Andréa Fanton
Por muito tempo, a avaliação foi elencada como vilã no cotidiano escolar dos estudantes. Os jargões “vale nota?”, “vai cair na prova?”, entre outros, ilustravam o caráter imediatista de se aprender ou anotar o conteúdo apenas para poder “tirar” nota nas avaliações que se apresentavam e tão somente de forma classificatória.
Há muito tempo a avaliação escolar tem sido alvo de grandes discussões com o intuito de torná-la uma etapa mais eficiente no processo de ensino e aprendizagem. Desprezar os paradigmas modernos de avaliação educacional é não valorizar o papel significativo que essa ferramenta apresenta, pois, por meio dela, é possível monitorar o progresso do aluno, orientando-o sobre pontos de melhoria e desenvolver aulas alinhadas às lacunas de aprendizado que precisam ser preenchidas.
A avaliação deve ser vista como um investimento no desenvolvimento de habilidades não consolidadas e, em última instância, converter em notas os aprendizados apresentados pelos alunos. A classificação dos alunos por nível de desempenho acontecerá como uma consequência natural do processo de avaliação. O olhar para os resultados precisa ser amplo e direcionado para todos e tudo o que o sistema avaliativo abraça.
Atualmente, a avaliação escolar é composta por diferentes modalidades e trabalhar na integração com esses modelos pode garantir excelentes resultados, porque cada um deles contempla habilidades diversas, atingindo as singularidades dos diversos perfis de alunos. São elas:
– Avaliação Diagnóstica: como o próprio nome já diz, esse instrumento avaliativo é utilizado para que o professor tenha subsídios sobre o aprendizado do aluno. Geralmente é feita antes de iniciar um ciclo, ajudando a identificar uma base para iniciar os trabalhos e as eventuais defasagens no aprendizado. Esse tipo de avaliação pode ser quantificado, mas o objetivo é colher evidências pedagógicas que apontem as fragilidades e potencialidades do aluno frente ao processo de ensino e aprendizagem. No programa de avaliação diagnóstica temos as avaliações de sondagem em larga escala aplicadas por empresas especializadas.
– Avaliação Formativa: trata-se de um conjunto de práticas que utiliza diferentes métodos avaliativos para medir, de maneira profunda e individual, o processo de ensino e aprendizagem. Nesta modalidade, temos como critérios para as atividades avaliativas a participação do aluno em trabalhos em grupo, debates, seminários, autoavaliação etc. Além disso, é chamada de formativa por indicar como os alunos estão se modificando em direção aos objetivos pré-estabelecidos e sua função é acompanhar esse processo para o alcance das metas planejadas.
– Avaliação Somativa: avalia o desempenho escolar do aluno como um todo e, geralmente, acontece quando se encerra um ciclo. Por meio desse instrumento é possível delinear e nivelar o aprendizado escolar de um determinado número de estudantes. É reconhecida pela sua função classificatória por meio da atribuição de notas.
Trabalhar todos os tipos de avaliação é importante, pois ao entrelaçar os resultados é possível ter uma visão global do processo de aprendizado de cada aluno e, assim, com resultados fidedignos, as intervenções pedagógicas podem ser mais adequadas, garantindo um cotidiano escolar producente que resultará numa educação de qualidade.
“Quem é sábio ouça essas coisas, e considere atentamente as benignidades do Senhor”.
— Salmos 107:43
Andréa Fanton é assessora pedagógica do Colégio Presbiteriano Mackenzie Tamboré Internacional.