Educação Educação Educação Inclusiva

Educação Especial: Métodos Inclusivos

Educação Especial: Métodos Inclusivos

Maria Aparecida de Carvalho[*]

Taiana Veríssimo de Oliveira Lima**

Jaqueline Tamires Pereira***

Maria Aparecida de Carvalho – Licenciada em Pedagogia. Especialista em Psicopedagogia. Mestranda em Educação – Universidade Theology & Sciences (ITS), Orlando – FL. E-mail: aparecidamezzomo@gmail.com

Resumo: O artigo pretende falar a respeito da educação inclusiva e o atendimento educacional especializado proporcionado pela qualificação docente. Essa é uma modalidade de ensino voltada ao público crianças e jovens com necessidades especiais. O texto visa esclarecer sobre a diferença do método via integração e a metodologia usada por inclusão, associando o tema com o sistema educacional especializado relatando a importância de o ambiente escolar estar preparado para favorecer a aprendizagem dos alunos sem exclusão ou distinção do mesmo.

Palavras-chave: Educação, Inclusão, Integração, Aprendizagem.

Abstract: The article intends to talk about inclusive education and specialized educational assistance, a teaching modality aimed at children and young people with special needs. The text aims to clarify the difference between the method via integration and the methodology used for inclusion, associating the theme with specialized educational assistance, reporting the importance of context in the school environment, favoring the teaching and learning of students without exclusion or distinction.

Keywords: Education. Inclusion. Integration. Learning.

Inclusão x Integração

Os termos Inclusão e Integração vem sendo discutidos há algum tempo no intuito de trazer melhorias para o ensino e aprendizagem dos alunos considerando que os números de crianças e jovens com necessidades especiais cresce exponencialmente na escola. Os termos, por sua vez, efetivam as garantias que são impostas pelas leis e diretrizes que regem a educação especial (RODRIGUES, 2012).

A Resolução CNE/CEB Nº 2, de 11 de setembro de 2001 em seu art. 1º revela que todos os educandos que apresente necessidades educacionais especiais tem direitos a educação básica em todas as modalidades de ensino. Em seu parágrafo único afirma que esse atendimento escolar se estende a educação infantil, creches e pré-escolas. No art. 2º a diretriz vai além e ressalva:

Os sistemas de ensino devem matricular todos os alunos, cabendo às escolas organizar-se para o atendimento aos educandos com necessidades educacionais especiais, assegurando as condições necessárias para uma educação de qualidade para todos. […]

Parágrafo único. Os sistemas de ensino devem constituir e fazer funcionar um setor responsável pela educação especial, dotado de recursos humanos, materiais e financeiros que viabilizem e dêem sustentação ao processo de construção da educação inclusiva (BRASIL, 2001, p. 39-40).

Taiana Veríssimo de Oliveira Lima – Licenciada em Pedagogia – Universidade da Grande Dourados. Mestranda em Educação – Universidade Theology & Sciences (ITS), Orlando – FL. E-mail: taiana_verissimo@hotmail.com

Portanto, as leis que regem o processo de ensino e aprendizagem dos alunos da educação especial deixam claro que os órgãos competentes e responsáveis pela educação devem ter o compromisso de fazer com que as inclusões desses alunos se efetivem na escola, mas não da forma equivocada, que por vezes, acontecem através da integração, segregando esses indivíduos que precisam de uma atenção especial por parte da sociedade como um todo para construírem sua cognição (CAMARGO, SOFFA, MARKOWICZ, 2017).

Nesse ínterim, é importante esclarecer que a educação especial na escola é um processo que precisa ter uma prática pedagógica que inclua recursos e serviços educacionais especiais, apoiados pelas instituições com o objetivo de complementar e suplementar o ensino. Essas atitudes levam a promover a educação, desenvolvendo as potencialidades de cada aluno presente na rede regular de ensino (BRASIL, 2001).

Percebe-se que os métodos de inclusão são algumas vezes confundidos com o viés integração. Contudo, são dois termos totalmente distintos, nos meios de integração o aluno é inserido na classe como meio de socialização, sem a preocupação do desenvolvimento e aprendizagem dele. Já nos meios de inclusão é feito uma relação que promova a socialização ao mesmo tempo que o ensino acontece, sendo um conhecimento construído por meio de um viés que favorece ambas as partes que estão ali inseridos naquele ambiente escolar (RODRIGUES, 2012).

A inclusão precisa ser feita de modo a preservar um princípio ético do qual andamos meio esquecidos — o direito de todos à vida — e produz ainda, efeitos terapêuticos para a criança cuja subjetivação encontra obstáculos que um velho pátio de escola ainda pode ajudar a transpor (Poker, 2012, p. 90).

Segundo o autor Poker (2012) toda criança precisa de uma interação com o outro para que assim desenvolva sua cognição, e a escola é um cenário que muito contribui para esse processo. É importante que esse aluno com necessidades especiais não seja privado desse ambiente e ele seja recebido por um ambiente acolhedor e receptivo para que assim se cumpra o papel da escola.

