*Por Natalie Melaré
Imagine um lugar em que todas as crianças e jovens têm acesso aos estudos, atividades complementares no contraturno escolar, moradia digna, lazer e entretenimento, alimentação saudável e equilibrada e não precisam se preocupar com o próprio sustento e segurança da família. Imagine um lugar em que jovens e crianças só precisam ser jovens e crianças, seres humanos em desenvolvimento.
Levando em conta a condição social das crianças e adolescentes no Brasil, é possível concluir que o cenário imaginado é utópico. Com o objetivo de suprir as deficiências do poder público em resolver problemas sociais, as Organizações da Sociedade Civil (OSCs) realizam suas atividades, com recursos públicos ou privados, por meio de programas e projetos sociais que causam impacto positivo.
Quando refletimos sobre a atuação do terceiro setor, esbarramos em alguns desafios e problemáticas:
– Cultura de doação no Brasil: o Relatório IDIS, do Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social, publicado em fevereiro de 2019, mostra que a cultura de doação não tem avançado no Brasil. Além disso, em termos financeiros doa-se pouco se comparado a países com maior tradição filantrópica, somente o correspondente a 0,2% do PIB (Produto Interno Bruto) frente a 0,5% do Reino Unido e 1,4% dos EUA.
– Gestão administrativa: Na maioria das Organizações da Sociedade Civil sobra dedicação, boa vontade e amor, mas falta capacitação profissional, afinal gerir uma OSC requer estruturação e controle similares à administração de uma empresa.
– Qualificação profissional: Além da necessidade de aprendizado de processos e questões burocráticas de gestão, as Organizações também necessitam de um olhar para os educadores que lidam no dia a dia com as crianças, afinal é comum que estes adultos compartilhem da mesma realidade social delas. Para que eles atuem como apoiadores das crianças e jovens, é fundamental que exista um ciclo contínuo de apoio psicológico e capacitação para estes profissionais terem estrutura emocional e profissional para entregar o melhor de si para a necessidade de cada criança.
– Transparência: É importante que a gente saiba também que, para que a cultura de doação evolua no Brasil, as Organizações da Sociedade Civil e Instituições precisam atuar com o máximo de transparência e prestação de contas, afinal o Brasil vive um grande momento de desconfiança devido ao histórico de corrupção da história do país.
Com o objetivo de apoiar as OSCs, o Instituto Devolver oferece uma consultoria completa que passa pelo financeiro, jurídico e marketing, ou seja, as OSCs selecionadas recebem software de gestão financeira, computador, treinamentos, acompanhamento mensal de resultados, auxílio no fechamento para prestação de contas, ajuda na definição de missão, visão, valores, dos objetivos dos projetos das Instituições, na elaboração da comunicação visual, produção do conteúdo do site, nas verificações e auxílio nas regulamentações, licenças e outros pré-requisitos para o funcionamento das Instituições.
Agora, queremos te convidar a voltar naquele cenário utópico do começo deste texto.
Imagine que crianças e jovens só precisem ser crianças e jovens. Este cenário só é possível se a sociedade como um todo comprometer-se. Ajude-nos a transformar essa utopia em realidade: www.institutodevolver.org.br
*Natalie Melaré é fundadora e presidente do Instituto Devolver. Pós graduada por U. C. Berkeley, desviou sua trajetória de marketing de moda para se dedicar a causas de impacto social enquanto cursa Non-Profit Management por Harvard, conectando seus contatos empresariais a causas ligadas a crianças e adolescentes.