Domingo, 22-01-2022
Por: Nair Lúcia de Britto
Em nome de Deus, Maria Santíssima e São José; rogo ao Papa Francisco; Autoridades Eclesiásticas e Administrativas; à Imprensa Nacional e Internacional que façam Justiça ao Bispo Emérito da Arquidiocese da Paraíba, Dom Aldo Di Cillo Pagotto, um dos mais ilustres e honrados ministros de Deus, que retornou à Pátria Espiritual na data de 14 de abril de 2020.
A bem da verdade e na qualidade de Jornalista, apresento o resultado das minhas pesquisas que comprovam a inocência de Dom Aldo. E a necessidade urgente de uma retratação por parte de todos aqueles que o ofenderam moralmente. Principalmente os órgãos de imprensa que mancharam sua dignidade, baseados em calúnias. Ofensas mentirosas que repercutiram negativa e injustamente junto à população, em geral: redes sociais e Imprensa Internacional. Ao término das investigações, comprovou-se finalmente a inocência de Dom Aldo. Mas essa verdade caiu num silêncio tão cruel quanto as calúnias que lhe foram feitas.
QUEM ERA DOM ALDO?
O nome Aldo, de origem germânica, significa sabedoria e nobreza. Exatamente como Dom Aldo era: sábio e nobre. Um desses seres iluminados que Deus faz descer sobre a Terra, para iluminar quem os cerca. Desde o berço, recebeu dos pais (imigrantes italianos) uma esmerada formação católica. Quando ainda menino consagrou-se à Nossa Senhora e, bem jovem, escolheu ser Padre.
Ingressou na Congregação do Santíssimo Sacramento. e foi ordenado presbítero em 1977; onde professou seus votos perpétuos. Administrou a Paróquia de Caputira-MG e foi professor de Teologia Fundamental no Seminário Diocesano de Caratinga. Vigário paroquial da Catedral de Belo Horizonte e de Santa Efigênia; co-formador de filósofos da Congregação dos Sacramentinos; vigário paroquial de São Benedito; vigário episcopal da Região Metropolitana de Fortaleza; professor de Teologia Fundamental, no Instituto Teológico Pastoral do Ceará; vice-provincial dos Sacramentinos; e vigário Geral da Arquidiocese de Olinda e Recife. Cursou Filosofia e Teologia Dogmática na Universidade Gregoriana de Roma (1988 a 1991)
Em 1997 Dom Aldo Pagotto foi nomeado Bispo da Diocese de Sobral, pelo Papa João Paulo II. Em 2004 foi transferido para a Arquidiocese de João Pessoa-PB. Também foi o presidente da Pastoral da Criança, liderada pela Dra. Zilda Arns, onde Dom Aldo desenvolveu um intenso trabalho de incentivo à solidariedade e promoção humana. Quando Zilda Arns faleceu, Dom Aldo tomou para si a responsabilidade da causa de sua beatificação.
POLÊMICAS
Muitos cristãos se rebelaram quando Dom Aldo proibiu padres de se candidatarem a cargos políticos. No entanto, essa proibição era uma ordem do Papa; que não só proibia padres na Política, como também propalar ideias divergentes das orientações do Vaticano. Outro motivo de ataques a Dom Aldo foi o fato de ele ter-se posicionado contra a Invasão de Terras. Daí o boato de que ele era inimigo dos pobres. Dom Aldo seguia o Evangelho. “O que é dos outros não se pode ter”. E cobrava dos governantes oportunidades de estudo e trabalho para todos, constantemente.
Através da gravação de um vídeo, Dom Aldo confrontou a ex-presidente Dilma, que estava sendo pressionada por mulheres que cobravam dela a legalização do aborto no Brasil. Dom Aldo reagiu contra essa pressão feminina e cobrou dela a promessa em defender a Vida. O Evangelho também proíbe matar, em quaisquer circunstâncias.