Carvalho (2010) afirma que o professor e a escola precisam fazer uma junção de linguagens e métodos educativos, eliminando os modelos estereotipados, sem articulação de conceitos, inovações, fugir daquele conceito que o professor é o detentor do conhecimento absoluto. O docente deve ser o mediador dos conteúdos para as crianças especiais ou que não tenha necessidades especiais, trazendo para a sala de aula um conceito de educação que valorize o outro como o ser capaz que é.

Carvalho (2010) ainda esclarece que o ensino deve respeitar as limitações individuais do aluno, garantido que ele desenvolva a aprendizagem por meio de uma prática inovadora e significativa. Essa metodologia é conquistada através de um trabalho organizado, dedicado, buscando a observação e investigação com um olhar atento ao discente para que assim possa e fato efetivar a inclusão dele não só no meio escolar, bem como, na sociedade.

Com essas características é possível construir um futuro mais justo e solidário para com esses alunos que há algum tempo atrás eram excluídos desse universo, como se não tivessem valor algum. O ato de excluí-los, ou só integrá-los em uma sala de aula é mais prejudicial a eles que até mesmo as próprias limitações (SAMPAIO, 2009).

De acordo com Meira (2001) o aluno deve entra na escola como um ser que vai em busca de aprendizagem, portanto deve ser valorizado e respeitado com o nome que recebe, a história que possui, as limitações que tem, os sonhos e objetivos que pretendem alcançar e doente devem estimulá-los a “voar cada vez mais alto”.

… a educação inclusiva supõe um giro no qual o professor se coloca em um lugar a partir do qual registra, em sua classe, as diferenças, em nome das quais será capaz de acompanhar essas crianças na via do aprender. As estradas serão múltiplas, mas, ele, como ponto de ancoragem, poderá sustentar essas travessias, reconhecendo a cartografia singular de cada autor (Meira, 2001, p. 51).

Meira (2011) esclarece que o professor é um ponto de equilíbrio que irá mediar os conhecimentos que esses alunos precisam desenvolver para a aprendizagem em sua totalidade e valorizar as

Jaqueline Tamires Pereira – Licenciada em Pedagogia – Universidade Reges São Paulo. Mestranda em Educação – Universidade Theology & Sciences (ITS), Orlando – FL. E-mail: jake_066@hotmail.com

diversidades. No entanto, fica lúcido a necessidade vigente de profissionais que possa atender o público com necessidades especiais para assim poder fazer a diferença no ensino e aprendizagem desses alunos que se encontram em condição integradora em sala de aula.

Apesar de ter acontecidos alguns avanços nesse contexto ainda se percebe um baixo número de profissionais que se encontram habilitados para tal demanda porque professores estão desmotivados e acomodados a sua situação cognitiva, e há pouca cobrança por parte dos gestores escolares profissionais capacitados a atender seus alunos e também pouca participação dos pais para cobrar o atendimento merecido aos seus filhos (GAMA, 2018).

Os professores, a escola e os familiares devem estar atento as necessidades das crianças e jovens que precisam de uma atenção a mais para poder construir sua cognição e esse processo só é possível se consolidar através de um preparo profissional, ou seja, o profissional dessa modalidade de ensino deve buscar uma formação constante (GAMA, 2018).

Nesse ínterim, Mittler (2003) afirma as características que um bom profissional da educação com especialidade deve ter para atuar e realizar um trabalho que garanta os direitos dos alunos especiais no contexto escolar e assim possa atuar em sociedade de maneira que garanta os seus direitos e deveres de cidadão. Para tanto se faz necessário um bom docente que faça uma ponte entre a inclusão e a adaptação.

 Contudo, não é tarefa fácil lidar com a situação de adaptar alunos-especiais-escola-aula-professores uns com os outros. Mas quem disse que a profissão docente seria fácil? Mas é com as dificuldades que se aprende-ensina-media conhecimentos e assim se constrói um cenário inclusivo de aceitação e respeito mútuo (GAMA, 2018).

Diante desse contexto entende-se que a capacitação profissional é relevante para garantir uma educação eficiente e de qualidade, promovendo a igualdade, a liberdade do ser como um todo formando pessoas mais solidárias e capazes de ser atuante reflexiva e critica diante da sociedade. Para tanto, almeja-se um futuro que o sujeito tenha como perspectiva de vida o respeito pela diferença e a valorização pela mesma. E esse cenário é construído através da formação profissional que irá mediar situações de conhecimento que garantira essa cultura.

Botelho (2016) elucida que, a necessidade de professor e aluno se comunicarem em uma linguagem que atenda os problemas vigentes do aluno especial, que não consegue concluir um ensino que garanta a totalidade de sua aprendizagem. O professor precisa buscar conteúdo concreto para mediar esse conhecimento indo à busca de todos os recursos que favoreça esse conceito que irá garantir a comunicação, informação e a educação desses alunos que ainda se encontra menos favorecidos.

