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Um novo olhar sobre a tecnologia no processo ensino-aprendizagem

UM NOVO OLHAR SOBRE A TECNOLOGIA NO PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM

ADALBRAIR BORGES DE OLIVEIRA GUIMARÃES[1]

NELSON GUIMARÃES[2]

ADALBRAIR BORGES DE OLIVEIRA GUIMARÃES- Mestre em Educação pela UAA- Universidade Autônoma de Assunção, Gestora Ambiental pela UNIVERSO- Universidade Salgado de Oliveira e Pedagoga – FAEC- Faculdade de Educação de Colorado do Oeste. Atualmente, trabalha no Laboratório de Informática no CEEJA- Centro de Educação de Jovens e Adultos no município de Colorado do Oeste, RO. E-mail: adalbrair01@hotmail.com

Resumo: Na sociedade do conhecimento e da tecnologia tornam-se necessário repensar o papel da escola, mais especificamente as questões relacionadas ao ensino e à aprendizagem.  É importante que o professor busque conhecer e aprender outras ferramentas tecnológicas mais atualizadas, que ensinam de como o aluno pode utilizar a tecnologia ao seu favor. O presente artigo Um Novo Olhar Sobre a Tecnologia no Processo Ensino-Aprendizagem, abordará o tema através de conceituados autores: SAVIANI, FREIRE, PRADO, COUTINHO, JORDÃO, PCNs, servindo este material como fonte de pesquisa e informação.

Palavras -chave: Tecnologia. Capacitação. Processo Ensino-Aprendizagem. Globalização.

Abstract: In the knowledge and technology society, it becomes necessary to rethink the role of the school, more specifically the issues related to teaching and learning. It is important that the teacher seeks to know and learn other more up-to-date technological tools that teach how the student can use the technology in their favor. The present article A New Look at Technology in the Teaching-Learning Process, will approach the theme through renowned authors: SAVIANI, FREIRE, PRADO, COLTINHO, JORDÃO, PCNs, serving this material as a source of research and information.

Keywords: Technology. Training. Teaching-Learning Process. Globalization.

 

Um novo olhar sobre o processo de conhecimento e as tecnologias

Cada vez mais os meio tecnológicos estão inseridos na sociedade, e se torna praticamente impossível viver sem estar dependente de suas funções. E na escola, esse fato é mais explícito, onde a nova geração é totalmente informatizada, conectados, ou seja, são da era dos botões.

O professor do hoje, independente da sua pretensão, não consegue fingir que essa realidade não interfere em sua prática de sala de aula, se muitos dos comentários e assuntos são retirados dos meios de comunicação (novelas, propagandas, revistas, rádio, faceboock, internet, entre outros). Para Saviani:

A disseminação dos meios de comunicação de massa é um dado que a escola não pode ignorar, porque eles têm um peso importante nas vidas das crianças e à escola cumpre levar em conta esse dado e procurar responder a essas necessidades de diferentes maneiras, seja em termos de se adequar a essa nova situação, seja em termos de incorporar alguns desses instrumentos no seu próprio processo de trabalho (SAVIANI, 1997, p.76).

 É tarefa do educador, sendo ele o grande mediador da aprendizagem, apresentar situações desafiadoras que o aluno utilize o meio em que vive, através dos diferentes recursos tecnológicos, resolver diferentes desafios.

ADALBRAIR BORGES DE OLIVEIRA GUIMARÃES – Mestre em Educação pela UAA- Universidade Autônoma de Assunção, Psicopedagogo Clínico e Institucional pela FTED – Faculdade de Tecnologia Equipe Darwin. Pedagogia- FAEL- Faculdade Educacional da Lapa. Atualmente, trabalha na Escola Municipal de Educação Infantil e Fundamental Julieta Vilela Velozo no município de Colorado do Oeste, RO. E-mail: nelsonguimaraes56@hotmail.com.

A comunicação, compreendida como troca de conhecimentos, possui uma dimensão educativa que deve ser levada em conta já que educação é comunicação, é diálogo, na medida em que não é transferência de saber, mas um encontro de sujeitos interlocutores que buscam a significação dos significados. (FREIRE, 1992, p.69)

Assim, a escola oportuniza a inclusão dos alunos oferecendo mais uma alternativa para demonstrar saber. Além disso, é uma oportunidade para os que apresentam liderança e possuem inteligência interpessoal demonstrem conhecimentos. Neste processo, alunos e docentes aprendem, considerando as trocas que são estabelecidas.

