Cidadania Em questão

Eles ficam até morrer

Eles ficam até morrer

Luís Demétrio Broetto*

O título do presente artigo é homônimo do documento da Human Rights Watch, sobre a situação dos abrigos para pessoas com deficiência. Ressalto apenas a título de informação, que também sou pessoa com deficiência (tenho mielomeningocele).

Outro fator que me proporciona autoridade para debater sobre o assunto, é o de ser licenciado em Educação Especial (EaD) pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) formado na primeira turma desta Universidade no Estado do Paraná, também curso Bacharelado em Letras/LIBRAS pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste) e curso Especialização em Educação também pela Unioeste.

Finalmente uma obscuridade sem tamanho veio à luz através da imprensa, para que todos tenham conhecimento. A população brasileira de pessoas com deficiência é de aproximadamente 25% (vinte e cinco por cento). Reconheço que a grande maioria destas pessoas, não teve como alcançar o que alcancei.

Outro dado assustador é o de que, mais de 90% (noventa por cento) da população de pessoas com deficiência encontra-se desempregada. No que diz respeito aos abrigos/asilos, não é nem um pouco surpreendente encontrar este caos humanitário, com toda a certeza há lugares ainda piores.

Estes verdadeiros “campos de extermínio” de pessoas com deficiência, mantem-se funcionando à custa do dinheiro das famílias destas pessoas ou do dinheiro que recebem como assistência. Os maus tratos são uma infeliz e imperdoável rotina. Estas práticas, nada mais são do que crimes contra seres humanos que merecem ser respeitados e tratados com dignidade.

É urgente que as autoridades brasileiras tomem providências com relação a esta triste realidade. Como pessoa com deficiência fico profundamente revoltado e entristecido, ao ver seres humanos em forma tão degradante de vida.

Estamos verdadeiramente muito distantes de alcançarmos aquilo que insistentemente chamamos de inclusão. Fingir que o problema inexiste, ou que não é problema nosso é concordar com estas atrocidades. Olharmos para estas pessoas com o respeito que elas merecem é extremamente necessário, é uma questão de respeito e não de assistencialismo.

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Licenciado em Educação Especial pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Bacharelando em Letras/LIBRAS pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste). Cursando pós-graduação Lato Sensu (Especialização) em Educação Pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste).

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