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A extensão universitária no processo da educação e a formação profissional

A EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA NO PROCESSO DA EDUCAÇÃO E A FORMAÇÃO PROFISSIONAL

 

Sueli Santana Magalhães[1]

Lucia Maria da Silva Borges[2]

Aline Luciana de Souza[3]

 

Sueli Santana Magalhães – Bacharel em Matemática pela Fundação Universidade Federal de Rondônia, pós graduada em Administração e Gerenciamento Escolar pela Fundação Universidade Federal de Rondônia, pós graduada em Gestão Ambiental pela Universidade Salgado de Oliveira, mestranda em Ciências da Educação/UDS, atualmente com Diretora do Departamento de Planejamento e Projetos SAAE – Serviço Autônomo de Águas e Esgotos de Vilhena/RO, suelicol@hotmail.com

Resumo: As instituições de ensino superior, em sua maioria, têm como objetivo a formação de profissionais habilitados para o mercado de trabalho e o atendimento às necessidades da sociedade como um todo. O presente trabalho, através da metodologia de pesquisa bibliográfica, tem como objetivo destacar o papel da Extensão Universitária no processo de educação e na formação profissional dos acadêmicos, bem como refletir sobre os impactos de aplicabilidade prática de atividades extensionistas.

Palavras-chave. Extensão Universitária. Indissociabilidade. Sociedade. Educação.

 

Resumen: Las instituciones de enseñanza superior en su mayoría tienen como objetivo la formación de profesionales habilitados para el mercado de trabajo y la atención a las necesidades de la sociedad como un todo. El presente trabajo, a través de la metodología de investigación bibliográfica, tiene como objetivo destacar el papel de la Extensión Universitaria en el proceso de educación y en la formación profesional de los académicos, así como reflexionar sobre los impactos de aplicabilidad práctica de actividades extensionistas.
Palabras clave. Extensión Universitaria. Inseparabilidad. La sociedad. Educación.

 

Introdução

 

A extensão universitária é o principal agente integrador entre as instituições de ensino e a sociedade, além se ser responsável pela integração dos conteúdos técnicos e científicos adquiridos pelos alunos com a realidade que os espera no mercado de trabalho.

Nos dias atuais o mercado de trabalho tem se tornado cada vez mais exigente, buscando profissionais que tenham experiências reais além de conhecimentos técnicos. Para muitos profissionais recém-formados a busca por um espaço no mercado de trabalho se torna um verdadeiro pesadelo, fazendo com que muitos atuem em áreas distintas de sua formação, causando frustração, estresse e problemas de saúde psicológica em muitos indivíduos.

Lucia Maria da Silva Borges – Licenciada em Pedagogia pela Universidade Mogi das Cruzes, Licenciada em Letras pela Fundação Universidade Federal de Rondônia, pós graduada em Gestão Ambiental pela Universidade Salgado de Oliveira, pós graduada em Administração e Gerenciamento Escolar, pós graduada em Coordenação Pedagógica pela Universidade Federal de Rondônia, mestranda em Ciências da Educação/UDS, atualmente como Coordenadora Pedagógica da Secretaria Municipal de Educação de Colorado do Oeste/RO, lukiluciaborges@hotmail.com

O cenário é claro, vivenciamos uma necessidade constante da integração entre as instituições de ensino e a sociedade, e a extensão universitária é capaz de modificar com eficácia esta situação.

A extensão proporciona uma diversidade de possibilidades de aprendizagem que é entendida como grande ferramenta para transformação curricular, aproximando o acadêmico das reais demandas da sociedade e desenvolvendo nele um olhar crítico e reflexivo (CARNEIRO, 2011).

A extensão universitária e a integração com a sociedade

 

A Constituição da República Federativa do Brasil define a educação como um direito de todos e dever do Estado e da família. Em seu artigo 207º, determina que as universidades obedecerão ao princípio da indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão.

A extensão universitária proporciona benefício mútuo entre a universidade e a sociedade. De tal modo, é necessário ressaltar que:

A relação da universidade com a comunidade se fortalece pela Extensão Universitária, ao proporcionar diálogo entre as partes e a possibilidade de desenvolver ações sócio-educativas que priorizam a superação das condições de desigualdade e exclusão ainda existentes. E, na medida em que socializa e disponibiliza seu conhecimento, tem a oportunidade de exercer e efetivar o compromisso com a melhoria da qualidade de vida dos cidadãos. (SOUZA apud SILVA, 2011, p.2).

A universidade proporciona aos alunos um saber aplicado, se favorecendo das situações reais para melhorar o processo de ensino. Segundo Martins (2008):

Ao ensino, é proposto o conceito de sala de aula que vai além do tradicional espaço físico, compreendendo todos os demais, dentro e fora da universidade, em que se realiza o processo histórico-social com suas múltiplas determinações, passando a expressar um conteúdo multi, inter e transdisciplinar, como exigência decorrente da própria prática. (MARTINS, 2008, P. 203).

Em contrapartida, a comunidade é beneficiada com ações que buscam melhorar a qualidade de vida da sociedade, por exemplo.