A incorporação das inovações tecnológicas só tem sentido se contribuir para a melhoria da qualidade do ensino. A simples presença de novas tecnologias na escola não é, por si só, garantia de maior qualidade na educação, pois a aparente modernidade pode mascarar um ensino tradicional baseado na recepção e na memorização de informações. A concepção de ensino e aprendizagem revela-se na prática de sala de aula e na forma como professores e alunos utilizam os recursos tecnológicos disponíveis — livro didático, giz e lousa, televisão ou computador. A presença de aparato tecnológico na sala de aula não garante mudanças na forma de ensinar e aprender. A tecnologia deve servir para enriquecer o ambiente educacional, propiciando a construção de conhecimentos por meio de uma atuação ativa, crítica e criativa por parte de alunos e professores. (MEC, 1998, p.140).

 Prado reflete que o momento requer uma nova forma de pensar e agir para lidar com a rapidez e abrangência de informações e como dinamismo do conhecimento. Destaca ainda que:

[3]Na sociedade do conhecimento e da tecnologia tornam-se necessário repensar o papel da escola, mais especificamente as questões relacionadas ao ensino e à aprendizagem. O ensino organizado de forma fragmentada, que privilegia a memorização de definições e fatos, bem como as soluções padronizadas, não atende às exigências deste novo paradigma. (PRADO, 2011, p.01)

A autora acima enfatiza também que:

Os recursos pedagógicos da Internet, a pesquisa, a comunicação e a representação podem perfeitamente se r utilizados de forma articulada. O importante é o professor conhecer as especificidades de cada um dos recursos para orientar-se na criação de ambientes que possam enriquecer o processo de aprendizagem do aluno. Igualmente esta visão deve orientar a articulação entre as diferentes tecnologias e as áreas curriculares. A possibilidade de o aluno poder diversificar a representação do conhecimento, a aplicação de conceitos e estratégia s conhecidas formal ou intuitivamente, e de utilizar diferentes formas de linguagens e estruturas de pensamento redimensiona o papel da escola e de se us protagonistas (alunos, professores, gestores). (PRADO, 2011, p.05)

Formação Profissional: Uma Nova Cultura Educacional

A ação educacional por ser contextualizada é sempre provável de transformações. É influenciado pelos avanços da investigação científica nas áreas afins, pelo momento político em que tem lugar e pelo modo como o professor pensa e agem nas diferentes situações da vida, dado que as dimensões profissionais e pessoais estão intimamente relacionadas em sua atuação. O desenvolvimento profissional tem implicação direta no desenvolvimento da pessoa como ser cultural e político. Muitas vezes, isso requer do professor reconsiderar valores e descobrir novas possibilidades de usufruir a cultura e da participação social.

Portanto a formação é entendida como processo contínuo e permanente de desenvolvimento, o que pede do professor disponibilidade para a aprendizagem, da formação que o ensine a aprender, e do sistema escolar no qual ele se insere como adequadas condições para continuar aprendendo.

A formação continuada não pode ser, portanto, algo eventual, apenas um instrumento destinado a suprir deficiências de uma formação inicial malfeita ou de baixa qualidade, mas ao contrário, deve ser sempre parte integrante do exercício profissional de professor. Essa perspectiva leva a afirmar a necessidade de transformar o modo como se dão os diferentes momentos da formação de professores, para criar um sistema de formação que promova o desenvolvimento profissional, integrando as diferentes instituições responsáveis em um plano comum. Como afirma Fávero, não se forma o educador de uma só vez:

A formação do educador não se concretiza de uma só vez. É um processo. Não se produz apenas no interior de um grupo, nem se faz através de um curso. É o resultado de condições históricas. Faz parte necessária e intrínseca de uma realidade concreta determinada. Realidade esta que não pode ser tomada como alguma coisa pronta, acabada a que se repete indefinidamente. É uma realidade que se faz no cotidiano. É um processo e, como tal, precisa ser pensado. (FÁVERO, 1981, p.19)

Segundo os PCNs de informática o objetivo da inclusão da informática como componente curricular da área de Linguagens, Códigos e Tecnologias é:

Permitir o acesso a todos os que desejam torná-la um elemento de sua cultura, assim como aqueles para qual a abordagem puramente técnica parece insuficiente para o entendimento de seus mecanismos profundos. Com a mais recente das linguagens, não substitui as demais, mas, ao contrário, complementa e serve de arcabouço tecnológico para as várias formas de comunicação tradicionais.[4](PCNs. 2000, p.58)

Incube-se a escola, juntamente com a sociedade e Estado um trabalho de interação, oportunizando ao aluno uma formação que acompanha as mudanças e necessidades da vida contemporânea. Segundo os PCNs de informática .

