POR NAIR LUCIA DE BRITTO
Hoje, Dia Internacional da Mulher, quero homenagear a atriz Glória Pires, um verdadeiro orgulho da dramaturgia brasileira. Tendo em vista seu brilhante papel na personagem de Lola (cujo nome verdadeiro é Eleonora), que interpretou maravilhosamente bem na novela “Eramos Seis”. Novela que a rede Globo de Televisão teve a feliz ideia de apresentar, com um elenco extraordinário.
“Éramos Seis”, foi inspirada no romance do mesmo nome, de autoria de uma das melhores escritoras brasileiras (paulista) Maria José Dupré (1848-1984). Trata-se de uma das obras mais ricas da nossa literatura, publicada em 1943, pela Editora Nacional e, posteriormente, pela Editora Saraiva.
O livro teve tanto sucesso que galgou espaço na dramaturgia brasileira, começando como radionovela, em 1945, na rádio Tupi. Na televisão ganhou cinco versões como telenovela. A primeira delas foi em 1958, transmitida pela Record TV.
A obra retrata um período de 28 anos; de 1914 (início da primeira guerra mundia) até o ano de 1942 (durante a segunda guerra mundial), no final do Estado Novo. Tendo como cenário as cidades de São Paulo e Itapetininga.
Sob o aspecto social a história documenta pontos positivos e negativos daquela época. Com relação aos pontos positivos, mostra o respeito dos homens para com as mulheres; e, por outro lado, o comportamento recatado das mulheres, o valor que davam aos bons princípios herdados dos pais. A importância da família, a honra, a fraternidade e a beleza de uma verdadeira amizade.
Quanto aos pontos negativos, a obra mostra a tragédia das guerras, o sofrimento desnecessário e cruel que elas trazem às pessoas. Só dor e destruição. Além da dor da guerra, a dor do preconceito social em prejuízo do verdadeiro amor. Quantos casamentos infelizes se eternizaram por conta desse preconceito! E que só as mulheres corajosas conseguiram vencer!
A caracterização da época quanto ao mobiliário, figurino e tudo mais foi perfeita. Que belos vestidos enfeitavam as mulheres, sem a necessidade de mostrar os seios.
Enfim, “Éramos Seis” além de um documentário rico e fiel de tempos idos, é uma história linda, escrita por uma grande Mulher. Mulher Brasileira!