Dentro da Igreja, foi bastante criticado por ter amigos de outras crenças religiosas; e também pela visita que fez a Chico Xavier. Ora, é sabido que Chico Xavier é valorizado até no Exterior. Não se justifica que o médium sofra preconceito no próprio país em que nasceu. Que culpa teve Dom Aldo de ter sido um padre inteligente, lúcido e humanitário? Isso nunca o impediu de ser um autêntico representante da Igreja Católica.
Ele defendia a “Família” como sendo um dos maiores valores morais e um alicerce fundamental da Sociedade. Em seus sermões, dizia repudiar relacionamentos superficiais, nos quais os jovens se usavam entre em si. “E quando, geravam um filho queriam se livrar dele como se livra de um lenço de papel usado.”
Certa vez, Dom Aldo foi convidado para dar uma palestra sobre “Família” num Congresso que se realizaria numa Casa Espírita. Ele aceitou e, por isso, um padre (fanático) tentou agredi-lo, mas felizmente foi impedido pelos demais, ali presentes. O padre agressor, então, ameaçou matá-lo, caso comparecesse ao Congresso. Dom Aldo queria ir assim mesmo, mas amigos dele não permitiram que ele se arriscasse, contou o radialista Alamar Regis Carvalho.
DESVIOS DE DINHEIRO
Tempos depois da Renúncia, Dom Aldo resolveu revelar à Revista Veja o seguinte: “A questão administrativa e patrimonial da Arquidiocese da Paraíba estava bastante comprometida. Havia coisas mal resolvidas.” “Então começamos a pôr em ordem com prestação de contas.” Pediu também uma auditoria no Colégio Pio XVII, por suspeitas de irregularidades. Essa decisão contrariou os interesses de alguns padres privilegiados. Começaram então os ataques contra ele. Os ataques provinham de um grupo bem articulado, composto por cinco padres. Esses padres eram veteranos e bem posicionados. A princípio acusaram o clero de estar dividido; depois partiram para graves ofensas morais contra Dom Aldo e outros padres. Todos comprovadamente inocentes.
RENÚNCIA
Dom Aldo contou, também à Veja, que sua Renúncia não aconteceu por vontade própria e, sim, por determinação do Vaticano. Viu-se no dever de obedecer a hierarquia da Igreja. Então renunciou, oficialmente, no dia 6 de junho de 2016. Explicou que, dias antes, foi chamado à Brasília para conversar com o núncio apostólico, representante do Papa no Brasil. Pediu ao núncio para ter acesso ao processo para se inteirar do que estava sendo acusado, mas o núncio disse apenas: “Não se pode mostrar.” Também não revelou a Dom Aldo quem o acusava. Só disse o seguinte: “O Papa está muito preocupado com você. Para seu próprio bem e o bem da Igreja é melhor renunciar.”
CARTA CRIMINOSA
A Renúncia de Dom Aldo teve origem numa carta supostamente assinada por Mariana José Araújo da Silva, na qual ela fazia acusações mentirosas contra Dom Aldo. A tal carta chegou à Nunciatura brasileira e, depois, foi encaminhada ao Vaticano. O Papa já estava assoberbado com vários casos de abusos sexuais cometidos por padres. Sofria pressão de todos os lados para que solucionasse o problema. Motivo pelo qual, em junho de 2015, Francisco criou uma instância judiciária para julgar padres que abusavam de menores e instituiu uma comissão internacional de especialistas encarregados de prevenir esses casos.
Indignado pelo conteúdo da carta, Dom Aldo entrou com um processo junto à Justiça, por Calúnia e Difamação, contra Mariana. Mesmo sem nenhuma prova contra o Bispo, Mariana recusou-se a retirar as acusações, na audiência de conciliação realizada dia 19/04/15. E, pasmem, foi absolvida do processo por Calúnia; o que comprometia ainda mais a imagem de Dom Aldo porque dava a entender que suas acusações tinham fundamento.