Além, da formação continuada do profissional da educação para poderem realizar o atendimento educacional especializado é necessário que escola estava preparada não só para receber o aluno, bem como avaliá-lo contando com toda a equipe envolvida na escola, como afirma a Resolução CNE/CEB, de 11 de setembro de 2001 em seu Art. 6º:

Para a identificação das necessidades educacionais especiais dos alunos e a tomada de decisões quanto ao atendimento necessário, a escola deve realizar, com assessoramento técnico, avaliação do aluno no processo de ensino e aprendizagem, contando, para tal, com:

I – A experiência de seu corpo docente, seus diretores, coordenadores, orientadores e supervisores educacionais;

II – O setor responsável pela educação especial do respectivo sistema;

III – A colaboração da família e a cooperação dos serviços de Saúde, Assistência Social, Trabalho, Justiça e Esporte, bem como do Ministério Público, quando necessário.

Quando toda a equipe a escolar está em consonância, trabalhando juntas, aspirando os meus objetivos que é o de desenvolver o ensino e aprendizagem dos alunos, sem distinção, adotando métodos de inclusão e não os de integração é possível construir uma educação de qualidade, com respeito, promovendo a cognição do aluno para que ele seja capaz de traçar seu caminho de modo eficiente, sendo atuante, liberto, crítico onde seus direitos são valorizados e garantidos como rege as diretrizes e normativas no País.

Conclusão

Este artigo, abordou questões da educação inclusiva fazendo uma análise com os métodos de integração. Foi considerado os aspectos de formação e qualificação dos profissionais envolvidos no processo de efetivação do ensino e aprendizagem, como família, escola, professores, gestores, coordenadores, entre outros.

Considera-se, o tema relevante pela dimensão que a educação especial vem tomando no contexto escolar. Para o desenvolvimento intelectual e a construção da cognição do aluno é preciso pessoas qualificadas, empenhadas e preocupadas com a formação do indivíduo que será encaminhado para atuar na sociedade.

Acredita-se que dessa maneira será possível construir uma educação mais justa e solidária garantindo os direitos conquistado, ao longo do tempo, por esse público da educação especial. O atendimento educacional especializado entre nesse contexto favorecendo e qualificando o ensino, construindo uma educação que seja transformadora no futuro dos alunos, tornando os aptos e incluídos na sociedade e não apenas integrado.

Por fim, espera-se que os meios de inclusão sejam de fato efetivados nos espaços escolares e o respeito, a valorização do aluno como ser capaz que é, seja garantida como rege as leis, as normativas e diretrizes da educação. Que o aluno entre na escola e não seja percebido só pelas suas dificuldades ou limitações e sim com um aprendiz indo em busca de seus sonhos, dos conhecimentos, que é seu por direito.

Referências

 

BRASIL. Ministério da Educação. Diretrizes nacionais para a educação Especial. 2001. p. 79.

BOTELHO, Paula. Linguagem e letramento na educação dos surdos: ideologias e Práticas Pedagógicas. 4 ed. Belo Horizonte. 2016, 160 p.

CARVALHO, R. E. Escola Inclusiva: a reorganização do trabalho pedagógico. 3. ed. Porto Alegre: Mediação, 2010.

CAMARGO, Leticia. SOFFA, Marilice. MARKOWICZ, Daniel. Perspectivas Sobre a Educação Inclusiva: Um Desafio Possível. 

CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO. Câmara de Educação Básica. Resolução CNE/CEB 2/2001. Diário Oficial da União, Brasília, 14 de setembro de 2001. Seção 1E, p. 39-40.

GAMA, Eliana. O profissional docente: concepções inclusivas. Belo Horizonte. 2018, 144 p.

Meira, A. M. G. Contribuições da psicanálise para educação inclusiva. In Escritos da criança, n. 6, Centro Lydia. Porto Alegre: RS. 2001, 41-51 p.

MITTLER, P. Educação inclusiva: contextos sociais. Tradução: Windyz Brazão Ferreira. Porto Alegre: Artmed, 2003.

POKER, Rosimari. As Práticas Pedagógicas Inclusivas. São Paulo: Cultura Acadêmica, 2012, 248 p.

RODRIGUÊS, David. Práticas Pedagógicas Inclusivas. São Paulo: Cultura Acadêmica. 2012, 238 p.

SAMPAIO, Cristiane. Educação Inclusiva: o professor mediando para a vida. Salvador: EDUFBA, 2009, 162 p.

 

 

Como publicar na REVISTA P@RTES

LIMA, T. CARVALHO, M. PEREIRA, J. Educação Especial: Métodos Inclusivos

 

[*] Licenciada em Pedagogia. Especialista em Psicopedagogia. Mestranda em Educação – Universidade Theology & Sciences (ITS), Orlando – FL. E-mail: aparecidamezzomo@gmail.com

** Licenciada em Pedagogia – Universidade da Grande Dourados. Mestranda em Educação – Universidade Theology & Sciences (ITS), Orlando – FL. E-mail: taiana_verissimo@hotmail.com

*** Licenciada em Pedagogia – Universidade Reges São Paulo. Mestranda em Educação – Universidade Theology & Sciences (ITS), Orlando – FL. E-mail: jake_066@hotmail.com

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