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Será que sou líder?

Madalena Carvalho

Outro dia me falaram que prestar serviços de mentoria para líderes é uma coisa muito difícil, porque ninguém acorda querendo ser líder.

Hahahaha… se pensarmos dessa forma até faz sentido, mas vamos combinar, pensar assim é não entender nada sobre Liderança ou qual o papel de um mentor de líderes.

Realmente ninguém acorda dizendo: Eureka, agora serei um líder!

Porque a Liderança, segundo a minha ótica, é um processo lento e paulatino, que todos nós passamos, como se fosse um processo de “despertar”.  E nesse processo vamos sentir que alguns comportamentos nossos não agregam mais valor, que algo nos impulsiona para uma mudança pura e verdadeira. E, sem perceber, sentimos necessidade de mudar nossos comportamentos em casa, com os amigos, no ambiente profissional.

Quase que inconscientemente a mudança vai ocorrendo por uma série de fatores, que vai da própria maturidade à evolução multidimensional.  A chave vai virando sem a gente perceber.

Por isso que, quando algumas pessoas me perguntam: Madá, a gente nasce ou se torna líder? Eu respondo, invariavelmente: Nem uma coisa e nem outra. Porque a Liderança, como disse anteriormente, é um processo de Despertar e nesse ponto começamos a perceber que a liderança vai muito além dos muros organizacionais, porque liderança não é um cargo.

O problema é que muitas pessoas associam a palavra liderança com um cargo gerencial. Liderança é a maneira como você conduz pessoas em seu desenvolvimento.

Se você é pai ou mãe, me diga, não é assim? Você não se preocupa com o desenvolvimento integral do seu filho? Isso é Liderança!

Então, posso dizer, que ser líder é uma forma de viver, ao liderar situações, apoiar ideias, caminhar junto, promover a diversidade de opiniões, ou seja, trilhar um caminho que impacte em vidas, estejam essas em casa, na Organização ou no mundo.

Voltando ao que eu estava dizendo, quando as pessoas me fazem esse tipo de pergunta e respondo – “nem uma coisa e nem outra”, é porque quando chegamos nesse momento em que somos impulsionados a uma mudança – reunimos as condições natas, que trouxemos da infância, que faz parte do nosso DNA e juntamos com os conceitos aprendidos e nesse ponto, fazemos uma escolha: Eu quero ser líder.

Talvez, não exatamente, com essa frase, mas internamente você deseja ser uma pessoa melhor, passa a olhar o mundo de forma diferente, com olhos de amor. Sua escolha, sua decisão de ser uma pessoa melhor é a chave do sucesso.

Para que você pense se está no caminho certo, reflita sobre os pontos abaixo:

  • Desenvolvimento Humano

Um líder é fundamentalmente um promotor do desenvolvimento humano. Se você deseja, realmente fazer a diferença é importante pensar o quanto motiva as pessoas, como comunica-se com excelência, o quanto as pessoas se inspiram em você, o quanto consegue integrar as diferentes formas de pensar em uma mesma equipe, o quanto você se interessa pelo progresso do outro. Resumindo, quando falamos em Desenvolvimento Humano, estamos falando, também, do quanto você está à disposição para servir com amor.

  • Aprender e desaprender

Alvin Toffler tem uma frase fantástica que diz assim: “Os analfabetos do século 21 não serão aqueles que não sabem ler e escrever, mas aqueles que não sabem aprender, desaprender e reaprender.”

Precisamos exercitar nossa capacidade de aprender desaprender e reaprender, principalmente desaprender conceitos e comportamentos antigos que não levam a lugar nenhum, esquecer padrões arcaicos de uma liderança ultrapassada e que não gera resultado. Quero citar, também, outro guru, Steven Covey que em seu livro – O 8° Hábito nos diz que todas as vezes que queremos dar uma nova contribuição, precisamos nos preparar de novo. Aliás, aprender precisa ser um processo contínuo e ininterrupto, e agora, mais do que nunca. Uma liderança eficaz precisa entender a intergeracionalidade em que vivemos, pessoas de diferentes gerações provocando uma mudança sadia de aprender, reaprender e desaprender.

  • Generosidade

Talvez um dos comportamentos mais salutares de um verdadeiro líder é a generosidade. A capacidade de entregar-se a uma causa, com amor, compartilhando seu conhecimento, sua energia, seu tempo, sua experiência, suas ideias.  Essa capacidade de ser generoso é que forma os grandes líderes, pois é um sinal, fortíssimo do seu poder pessoal, da sua virtude de conduzir e transformar vidas.