Dom Aldo pensou em entrar com um recurso junto ao seu advogado, mas estava tão abalado emocionalmente que desistiu. Além disso seu estado de saúde agravou-se. “Resolvi perdoar”, desabafou junto a um dos muitos padres que o estimavam e que ele formou. Assim, apresentou a carta de Renúncia, aceita pelo Papa, e retornou à Fortaleza para exercer o ministério no Santuário Benedito no centro da Capital Cearense.
TERMO DE DECLARAÇÃO
O conteúdo fraudulento da carta de Mariana foi constatado no dia 20/08/15. Dia em que ela foi intimada a prestar declarações na Delegacia Distrital da Capital, em João Pessoa. Na presença do Bel Delegado de Polícia Civil, no “Termo de Declaração”, a declarante negou veementemente a autoria da carta.
Mariana confessou que nunca chegou a conversar com Dom Aldo e nunca entrou nas dependências do Palácio do Bispo. Que nada sabia sobre sua vida particular e que, também, nunca foi à cidade de Bayeux e não conheceu ninguém naquela cidade com o nome de Wueslen e Arthur; que nunca ouviu nenhum comentário sobre a vida pessoal de Dom Aldo nem dos outros padres denunciados. Disse ter realizado trabalhos voluntários na Igreja São Rafael e na Comunidade Santa Clara. Que nunca almoçou no mesmo recanto que Dom Aldo e nunca foi à residência dele. Revelou que conhecia o ex-seminarista de nome Jandeilson, residente nos Bancários, seu amigo; mas que esse rapaz jamais relatou algo contra a moral de Dom Aldo ou dos outros padres denunciados, por ocasião de suas atividades eclesiáticas. Que não tinha ciência de nenhum dos atos, citados na carta, que pudesse desabonar o Bispo nem aos outros padres.
Argumentou ser pessoa de pouca instrução e, portanto, incapaz de redigir uma carta tão bem elaborada e com tantos detalhes. Negou a autoria das calúnias, ali contidas, mas reconheceu ter assinado a carta.
Mariana foi absolvida do processo de Calúnia e Difamação (movido por Dom Aldo) pelo simples fato de que ficou comprovado que não foi ela quem escreveu a carta. Então, quem foi? Quem é o culpado desses dois crimes? Calúnia e Difamação; e Falsidade Ideológica. É a pergunta que não quer calar!
UM JORNALISTA REVELA
O jornalista Rubens Nóbrega, aposentado, do Jornal “O Norte”, da Paraíba, revelou em seu Blog:
“A advogada Laura Berquó apontou os padres Luiz Antonio de Oliveira, Marcondes Menezes e outros três que ela não nominou, como responsáveis da armação que teria levado Dom Aldo Pagotto a renunciar ao cargo de arcebispo da Paraíba. A armação desses padres, todos de João Pessoa, consistiria em montar denúncias e espalhar boatos nos quais o arcebispo seria acusado de proteger padres”, indignos de seu mistér e “perseguir movimentos sociais, maltratar pessoas pobres; e bajular os ricos e poderosos do Estado”.
“Padres Luiz Antonio, Padre Marcondes e mais três, pelo menos, deveriam assumir para a comunidade católica a armação que fizeram contra Dom Aldo. Seria mais digno”, escreveu Laura no Blog Epa Hey (epahey2015blogspot.com.br). Sugerindo ainda que um deles seria o verdadeiro autor da carta” na qual uma paroquiana faz várias acusações ao Bispo.” Referindo-se ao documento assinado por Mariana José Araújo da Silva. que estava sendo processada por Dom Aldo. O documento falso, que Mariana assinou “era peça importante do processo interno e sigiloso instaurado pelo Vaticano”.
Nóbrega procurou o Padre Luiz Antonio (da Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, do Altiplano) para falar sobre a armação contra Dom Aldo, da qual Laura o acusava. Este admitiu divergências nos critérios para a formação de seminaristas. Mas negou a autoria da armação mencionada. E ainda acusou Dom Aldo de maltratar pessoas humildes e os pobres. E que, além disso, ele defendia o trabalho infantil.
