Dom Aldo Pagotto
Com muito carinho relembro a Crônica que Dom Aldo escreveu, na qual ele manifesta o verdadeiro sentido do Natal. A comemoração do Nascimento de Jesus, filho de Deus. Que a Virgem Maria Santíssima concebeu através do Espírito Santo e que com todo amor de pai São José acolheu.
Nair Lúcia de Britto
Senhor, por amor à humanidade Tu Te encarnaste. Luz que ilumina todo ser que vem ao mundo. Te fizeste um conosco. Te compadecendo da miséria humana. Tu assumistes a nossa humanidade para arrancá-la do poder das trevas e reunir filhos e filhas de Deus que estavam dispersos e divididos entre si. Queremos caminhar para a Tua Luz!
Embora muitos não te conheçam, estás perto de cada irmão em Teu amor aberto a todos. Se alguém te rejeita é porque ainda não te conhece. Por preconceitos, quem sente medo de Ti, talvez porque falaram que Tu és simples, mas o mandamento de amor é exigente. De fato o medo de amar é o medo de se libertar do próprio egoísmo, de mágoas e de ressentimentos.
Jesus, Tua verdade forma homens livres. Muitos a experimentam, por isso procuram Te seguir, não obstante suas fragilidades e inconstâncias. Os que Confiam na Tua Palavra sentem o Teu poder. Recebem Teu amor, enfrentam cruzes e revezes da vida. Amadurecem. Criam convicções. Tomam atitudes coerentes. Transformam-se interiormente. Outros lutam para se libertar da mentira, dos apegos que os escravizam e os dividem ainda mais.
Senhor, o homem que se divide interiormente, fragmenta a família também. Há muitos corações feridos por sentimentos passados. Há cobrança de erros não perdoados, verdades não restauradas, equívocos não superados. Afasta de nós o juízo perverso que nos tenta à revolta e nos agride. Tua luz espante as trevas dos que insistem em espalhar divisão e se fechar na própria incompreensão!
Jesus, que nada, nem ninguém tire a nossa paz de espírito que vem de Ti! Fecha os nossos lábios e nossa mente àqueles que provocam intrigas, ódios, dissenções! Coração dividido, mentalidade tacanha. Família dividida é família fracassada. Povo dividido se perde no atraso.
Na gruta de Belém, de bracinhos abertos, recebestes gente rude e sábia, pastores e reis. Tu não fizeste discriminação por causa de raça, de credo, ideologia. Em Tua sabedoria divina, Tu vês as pessoas por dentro. Tu acolhes a todos, sem exceção. Vieste para incluir sem julgamento prévio que condena que não pensa igual.
Oh! pequenino grande, que a Tua presença nos liberte a todos da paixão pelas aparências, causa de tanto sofrimento. A carga desse engano nos tortura e nos tira a alegria de viver. Faze-nos portadores da Tua serenidade, da Tua simplicidade, do Teu afago, de Tua luta pelo bem sem destruir os outros. Fica conosco, Senhor, menino, inocente, manso, puro, humilde de coração. Abençoa nossa gente, nossas famílias, nossa cidade, nossa Pátria!
Jornal Correio da Paraíba, 26 de dezembro de 2010.
Esta e outras crônicas de Dom Aldo Pagotto estão reunidas no livro, de sua autoria, “O Evangelho nos Nossos Dias”.