Nair Lúcia de Britto
Como já disse não entendo de Política, mas estou procurando entender porque o momento político pelo qual o Brasil está passando exige que os brasileiros tenham bastante consciência do que têm que fazer.
Criticar ou ofender os candidatos não ajuda em nada, além de ser uma falta de Educação. É saudável a troca de ideias, sem dúvida alguma, mas dentro das normas da boa educação que todo cidadão deve ter seja lá qual for sua posição social.
Tenho assistido a todos os debates, ouvido os candidatos com muita atenção e, para melhor compreendê-los, tenho ouvido as explanações de cientistas políticos indiscutivelmente mais habilitados para chegar-se a uma conclusão.
Em entrevista na TV Cultura, de hoje, a cientista política, professora e pesquisadora da USP, Vera Chaia, fez uma avaliação sobre os dois candidatos a disputarem a presidência da República, no segundo turno. Segundo ela, Bolsonaro não apresentou um programa definido sobre a Segurança Pública, por exemplo. Seria preciso mais do que palavras eloquentes para resolver esse grave problema.
Sobre Haddad, a cientista disse que ele precisa se desvincular mais da figura de Lula que está sendo duramente criticado pela população e no qual joga-se a culpa sobre o problema econômico do país: igualmente grave. Sugere que ele seja mais ele mesmo, que estude bem os problemas do país e apresente com bastante clareza suas propostas para uma solução.
Acho que Haddad, professor e advogado, é um homem bem- educado, que fez um debate corajoso, não devolvendo as ofensas que recebeu: mostrando-se uma pessoa equilibrada.
Sobre Bolsonaro, a cientista política afirma ainda que ele está sendo apoiado pelo mercado. Um motivo de preocupação, porque foi com este mesmo apoio que Collor foi eleito. Que o candidato está na preferência de votos porque contou também com o apoio dos Evangélicos, uma religião de grande número de adeptos.
Diante de informações de especialistas no assunto formei uma opinião pessoal que exponho como cidadã e que espero sejam respeitadas com o mesmo respeito que tenho por outras opiniões; quem sabe mais acertadas.
Em primeiro lugar, eu acho que não se deve misturar Religião com Política. E acho que todos os candidatos, particularmente (sem qualquer tipo de exibicionismo), devem se basear nas Leis divinas no seu proceder (Leis mais justas e que abrange a todas as religiões). E se ater ao que lhe compete: conduzir com justiça seu país e seu povo.
O Papa Francisco, a maior autoridade religiosa do mundo, está acolhendo pessoas de todas as orientações sexuais. “Quem sou eu para julgar”, ele diz. O importante é que as pessoas se respeitem e não façam mal a ninguém.
Os preconceituosos, em geral, assim o são por não entenderem que a orientação sexual não é uma escolha, tampouco uma falha de caráter; mas sim uma particularidade natural (de nascença), tanto como a cor da pele. E que todas essas diferenças devem ser respeitadas; e todos terem o direito de viver em paz.
Esse preconceito que tanto machuca e fere inocentes causa além de sofrimento outro grave problema para as mulheres. É quando um homossexual, por temer esse preconceito, contraria e oculta a própria natureza e se casa com uma mulher, numa união condenada ao fracasso.
Enquanto a atenção depreciatória e injusta se volta para com os homossexuais que, na sua maioria, não causam dano algum à sociedade; essa atenção deveria estar voltada para resolver problemas de violência doméstica; e muitos outros, também desastrosos, cometidos por homens que se dizem “machões” e que, hoje em dia, são uma ameaça às mulheres, visto a constância absurda dos feminicídios.
A ferida malvada do preconceito não pode ser alimentada pelo poder público; porque seria um retrocesso social, portador de infelicidade.
Os EUA atualmente têm uma postura de grandes interesses econômicos, sem muita preocupação com o lado humano, que deveria estar em primeiro plano; isto em qualquer país, como era a política de Obama.
O Brasil tem um povo humano e acolhedor. Não pode se submeter a uma política que vise interesses financeiros, em detrimento dos direitos humanos e da fraternidade. Dos interesses dos poderosos, em detrimento dos interesses dos mais fracos.
Nosso país não é de guerra, é de paz. E essa situação de violência é decorrente, principalmente da desigualdade social. Por sinal, uma das piores que existe no mundo. Desigualdade, essa, que o Partido dos Trabalhadores tentou consertar. Houve erros, sim. Mas quem não erra?
Posso também estar errada, mas minha intuição feminina diz que Haddad anseia por reparar os erros do seu partido. Ou seja, planejar melhor o dinheiro público, gastando com o que realmente for prioritário, e combater, com extremo vigor, o desperdício e a desonestidade.