As ações de extensão acontecem de formas variadas, normalmente são efetivadas através de programas, projetos, palestras, cursos de curta duração, cursos de

Aline Luciana de Souza – Bacharel em Administração de Empresas pela Faculdade de Educação de Colorado do Oeste, Licenciada em Matemática pela Faculdade Rolim de Moura, mestranda em Ciências da Educação/UDS, atualmente como Diretora Escolar do SESI – Departamento Regional do Estado de Rondônia em Vilhena/RO, alineluciana136@gmail.com.

formação inicial e continuada, prestação de serviços e até mesmo através de eventos. Independentemente da forma como é executada, o público alvo sempre deve ser a comunidade externa.

Fernandes (2012), afirma que:

 A extensão universitária possui uma função essencial no ensino superior brasileiro, principalmente para a formação de uma integração entre a comunidade e a universidade, objetivando, com isso, uma maior transformação de nossa realidade social. (FERNANDES, 2012, p.1)

Segundo a Avaliação da Extensão Universitária (2000) foi constatada a suma importância de que as atividades de ensino, pesquisa e extensão sejam aplicadas de maneira indissociável.

(…) A relação entre o ensino e a extensão supõe transformações no processo pedagógico, pois professores e alunos constituem-se como sujeitos do ato de ensinar e aprender, levando à socialização do saber acadêmico. A relação entre extensão e pesquisa ocorre no momento em que a produção do conhecimento é capaz de contribuir para a melhoria das condições de vida da população. A extensão, como a ação que possibilita a interação entre universidade e sociedade, constitui-se elemento capaz de operacionalizar a relação teoria/prática, promovendo a troca de saberes acadêmico e popular. (AVALIAÇÃO DA EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA, 2000, p.70).

O conceito chave de extensão universitária utilizado por grande parte das instituições de ensino no país foi definido pelo Fórum de Pró-Reitores de Extensão das Instituições Públicas de Educação Superior Brasileiras:

A Extensão Universitária, sob o princípio constitucional da indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão, é um processo interdisciplinar educativo, cultural, científico e político que promove a interação transformadora entre universidade e outros setores da sociedade. (FORPROEX, 2006, p.100).

Portanto, a extensão universitária se dá através de uma ação da instituição de ensino junto à sociedade, disponibilizando a comunidade externa os saberes adquiridos com o desenvolvimento do ensino e da pesquisa.

A extensão universitária na formação profissional dos acadêmicos

A extensão universitária possibilita a aproximação do acadêmico com a realidade que encontrará quanto se tornar profissional, possibilita ao acadêmico a experiência de realizar agora a aplicabilidade de sua profissão na sociedade.

Parte-se do princípio de que a formação do acadêmico é tomada como fundamento do processo educativo implementado na universidade, uma vez que contribuirá para sua compreensão como ser socialmente responsável e livre, capaz de refletir sobre o vivido e o aprendido em sala de aula e outros espaços, como na comunidade, que vão construindo cotidianamente sua identidade pessoal e profissional alicerçadas na busca do saber ser, saber fazer e saber aprender, ou seja, na formação de suas competências. (FERNANDES, et al., 2012, p. 4).

Neste contexto as atividades extensionistas realizam a introdução dos acadêmicos em seus futuros ambientes de trabalho, sendo esta uma oportunidade ímpar para a construção de saberes e competências.

A Lei nº 11.892, de 29 de dezembro de 2008, dispõe sobre a criação dos Institutos Federais, e em seu Art. 7º, inciso IV, determina como obrigação das instituições:

Desenvolver atividades de extensão de acordo com os princípios e finalidades da educação profissional e tecnológica, em articulação com o mundo do trabalho e os segmentos sociais, e com ênfase na produção, desenvolvimento e difusão de conhecimentos científicos e tecnológicos. (BRASIL, 2008)

Com a execução de tais atividades os acadêmicos tem a chance de potencializar a consolidação de sua formação profissional com experiências práticas. Fernandes também destaca a importância da extensão universitária quando afirma que:

A extensão universitária possui ainda uma função essencial no ensino superior brasileiro, tanto para o aperfeiçoamento dos discentes, quanto para o processo de formação continuada dos docentes, para que ambos busquem uma maior integração com os demais setores da sociedade, melhorias na qualidade de vida dos moradores das comunidades circunvizinhas e para que as lutas sociais se fortaleçam, contribuindo, assim, com a construção de um pensamento crítico. (FERNANDES, 2012, p. 22)

Thiollent, aponta a extensão como:

Um campo de experimentação onde se organizam, coletivamente, projetos sociais de intervenção crítica com a correspondente produção de pesquisa voltada para questões que afetam o cotidiano social e os processos de formação profissional. (THIOLLENT, apud MUÑOZ PALAFOX, 2004, p. 9)

A extensão universitária deve ser estabelecida como uma prática de extrema relevância nas instituições de ensino, buscando criar um espaço de integração contínua entre diversas áreas do conhecimento.

