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PALAVRAS DO CORAÇÃO

(The Letter Writer – EUA-2011)

Nair Lúcia de Britto

 

O filme conta a história de vida de uma adolescente chamada Maggie (Alley Underwood)  e os motivos de sua tristeza. Para começar o pai dela se divorciou da sua mãe quando ela ainda era pequena. Construiu uma nova família e a ignorou, desde então.

Seu sonho era cantar e formar uma banda de rock, mas lhe faltavam recursos para realizar seu desejo. Na Escola ela vai mal porque tinha dificuldades em aprender Matemática. Por isso era repreendida pela mãe. E quando Maggie explicava que seu sonho era cantar a mãe respondia: “Aprenda a ter responsabilidade!”, e não incentivava o talento da filha.   

Um dia Maggie recebeu uma carta de alguém que a tratava carinhosamente e parecia estar a par dos seus problemas. A assinatura era de Sam, mas ela não conhecia ninguém com esse nome. Intrigada, começou a investigar sobre o remetente. Até que chegou a um asilo de idosos e descobriu que Sam (Bernie Diamond) era um deles.

Perguntou então a Sam por que ele lhe escrevera aquela carta tão bonita e que a deixou feliz, se ele nem ao menos a conhecia.

Soube então que ele costumava escrever diariamente cartas para várias pessoas sem conhecê-las; e que, por pura intuição, ele percebia que eram pessoas que estavam precisando de uma palavra amiga.

Por que você faz isso? – Maggie perguntou, curiosa.

Sam ficou uns instantes pensativo, e murmurou:

“P a l a v r a s”.

Depois recordou um passado distante em que ele reconhecia ter sido uma pessoa que usava muito mal as palavras. As palavras tem um grande poder sobre o bem e o mal. Depende de como a usarmos. E contou um triste episódio de sua vida.

Ele costumava ser muito rude com as pessoas as quais se relacionava, machucando-as, mesmo sem querer. As palavras ferinas que ele pronunciava até mesmo aos entes queridos, levavam-lhes tristeza e infelicidade.    

Um dia brigou feio com um amigo de quem ele gostava muito. Após essa briga o amigo dele teve um enfarte. Não houve sequer tempo de lhe pedir desculpas. A triste consequência do seu erro, fez com que ele mudasse de vida. Prometeu a si mesmo que nunca mais diria palavras ofensivas; mas, sim, somente palavras amigas.

Daí a razão pela qual, Sam escrevia todos os dias cartas carinhosas a quem nem ao menos conhecia.
Nair Lucia de Britto – Folha

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