  •  Os três poderes

Aqui é uma teoria minha! Existem 03 comportamentos que todos nós precisamos exercitar e que juntos exercem um poder de transformação no processo de liderança. Podem existir, separadamente, sim, mas juntos formam o que chamo de três poderes, são eles: o poder da influência, o poder da exemplo e o poder da confiança e precisam vir nessa ordem. Quando, no dia a dia, você promove o desenvolvimento humano, aprende, desaprende, reaprende, age com generosidade, é muito provável que você passe a influenciar esses comportamentos em outras pessoas. Você se torna exemplo e as pessoas confiam em você.

Esses são alguns pontos para uma reflexão. Liderança é um assunto extenso e complexo, mas para mim, apaixonante.

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Referências:

Alvin Toffler (Nova Iorque, 4 de outubro de 1928 – Los Angeles, 27 de junho de 2016 foi um escritor e futurista norte-americano, doutorado em Letras, Leis e Ciência, conhecido pelos seus escritos sobre a revolução digital, a revolução das comunicações e a singularidade tecnológica.

Os seus primeiros trabalhos deram enfoque à tecnologia e seu impacto (através de efeitos como a sobrecarga de informação. Mais tarde centrou-se em examinar a reação da sociedade e as mudanças que esta sofre. Os seus últimos trabalhos abordaram o estudo do poder crescente do armamento militar do século XXI, as armas e a proliferação da tecnologia e o capitalismo. Foi casado com Heidi Toffler, também uma escritora futurista.

O Choque do futuro foi seu primeiro livro, e um sucesso editorial, mas Alvin Toffler se tornou conhecido do grande público por sua obra A Terceira Vaga (no Brasil editado como a “Terceira Onda”, do inglês The Third Wave) de 1980, na qual descreve a evolução da sociedade humana, desde o tempo do predomínio das atividades agrícolas, passando pela fase industrial, até a era pós industrial, a era da informação. A expressão “terceira onda” foi amplamente adotada e passou a estar presente no cotidiano da mídia, do meio acadêmico e empresarial. Alvin Toffler se tornou uma referência sobre assuntos contemporâneos, e as perspectivas de seu desenvolvimento, em um futuro mais ou menos remoto. O modo, enfim, como a sociedade experimentará os efeitos dessas mudanças em termos políticos, econômicos e nos demais aspectos da vida social.

Stephen Richards Covey (Salt Lake City, 24 de outubro de 1932 – Idaho Falls, 16 de julho de 2012) foi um escritor estadunidense, autor do best-seller administrativo (classificado por alguns como livro de auto-ajuda) Os Sete Hábitos das Pessoas Altamente Eficazes, publicado pela primeira vez em 1989, como também do livro (Primeiro o Mais Importante), dentre outros. Foi fundador da Covey Leadership Center em Salt Lake City, Utah, e da “Covey” de FranklinCovey Corporation, que ensina a como fazer planejamentos nas organizações.[2]

Biografia

Covey é mestre em Administração pela Harvard e doutor pela Universidade Brigham Young.Ele tinha 9 filhos e 52 netos.[4] Ficou mundialmente conhecido com o livro Os Sete Hábitos das Pessoas Altamente Eficazes, lançado em 1989. Covey instruiu as pessoas a como adquirir plena eficácia na vida, especialmente no contexto da vida profissional e da administração. Porém, seus livros também enfatizaram a família, a liderança pessoal ou autoliderança, a primazia do caráter sobre as técnicas, a necessidade de construirmos um alicerce de integridade para nossa vida e a importância da contribuição e do legado. Foi consultor pessoal dos ex-presidentes Bill Clinton, dos EUA, Vicente Fox, do México, do sul-coreano Kim Dae Jung e de CEOs de diversas empresas norte-americanas e do mundo. Em 2004, lançou O Oitavo

Hábito: da Eficácia à Grandeza, continuação do best-seller lançado 28 anos antes. Covey vendeu mais de 25 milhões de livros em 38 idiomas.

Morte

Covey faleceu em 16 de julho de 2012, em decorrência de uma hemorragia cerebral que sofreu em abril durante um acidente de bicicleta nas colinas de Provo, no estado de Utah.

Madalena Carvalho é Proprietário na empresa Carvalho & Lima Consultores Associados. É Mentora de l´íderes, palestrante e escritora

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