Em síntese, a informática encontra-se presente na nossa vida cotidiana e incluí-la como componente curricular da área de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias significativas, preparar os estudantes para o mundo tecnológico e científico, aproximando a escola do mundo real e contextualizado. (PCNs, 2000, p.61)

Nesta perspectiva, se faz urgente a reforma da instituição escolar com o foco de formar indivíduos para uma sociedade midiática, em constante mudança. Ou seja, o professor como mediador da aprendizagem precisa estar capacitado para poder romper os ensinamentos tradicionais e possibilitar aos seus educandos uma aprendizagem com as informações e construções de conhecimentos.

Novos Horizontes Exigem Novos Papéis

Com a transformação e desenvolvimento da sociedade, o crescimento industrial acelerado surge problemas sociais e ambientais, associados às novas formas de produção, exigindo a ampliação dos currículos, como (CTS): “Ciência, Tecnologia e Sociedade”, mesmo que abordados em diferentes níveis de profundidades; com um caráter também interdisciplinar.

Para [5] Clara Pereira Coutinho, “os novos cenários exigem uma abordagem holística ao processo educacional. Que passa da integração da tecnologia do currículo com vista a uma participação mais ativa dos alunos”. (COUTINHO, 2007, p. 11)

As escolas, infelizmente não na sua totalidade, oferecem um ensino com algumas ferramentas pedagógicas tecnologias antigas, podendo citar: Sala de Leitura (Mídia Impressa), Biblioteca (Mídia Impressa), TV Escola (Mídia TV e Vídeo), Sala de Apoio (Recursos Pedagógicos e Jogos Software), Sala de Informática (Mídia Informática) e Rádio Escola (Mídia Rádio).

Esses ambientes têm por finalidade subsidiar e viabilizar ações educativas para atender as reais necessidades dos educandos, enfatizando aos docentes a importância da educação globalizada com o auxílio dos recursos pedagógicos e tecnológicos oferecidos pela escola.

Entretanto, com o grande avanço da Globalização, os meios que a escola utiliza ficaram ultrapassados, mas que são importantes e funcionais no processo ensino-aprendizagem. É importante que o professor busque conhecer e aprender outras ferramentas tecnologias mais atualizadas, que ensinam de como o aluno pode utilizar a tecnologia ao seu favor. Sobre esse assunto, JORDÃO destaca:

As tecnologias digitais são, sem dúvida, recursos muito próximos dos alunos, pois a rapidez de acesso às informações, a forma de acesso randômico, repleto de conexões, com incontáveis possibilidades de caminhos a se percorrer, como é o caso da internet, por exemplo, estão muito mais próximos da forma como o aluno pensa e aprende. Portanto, utilizar tais recursos tecnológicos a favor da educação torna – se o desafio do professor, que precisa se apropriar de tais recursos e integrá-los ao seu cotidiano de sala de aula. (JORDÃO, 2009, p.10)

Com a nova LDB 9394/96 e a globalização, mudanças consideráveis aconteceram e continuam acontecendo a favor da educação e nesse contexto, ser professor é estar aberto as mudanças, muitas vezes radicais no sentido de “encarar” o ensino.  (OLIVEIRA,2012).

O professor precisa se preparar para ensinar junto com o novo, e entender que hoje existem outros meios de aprendizado, e ele é o mediador nesse processo.

 

Conclusão

 

A tecnologia veio para transformar o mundo. As pessoas precisam aprender a evoluir e se adaptarem a todas essas mudanças, que determinam o rumo do desenvolvimento da sociedade.

E a educação sendo a base do aprendizado, deve estar incluso no seu currículo, uma proposta que atenda todas essa nova demanda de conhecimento, exigindo do educador, além de capacitação, uma nova forma do fazer aprender-ensinar.

