Robótica- Recurso tecnológico de Sucesso da Alfabetização ao Ensino Médio
Maria Valdete da Silva Bolsoni[[i]]
Valdecira Aparecida da Silva Moreira[[ii]]
Vanilza de Souza Lima[[iii]]
Resumo: Este artigo tem como base fundamentos teóricos, e pesquisa de campo com vistas na socialização de atividades relacionadas as oficinas de Altas Habilidades/Superdotação-NAAHS/SEE/GE/SEDUC, oferecida na Escola Estadual 16 de Junho em Colorado do Oeste-Rondônia, por meio do Projeto de Educação Tecnológica na área de Robótica (Oficina de Robótica), para alunos que apresentam indicadores de Altas Habilidades/Superdotação visando o desenvolvimento de competências, habilidades por meio de atividades que possibilitem a resolução de situações problemas e da produção de conhecimentos num ambiente lúdico e inovador. Para alunos do Ensino Fundamental e Médio.
Palavras-chave. Robótica, Lúdico, Educação Tecnológica.
Abstract:: This article is based on theoretical foundations and field research with a view to the socialization of activities related to the High Skills / Superdotação-NAAHS / SEE / GE / SEDUC workshops, offered at the State School June 16 in Colorado do Oeste-Rondônia, by means of the Technological Education Project in the area of Robotics (Robotics Workshop), for students who present indicators of High Abilities / Giftedness aiming at the development of skills, skills through activities that enable the resolution of problem situations and the production of knowledge in a playful and innovative environment. For students of Elementary and Middle Education.
Key words. Robotics, Playful, Technological Education
INTRODUÇÃO
A Escola 16 de Junho, em Colorado do Oeste-Rondônia, oferece aos alunos identificados com Altas Habilidades/Superdotação em matemática, semanalmente oficinas de Robótica, envolvendo alunos do Ensino Fundamental e Médio.
Para Rabelo (2016, p.25) a Robótica pode ser entendida como a ciência que estuda a montagem e a programação de robôs.
A robótica é entendida como forma de garantir aos participantes uma vivência de experiências semelhantes às encontradas na vida real, oferecem oportunidades para propor e resolver problemas, estimulando a produção do conhecimento e melhorando o processo de socialização, convivência social, ao mesmo tempo em que desperta habilidades de leitura, interpretação e criação.
As oficinas possibilitam aos alunos expandir o ambiente de aprendizagem, por meio de atividades lúdicas, desafiantes e criativas utilizando peças do kit LEGO Mindstorms.
Santos (2013) afirma que entre os mais conhecidos kits da Robótica destaca-se o Lego, que são pequenas peças de montar, cujo conceito se baseia em um sistema patenteado de peças de plástico que se encaixam, permitindo inúmeras combinações controladas por um computador.
A robótica pode ser caracterizada como o controle de dispositivos que utilizam mecanismos eletroeletrônicos através de um computador, transformando-o em uma máquina capaz de interagir com o meio ambiente e executar ações decididas por um programa criado pelo programador a partir dessas interações. (MAISONNETTE, 2002, p.01)
Destaca-se que na metodologia LEGO, a avaliação ocorre por meio da inclusão dos alunos no processo de aprender, desenvolvendo lhes competências, tais como: criar e gerenciar projetos, desenvolver estratégias para resolver problemas, saber trabalhar em equipes, valorização de conhecimentos prévios, superação de conflitos e construção de normas de convivência.
Os Alunos Público Alvo do Atendimento Especializado Educacional, com Altas Habilidades/Superdotação são aqueles que apresentam um potencial elevado e grande envolvimento com as áreas do conhecimento humano, isoladas ou combinadas: intelectual, acadêmica, liderança, psicomotora, artes e criatividade, portanto os alunos das oficinas de Habilidades/Superdotação são aqueles que precisam de algo a mais, as pesquisas demonstraram que quando não estimuladas na escola as crianças podem apresentar: baixo rendimento escolar, por falta de interesse nos conteúdos ministrados pelas escola, decepção e frustração por não se sentirem atendidas nem compreendidas, desinteresse nos estudos, comportamento inadequado. Muitas vezes confundido com: hiperativos, com crianças com distúrbios comportamentais ou déficit de concentração.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Cruz(2013,p.1) relata que embora a ciência da robótica surgiu apenas no século XX, a história da invenções automatizadas criadas pelo homem tem um passado muito maior.
Miranda e Suanno (2009) defendem que a robótica pedagógica ou robótica educacional consiste basicamente na aprendizagem por meio da montagem de sistemas constituídos por robôs.
As oficinas de robótica proporcionam a união entre a tecnologia que encanta os alunos e prática. O montar os robôs, tornando as aulas algo apaixonante, por meio de ações envolvendo a tecnologia.
