Colunistas Crônicas nair lucia de britto

COMO AS ÁRVORES…

Nair Lúcia de Britto

Se a memória não me falha, Gilberto da Silva, editor da Revista P@rtes, começou a projetá-la por volta do ano 2000. As dificuldades eram muitas por causa da falta de patrocínio. Tinha de colocar dinheiro do próprio bolso, para levar seu sonho adiante. Recorreu, então, ao espaço publicitário, mas o lucro mal dava para oferecer um cafezinho a um amigo.
Não era fácil, mas o Gilberto seguiu em frente com seu sonho!

“Tudo pelo prazer de postar boas mensagens”, dizia. “Quando recebo um bom texto, renuncio até a bons momentos com a família, para colocá-lo no ar.”
Um belo artigo, uma crônica bem escrita, uma poesia ou palavras de apoio dos amigos. Esse era o grande incentivo.

Então os momentos de desânimo passavam rapidinho, e lá ia o Gilberto postar os textos que recebia. Havia vezes que ele achava graça, quando assessorias o procuravam pensando que a P@rtes era uma revista de grande estrutura!
“Mas a P@rtes sou eu, sou você, são os colaboradores…” Pessoas que encontravam no Gilberto alguém sempre disposto a valorizar um trabalho bem-feito e a reconhecer um bom talento.

Era esta a melhor parte da P@rtes. Levar sempre um mensagem de esperança, de amor e alegria para todos! Preocupava-se com a estrutura modesta da Revista, se estava sendo pouco ou muito lida… Então, mandaram-lhe um recado:

“Não se preocupe se a Revista é pequena ou pouco lida. Tudo que é grandioso começa pelo pequeno; assim como as árvores. Basta apenas que a semente seja boa!”

E a semente era boa porque a P@rtes, desde então, vem progredindo, ganhando sempre novos colaboradores e revelando talentos.
E o talento é isso: essa vontade inevitável de fazer algo de especial, de bonito, que fará bem a si e aos outros. Enfrentando os obstáculos e transpô-los até que a missão seja cumprida. É justamente isso o que o Gilberto vem fazendo.

Foi no ano de 2007, quando eu procurava um espaço para escrever, que eu achei sua Revista.
— Posso colaborar?, eu perguntei, meio tímida. E ele me respondeu:
— Seja bem-vinda!

 

 

Nair Lucia de Britto – Folha

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