Nair Lúcia de Britto
Não é necessário ser uma pessoa religiosa para exercer a caridade. A caridade é um dever social, uma atitude indispensável ao cidadão de bem. Quem não tem caridade para com os outros é uma pessoa malvada.
Mas, infelizmente, a falta de caridade é um grave problema que se arrasta desde os tempos da caverna. De lá para cá já evoluímos bastante, mas não o suficiente para vivermos bem e em paz.
As guerras ainda persistem destruindo tudo e maltratando inocentes. O mundo está dividido entre o Bem e o Mal. O ódio, o egoísmo, a ganância, a injustiça, a desonestidade, a incompreensão, a mentira, a deseducação, o preconceito, a ignorância, a indiferença, a ociosidade… tudo isso mantém a maldade robusta e competente para fazer sofrer.
Eu acredito que para minimizar esse mal é preciso cortá-lo pela raiz, como já diz um antigo ditado popular. Acho que uma boa estratégia começar a limpar toda essa sujeira de cima para baixo. Eleger humanistas, para cargos de liderança desde os mais elevados até os mais modestos.
Imaginem se em vez de guerras os países fossem solidários uns com os outros. Se tivéssemos políticas públicas capazes de sanar desigualdade social. Se houvesse Saúde, Educação e Trabalho para todos, sem distinção.
O que vemos no mundo de hoje, segundo noticiários, de responsabilidade, é compra e flexibilização do uso de armas. A dramaturgia, especializada em erotismo e violência, passa a ideia de que é bonito ser um troglodita, um “machão”.
“Só a arte poderá salvar a humanidade!” Mas, como? Se a beleza aparece ofuscada.
Não podemos nem devemos mudar as pessoas, mas podemos mudar a nós mesmos, nos tornando melhores. E contribuir para que outros melhorem também. Este é um passo que todos nós podemos dar, para tornar o mundo melhor.
As pessoas mais simples são as que mais trabalham e, vejam bem, um trabalho de utilidade pública, indispensável; no entanto os mais mal remunerados. Quantos trabalhadores estão passando fome? Quantas crianças sem comer, despedaçando o coração dos pais?
É preciso muito mais do que Bolsa-família ou Auxílio emergencial. Não se tapa o Sol com uma peneira. É preciso políticas públicas inteligentes, honestas e humanas que comecem desde de “ontem” a obrigação de desenvolver a igualdade social. Os criminosos tão odiados também são vítimas dessa desigualdade. Eles devem ser reeducados e não maltratados. Não se extingue a violência com violência.
Observe-se que a Psiquiatria tem um papel preponderante para diagnosticar psicopatas. Causariam um estrago se ocupassem cargos de liderança. Só um psiquiatra pode diferenciar um criminoso de um psicopata. Ambos têm que ter destinos diversos.
O criminoso tem que ser recuperado pela Justiça e o psicopata, tratado pela Medicina. O criminoso pode arrepender-se e, recuperado, voltar à sociedade. O psicopata, em graus mais graves, precisam ficar internados num Hospital psiquiátrico até que possam ser curados. Isto porque, soltos, são um risco permanente à sociedade. Usar de violência para com eles só vai agravar a doença, da qual não são culpados.
Até agora eu não entendo por que tanta preocupação e tanto dinheiro gasto para descobrir o que tem na Lua, ou num outro planeta. Isso é válido, é Ciência. Mas esta é uma preocupação que deve ficar para depois que todos os problemas existentes no Planeta Terra sejam solucionados.
A Psicopatia (ausência de consciência) é um deles.