentam: “oi, profe!”. É por essa proximidade que, pouco a pouco, viramos parte da família, pertencemos à história do aluno e teremos lá um lugar garantido para sempre.
Da mesma forma, levamos conosco, em nossas mentes e corações, lembranças de professores que deixaram sua marca em nossa trajetória escolar. Aquele que foi o primeiro a nos guiar pelo caminho da escrita e leitura, ou aquele que nos inspirou a escolher a profissão que seguiríamos, ou aquele que, por sua didática, foi capaz de nos ajudar a superar conteúdos que nos pareciam complexos, ou, ainda, aquele que nos acolheu em um momento de sofrimento por razões que extrapolavam os muros da escola.
O dia 15 de outubro é momento de homenagear os docentes, principais responsáveis pela educação de crianças e jovens. A origem da data está em 1947, quando o educador Salomão Becker propôs uma reunião especial entre a equipe da escola em que lecionava para refletir sobre os problemas da profissão e debater melhores condições de trabalho. Com o tempo, essa ideia foi crescendo entre as escolas. Foi assim que, em 1963, surgiu o decreto que definiu a data como feriado escolar, o Dia do Professor, a ser comemorado todos os anos.
Esse dia simboliza todo o ano escolar na figura do mestre, protagonista na mediação entre o conhecimento e os alunos, orientando o caminho, auxiliando na construção do saber e das habilidades essenciais para a vida profissional e pessoal. Toda a contribuição que o professor oferece à sociedade e aos alunos é reconhecida nesse dia. Que possamos sempre nos lembrar da importância de valorizá-lo com respeito, gratidão e admiração, despertando o aluno para a aventura da vida. Parabéns pelo seu dia, professor(a)! Happy profe’s day!
*Luiz Fernando Schibelbain é especialista em ensino de Inglês e gerente de conteúdo no PES English.