Com as novas tecnologias, o aprendizado fica mais fácil, pois com ele conseguimos todo tipo de informações em instantes, trazendo grandes benefícios ao indivíduo. Entretanto, os professores como mediadores da aprendizagem, devem esclarecer como a tecnologia pode ajudar o estudante e como ela também pode atrapalhá-lo. Se usada de maneira correta, trará grandes avanços e oportunidades de aprendizado.

Nesse mundo da globalização, fica impossível ignorar as tecnologias. O grande desafio que permeia a educação e como adaptá-la no cotidiano escolar, sem deixar que as informações restrinjam e seja a protagonista da construção do conhecimento.

Enfim, se o educador realmente utilizar os meios tecnológicos em favor do desenvolvimento pessoal e profissional, estaremos preparando o aluno para interagir com a sociedade que é exigente e completamente informatizada.

Referência Bibliográfica

BRASIL. Ministério da Educação. Parâmetros Curriculares Nacionais: Ensino Médio. Brasília: MEC/SEF, p.1 – 23, 2000.

COUTINHO, Clara Pereira. Tecnologia educativa e currículo: caminhos que se cruzam ou se bifurcam? http://www.virtual.ufc.br/cursouca/modulo_4_projetos/conteudo/unidade_2/Eixo2%20-%20Texto4.pdf. Acesso em 31 de março de 2019.

FÁVERO, M. de L. A Formação do educador: Desafios e Perspectivas. Série Estudos. Rio de Janeiro, PUC/RJ, 1981.

FREIRE, Paulo. Extensão ou comunicação? São Paulo: Paz e Terra, 1992.

JORDÃO, T. C. Formação de educadores: a formação do professor para a educação em um mundo digital. In: Tecnologias digitais na educação. MEC, 2009.

OLIVEIRA, J. S. de. Professor X TICS: dificuldades ou comodismo. Diálogos Educacionais em Revista, v. 3, n. 1, p. 99 – 111, 2012.

PCNs. Parâmetros Curriculares Nacionais (Ensino Médio)http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/14_24.pdf. Acesso em 26 de março de 2019.

PRADO, Maria Elisabette Brisola Brito. Articulações entre áreas de conhecimento e tecnologia. Articulando saberes e transformando a prática. http://www.eadconsultoria.com.br/matapoio/biblioteca/textos_pdf/texto23.pdf. Acessado 31 de março de 2019.

SAVIANI, Demerval. Brasil: educação para a elite e exclusão para a maioria. São Paulo: CCA-ECA-USP; Moderna, 1997.

[1]*Mestre em Educação pela UAA- Universidade Autônoma de Assunção, Gestora Ambiental pela UNIVERSO- Universidade Salgado de Oliveira e Pedagoga – FAEC- Faculdade de Educação de Colorado do Oeste. Atualmente, trabalha no Laboratório de Informática no CEEJA- Centro de Educação de Jovens e Adultos no município de Colorado do Oeste, RO. E-mail: adalbrair01@hotmail.com.

2*Mestre em Educação pela UAA- Universidade Autônoma de Assunção, Psicopedagogo Clínico e Institucional pela FTED – Faculdade de Tecnologia Equipe Darwin.  Pedagogia- FAEL- Faculdade Educacional da Lapa. Atualmente, trabalha na Escola Municipal de Educação Infantil e Fundamental Julieta Vilela Velozo no município de Colorado do Oeste, RO. E-mail: nelsonguimaraes56@hotmail.com.

[3] PRADO, Maria Elisabette Brisola Brito. Articulações entre áreas de conhecimento e tecnologia. Articulando saberes e transformando a prática. http://www.eadconsultoria.com.br/matapoio/biblioteca/textos_pdf/texto23.pdf. Acessado 31 de março de 2019.

[4] PCNs. Parâmetros Curriculares Nacionais (Ensino Médio)http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/14_24.pdf. Acesso em 26 de março de 2019.

[5] COUTINHO, Clara Pereira. Tecnologia educativa e currículo: caminhos que se cruzam ou se bifurcam? http://www.virtual.ufc.br/cursouca/modulo_4_projetos/conteudo/unidade_2/Eixo2%20-%20Texto4.pdf. Acesso em 31 de março de 2019.

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