Segundo Kenski (2007), é preciso organizar novas experiências educacionais em que as tecnologias possam ser usadas em processos cooperativos de aprendizagem, valorizando o diálogo e a participação permanente de todos os envolvidos no processo.
Rabelo(2016,p.14)em relação a Robótica defende que o processo de aprendizagem construtivista permite ao aluno entrar em contato com novas tecnologias.
Petersen e Freitas (2017) sobre a inclusão dos alunos nas classes regulares:
A inclusão vem delimitando fronteira dentro da instituição escolar, garantida por lei, estabelece suas diretrizes e obrigatoriedades, tal empreitada requer uma análise e mudança de atitude na prática profissional dentro da escola (PETERSEN e FREITAS, 2017, p.2)
As autoras defendem a inclusão com investimentos humanos e estruturais dentro das escolas, neste sentido as oficinas de Robótica, surgem para atender as demandas dos alunos de Habilidades/Superdotação.
As autoras relatam que no âmbito do sistema educacional.
Nas últimas décadas têm sido implementadas políticas públicas pensando em um contexto da instituição escolar como escola inclusiva, uma forma de ensino igualitário e justo, considerando as diferenças do aprender. (PETERSEN e FREITAS, 2017, p.2)
Neste ínterim, Burgel e Moreira(2017p.2) defendem que o professor passa a ser entendido como um pesquisador que precisa estar atento, não só aos conteúdos a serem ensinados, mas também as metodologias que possam tornar esses conteúdos, significativos.
A Robótica propicia aos professores e alunos momentos de pesquisa, descoberta, despertar do raciocínio lógico e criação, por meio dos recursos midiáticos.
As tecnologias colocaram a humanidade na comunicação universal, abolindo as distâncias, moldando a sociedade, a qual já não corresponde a nenhum modelo do passado. (BOLSONI e BOLSONI, 2017, p.1)
Os autores defendem que a escola é considerada espaço crucial para o desenvolvimento de conhecimentos e habilidades junto aos seus integrantes e comunidade. Nesse sentido, a incorporação das TICs na escola contribui para expandir o acesso à informação e atualização.
Por meio das oficinas de Robótica, trabalha-se a leitura, nas apostilas do curso, despertando assim além do desenvolvimento da matemática habilidades leitoras.
A leitura abre porta para o mundo da imaginação, amplia o vocabulário dos alunos, propicia embasamento para o diálogo, (MOREIRA e BALBINOT, 2017, p5)
Um aspecto importante no fazer docente é a metodologia utilizada. O constante diálogo entre educando e educador favorece a avaliação e Autoavaliação das ações desenvolvidas. (MOREIRA e BALBINOT, 2017, p.6)
Rabelo (2016,p.60) afirma que a utilização da Robótica Educacional como ferramenta pedagógica nas aulas de Física no Ensino Médio permite a aprendizagem colaborativa, o que faz com que todos compartilhem, em sala de aula, os conhecimentos, as habilidades e as competências adquiridas. A autora defende a valorização da aprendizagem significativa, visto que os alunos percebem a importância do que estão aprendendo para suas vidas.
RELATO DE EXPERIÊNCIA
O Projeto de Educação Tecnológica na área de Robótica: Alfabetização ao Ensino Médio da Escola 16 de Junho abrange os conteúdos programáticos ligados a quatro eixos estruturais – aprender fazendo, comunicação, cidadania e tecnologia.
No ano de 2011, a Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio 16 de Junho recebeu as maletas de Robótica- kit LEGO Mindstorms e formação para uma professora.
Em 2012, as oficinas tiveram inicio, sendo a escola polo no município de Colorado do Oeste-Rondônia Após diagnóstico, deu-se inicio às oficinas semanais com 24 alunos, todos aprovados nos testes de altas habilidades.
Nos ano seguintes, abriram-se duas turmas em média 14 alunos no período matutino e 15 alunos no período vespertino.
A Metodologia utilizada nas oficinas de Robótica na Escola 16 de Junho, sempre foi a LEGO. Ela permite ao professor praticar ações que propiciem aos alunos motivação, memória, linguagem, atenção, percepção, emoção etc. As ações se estruturam em quatro fases distintas, mas interconectadas: Contextualizar: estabelece-se uma conexão entre os conhecimentos prévios que o aluno possui com os novos e insere-se uma atividade prática, que vai ser realizada na fase Construir. Construir: é a realização de montagens (contextualizadas com o tema), que pode ser um modelo passo a passo ou a criação de um novo, dentro de uma situação-problema. Analisar: é pensar sobre como as coisas funcionam, experimentando, observando, analisando, corrigindo erros e validando o projeto. Continuar: é o desejo natural que todo ser humano tem: aprofundar os conhecimentos adquiridos. O professor propõe um novo desafio, por exemplo, modificar o modelo LEGO existente ou criar outro, para que a nova montagem possa atender a uma necessidade relacionada ao tema proposto.
