Gilberto da Silva
ALVORADA” é novo filme das diretoras Anna Muylaert e Lô Politi, um filme que narra, com proximidade e intimidade sem precedentes, o dia a dia de um chefe de estado em sua residência oficial – a presidente Dilma Rousseff no Palácio do Alvorada – no período mais tenso e dramático da história recente do Brasil. Uma tensão que vai aumentando a cada dia. Mas é incrível ver a força e resistência da presidente.
Com certeza o expectador terá uma outra visão do processo de impeachment – vistos em outros filmes, também dirigidos por mulheres- que acabou por afastar a primeira mulher eleita presidente do Brasil.
O cotidiano do palacio presidencial, com seus assessores, seus funcionários e seus animais no quintal é bem diferente dos filmes que focaram na desgraceira que foi aquela sessão do impeachment de Dilma Roussef em 2016. A câmera foi focada exclusivamente no espaço fechado do Palácio residencial da presidente e seus movimentos. Ouve Dilma e suas criticas às elites brasileiras, suas perguntas: “será que eu não sou um ser humano?”, “eu não me desequilibro” e as tensões aumentado… O golpe já posto.
A melancolia vai aprofundando com o final do filme e funcionários, assessores e ex-ministros, perplexos e quase sem ação com o resultado da votação.
O filme reve uma Dilma culta em conversas informais sobre política, história, literatura, sorridente em vários momentos. O ser humano está presente para além do cotidiano da política.
Segundo as diretoras, Anna Muylaert e Lô Politi:
“ALVORADA, é um filme de emergência, feito no calor da hora entre pessoas que nunca tinham trabalhado juntas mas que se uniram num esforço estupefato para registrar os últimos momentos de Dilma Roussef no poder, sob a pressão de um golpe. ALVORADA tem o ponto de vista da residência da presidente em todos os seus andares e esferas de poder focando sua câmera não nos grandes gestos históricos – já retratados em outros filmes do período – mas sim nos pequenos gestos pessoais de Dilma, seus assessores e funcionários e no clima de melancolia destes dias finais.
Hoje, quase 5 anos depois, como consequência direta daquele período conturbado – vivemos uma crise sanitária, econômica, política e moral no Brasil – talvez a maior de nossa história. Acreditamos que ver o filme hoje e poder observar como ela reagiu pessoalmente a sua retirada do poder, possa talvez nos ajudar a compreender um pouco mais porque chegamos até aqui.”
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Ficha Técnica:
Direção: Anna Muylaert e Lô Politi Produção Executiva: Ivan Melo e Aza Pinho Fotografia e Câmera: César Charlone, ABC e Lô Politi. Montagem: Vania Debs, Hélio Villela Nunes e Anna Muylaert. Som direto: Hudson Vasconcelos e Marta Suzana. Supervisão e edição de Som: Miriam Biderman, ABC Desenho de som e mixagem: Ricardo Reis, ABC Coordenação Musical: Patricia Portaro Colorista: Luisa Cavanhagh Trailer e Teasers: Marina Kosa Design Gráfico: Marcelo Pallota Produção: África Filmes, Dramática filmes e Cup Filmes Produtoras Associadas, Dandara Ferreira e Aza Pinho Produção Associada: Quanta, Hugo Gurgel, Guilherme Ramalho, Eduardo Shaal. Distribuição: Vitrine Filmes Produtores: Lô Politi, Anna Muylaert e Ivan Melo Gênero: Documentário Duração: 80 min Classificação: a definir
Sobre as Diretoras Anna Muylaert nasceu em São Paulo e estudou Cinema e Artes na USP. Nas últimas décadas escreveu roteiros para programas de TV (MUNDO DA LUA, CASTELO RA-TIM-BUM, UM MENINO MUITO MALUQUINHO, FILHOS DO CARNAVAL, AS CANALHAS, entre outros) e cinema (O ANO EM QUE MEUS PAIS SAÍRAM DE FÉRIAS, XINGU, PRAIA DO FUTURO e outros). Anna dirigiu DURVAL DISCOS, É PROIBIDO FUMAR e 3 outros filmes, mas tornou-se internacionalmente conhecida com QUE HORAS ELA VOLTA? em 2015. O filme recebeu o Prêmio Especial do Júri no Festival de Cinema de Sundance, e de público no Panorama do Festival de Berlin em 2015 e foi lançado em salas em 30 países, o que levou Anna a ser convidada a fazer parte da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas (Oscar). Atualmente está em preparação para filmar seu novo longa-metragem O CLUBE DAS MULHERES DE NEGOCIOS. Ela é mãe de José e Joaquim. Lô Politi estudou cinema, televisão e jornalismo e trabalhou como produtora e assistente de direção por 10 anos e desde 1998 atua como diretora, roteirista e produtora. Seu primeiro filme, JONAS, onde assina direção e roteiro, recebeu o Prêmio Especial do Júri no Festival Internacional do Rio, participou de mais de 10 festivais internacionais e está atualmente disponível no catálogo da Netflix em 190 países. Seu segundo filme de ficção, SOL, onde também assina direção e roteiro, está agora em sua fase final de pós-produção e será lançado em 2021. Atualmente produz e dirige, em parceria com Dandara Ferreira, DIVINO MARAVILHOSO, um filme sobre a cantora brasileira Gal Costa. Lô é produtora associada de 3%, primeira série brasileira produzida pela Netflix. |