Eu, pessoalmente, reconheço facilmente essas acusações como mentirosas. Basta observar , pelas gravações em vídeo, o comportamento ético, humano, com o qual Dom Aldo sempre demonstrou a todos. Tratando os jornalistas com cordialidade e, durante as missas, sempre amável com seus fiéis. “Meus amados, minhas amadas…”, era assim que Dom Aldo os chamava.
Também diziam que Dom Aldo era arrogante. O que também não é verdade. Ele era, sim, eloquente, apaixonado pelo Evangelho, o qual parecia querer enfiar na cabeça das pessoas, para que soubessem como deviam amar a Deus e conquistar a Vida Eterna.
Nóbrega ainda revela no seu Blog que Mariana não só admitiu ter assinado uma carta mentirosa, como também confessou não conhecer nenhuma das “persongens criadas na denúncia”. Reconheceu também ser uma pessoa muito ingênua e que foi manipulada por outras pessoas que queriam manchar a imagem do Bispo. Que recebeu dinheiro para seguir adiante com as denúncias. “Outros depoimentos de Mariana não foram revelados.”
O TEMPO É SENHOR DA RAZÃO
“O tempo é senhor da razão. Cedo ou tarde, não há nada de oculto que um dia não venha a ser revelado”, disse Dom Aldo na sua carta de Renúncia. “Eu esperava que a Arquidiocese da Paraíba publicasse em nota oficial a homologação da Sentença que o TRT/PB emitiu aos 8 de novembro de 2017, a respeito da falta de materialidade de provas sobre os supostos crimes praticados contra menores. Fomos isentados de culpa, o arcebispo emérito e os padres acusados.” Nem ao menos isso fizeram por Dom Aldo.
O tempo foi, sim, o senhor da razão; e a verdade veio à tona. Só que a Verdade ficou camuflada. Muitas pessoas a quem Dom Aldo ajudou deram-lhe as costas. Mas amigos leais lhe prestaram emocionantes homenagens.
As calúnias infames contra Dom Aldo fragilizaram a saúde dele e lhe causaram um enorme sofrimento. A gargalhada gostosa, própria dos italianos calou-se. “Está no sangue dos italianos a alegria e o trabalho!”, dizia brincando. O que mais doeu em Dom Aldo foi ter sido brutalmente atingido naquilo que ele tinha de mais precioso: sua dignidade.
Dom Aldo morreu sem saber da prova cabal da sua inocência, o que seria um bálsamo para sua alma tão machucada. Tanto bem que ele fez, tanto mal recebeu… Partiu sem saber que o tempo foi, sim, o senhor da razão. Razão que caiu num silêncio imperdoável. Não convinha aos seus algozes mostrar suas “caras quebradas”. Não traria nenhuma vantagem.
Por isso estou aqui, mais uma vez, para defender Dom Aldo. O crime de Calúnia e Difamação tem que ter uma punição que corresponda à gravidade do ato. Uma pessoa não pode destruir a vida de um inocente e ficar impune. A meu ver, a Calún ia é um assassinato por palavras na boca impura de uma pessoa indigna e invejosa.
Como jornalista, tenho uma trajetória modesta. Nunca fui famosa, como eu sonhei, quando jovem. Mas tenho algo mais valioso do que a fama. É minha conscência limpa. É ter cumprido o juramento que fiz, quando me formei. É ter o orgulho merecido de que jamais escrevi algo que não fosse uma verdade absoluta, ou que pudesse prejudicar alguém.
Esse orgulho é o maior tesouro que eu tenho. E o carregarei comigo para a Eternidade. É em nome verdade que eu tanto prezo, que eu peço Justiça para quem realmente esteve aqui na Terra, “para servir”. Por todos os cantos, que se faça o justo alarde sobre a prova da integridade moral de Dom Aldo Pagotto, para que ele descanse em paz.
Lá do céu, onde ele está, tudo que ele quer é Respeito pelo seu nome.