Nessas quatro fases, os alunos trabalham em equipes de quatro integrantes, cada um desempenhando uma função diferente: Organizador, Construtor, Programador, Relator, a cada projeto, as funções são exercidas em rodízio pelos alunos e ao final de cada aula é feita a apresentação de cada projeto construído aos demais grupos.
Algumas peças construídas são apresentadas aos outros alunos da escola e comunidade por meio de: desfiles cívicos, postagens nos meios sociais e apresentação nos momentos cívicos da escola, entre outros.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Para o ingresso dos alunos no “Projeto de Educação Tecnológica na área de Robótica: Alfabetização ao Ensino Médio”, os mesmos passam por testes de altas habilidades em matemática, destacando que após diagnostico pelo professor inicia-se as oficinas. Os alunos dedicam parte das aulas as leituras e pesquisa, e depois com conhecimento teórico, inicia-se com o auxilio do professor a montagem dos robôs.
Para se manter nas oficinas, os alunos necessitam de boas médias em matemática e língua portuguesa, além de dedicação, esforço pessoal na montagem das peças construindo instrumentos musicais, cadeiras adaptadas, entre outras peças solicitadas no projeto.
A fins de registro a professora coordenadora do projeto utiliza um fichamento contendo dados da aula, para avaliação e reavaliação dos trabalhos realizados em cada oficina.
Destaca-se que o projeto influência positivamente os alunos, visto que outros se dedicam para se superar e ter acesso às oficinas, enquanto os alunos já diagnosticados também se esforçam para continuarem no projeto.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CRUZ, George, A História da Robótica até os dias de hoje, Ciências e Tecnologia,07 de agosto 2013.
BOLSONI Maria Valdete da Silva e BOLSONI Wessley Michel Silva, O uso de Mídias tecnológicas na rotina do gestor escolar em Rondônia, Revista virtual P@rtes –São Paulo- S.P, 2017. ISSN 1678-8419 n 19 de maio de 2017.
KENSKI, V. M. Educação e Tecnologia: o novo ritmo da informação. 1. ed. Campinas: Papirus. 2007.
MAISONNETTE, R. A utilização dos recursos informatizados a partir de uma relação inventiva com a máquina: a robótica educativa. 2002. Disponível em: <http://www.proinfo.gov.br/upload/biblioteca.cgd/192.pdf>. Acesso em: 08 ago. 2017.
MIRANDA, J.R.; SUANNO, M. V. R. Robótica pedagógica: prática pedagógica inovadora. Curitiba: PUCPR, 2009.
MOREIRA, Valdecira Aparecida da Silva e BURGEL, Sandra Inês Matemática viva na alfabetização: da teoria à prática– , Revista virtual P@rtes –São Paulo- S.P 2017. ISSN 1678-8419 20 de novembro 2017.
MOREIRA, Valdecira Aparecida da Silva, BALBINOT, Valdicéia de Cássia da Silva, Geloteca: Fome de Leitura na Alfabetização, Revista virtual P@rtes 2017. ISSN 1678-8419 30/08/2017.
PETERSEN ,Aparecida Pedro, FREITAS, Eliane Alves – A ALFABETIZAÇÃO DE CRIANÇAS COM NECESSIDADES EDUCATIVAS ESPECIAIS NA PROPOSTA INCLUSIVA DO PNAIC- , Revista virtual P@rtes –São Paulo- S.P 2017. ISSN 1678-8419, 24 NOV 2017.
RABELO, Ana Paula Stoppa, ROBÓTICA EDUCACIONAL NO ENSINO DE FÍSICA– Catalão – GO -Fevereiro de 2016.
SANTOS, Jaian Tales Gomes, Robótica Educativa com Lego Mindstorms: uma metodologia para o Ensino Médio Integral- Universidade Federal de Pernambuco-2013.
[[i]]Professora na rede Estadual de Ensino, Pedagoga, especialista em Mídias na Educação, Métodos e Técnicas de Ensino, Gestão Escolar, Mestranda em Ciências da Educação. valdetebolsoni@hotmail.com.
[[ii]]Professora na rede Estadual de Ensino Pedagoga, Especialista em Gestão Escolar; Métodos e Técnica em Ensino; Mídias na Educação; , Mestranda em Ciências da Educação Supervisora da Escola 16 de Junho- Colorado do Oeste- Rondônia, valdeciracolorado@hotmail.com.
[[iii]]Professora na rede Estadual de Ensino Pedagoga, Especialista em :Libras, Matemática e Docência do Ensino Superior, Coordenadora das Habilidades/Superdotação da Escola 16 de Junho- Colorado do Oeste- Rondônia- vanilzalima_69@hotmail.com