 

Considerações Finais

 

A extensão universitária é a vertente que oferece aos alunos a possibilidade de vivenciar a realidade onde irá desenvolver suas funções profissionais após formado.

Sua obrigatoriedade é definida em Lei, mas é necessário que haja a conscientização das instituições de ensino de nível superior, para que ela ocorra de forma efetiva, integrada com o ensino e a pesquisa, e que em hipótese alguma seja considerada como assunto secundário.

As experiências geradas a partir do contato direto com a comunidade externa possibilitam que o acadêmico visualize como será seu contato com mercado de trabalho, habilitando-o para enfrentar a alta competitividade lá fora, tornando alunos em profissionais compenetrados.

É imprescindível que a sociedade tenha acesso e principalmente que, seja beneficiada com o saberes desenvolvidos dentro das instituições de ensino, uma vez que são objetivos e obrigações de todas elas transformarem a comunidade ao seu redor e auxiliar no processo de desenvolvimento regional.

Portanto, além de transformar positivamente a sociedade, a extensão contribui diretamente no processo de formação profissional, pois viabiliza o contato dos acadêmicos com os problemas que enfrentarão no cotidiano profissional, possibilita a discussão do que deve ser feito e como deve ser feito, abrindo assim um leque de situações reais vivenciadas em contato direto com a sociedade.

REFERÊNCIAS

AVALIAÇÃO DA EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA. Revista em Extensão. Uberlândia, v. 2, 2000.

BRASIL. Lei nº 11.892 de 29 de dezembro de 2008. Institui a Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica, cria os Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia e dá outras providências. Brasília: 2008. Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/lei/l11892.htm. Acesso em 03/04/2018.

CARNEIRO, J. A. et AL. Unimontes Solidária: Interação Comunitária e Prática Médica com a Extensão. Revista Brasileira de Educação Médica, 2011. Disponível em http://www.scielo.br/pdf/rbem/v35n2/19.pdf. Acesso em 10/04/2018.

FERANDES, M. C.; et AL. Universidade e extensão universitária: a visão dos moradores das comunidades circunvizinhas. Educação em Revista, 2012. Disponível em http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-46982012000400007. Acesso em 01/04/2018.

FÓRUM DE PRÓ-REITORES DE EXTENSÃO DAS UNIVERSIDADES PÚBLICAS BRASILEIRAS. Indissociabilidade ensino-pesquisa-extensão e a Flexibilização Curricular: uma visão da extensão. MEC/SESU, 2006. Disponível em https://www.ufmg.br/proex/renex/images/documentos/Indissociabilidade-e-Flexibilizacao.pdf. Acesso em 05/04/2018.

MARTINS, Eliecília. Extensão como proponente curricular: oportunidade de formação integral e de solidariedade. Goiânia, 2008. Disponível em http://www.cienciasecognicao.org/revista/index.php/cec/article/view/232. Acesso em 05/04/2018.

MUÑOZ PALAFOX, Gabriel H. Caminhos da produção do conhecimento em educação Física Escolar no Brasil. Anais do IV Congresso Goiano de Ciências do Esporte. Goiânia, 2004.

SOUZA, A. C. G., et AL. A extensão universitária como processo educativo e formativo de estudantes de pedagogia em âmbito hospitalar. Disponível em https://editorarealize.com.br/revistas/fiped/trabalhos/TRABALHO_EV057_MD4_SA31_ID2567_09092016130816.pdf. Acesso em 13/04/2018.

UNESCO. A extensão universitária como princípio de aprendizagem. Brasília, 2013. Disponível em http://unesdoc.unesco.org/images/0023/002320/232083por.pdf. Acesso em 05/04/2018.

 

 

[1] Bacharel em Matemática pela Fundação Universidade Federal de Rondônia, pós graduada em Administração e Gerenciamento Escolar pela Fundação Universidade Federal de Rondônia, pós graduada em Gestão Ambiental pela Universidade Salgado de Oliveira, mestranda em Ciências da Educação/UDS, atualmente com Diretora do Departamento de Planejamento e Projetos SAAE – Serviço Autônomo de Águas e Esgotos de Vilhena/RO, suelicol@hotmail.com.

[2] Licenciada em Pedagogia pela Universidade Mogi das Cruzes, Licenciada em Letras pela Fundação Universidade Federal de Rondônia, pós graduada em Gestão Ambiental pela Universidade Salgado de Oliveira, pós graduada em Administração e Gerenciamento Escolar, pós graduada em Coordenação Pedagógica pela Universidade Federal de Rondônia, mestranda em Ciências da Educação/UDS, atualmente como Coordenadora Pedagógica da Secretaria Municipal de Educação de Colorado do Oeste/RO, lukiluciaborges@hotmail.com.

[3] Bacharel em Administração de Empresas pela Faculdade de Educação de Colorado do Oeste, Licenciada em Matemática pela Faculdade Rolim de Moura, mestranda em Ciências da Educação/UDS, atualmente como Diretora Escolar do SESI – Departamento Regional do Estado de Rondônia em Vilhena/RO, alineluciana136@gmail.com.

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