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O papel das mídias sociais na educação ambiental: o uso do facebook e do youtube

O papel das mídias sociais na educação ambiental: o uso do facebook e do youtube

Francisco Daniel Soares*

Resumo

Francisco Daniel Soares – Técnico Administrativo em Educação no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amapá – IFAP. Tecnólogo em Gestão Ambiental pela Universidade Norte do Paraná – UNOPAR. Pós-Graduando do Curso de Especialização em Mídias na Educação da Universidade Federal do Amapá – UNIFAP. G-mail: danielsoares.ap@gmail.com

Este trabalho e fruto de uma pesquisa bibliográfica que foi realizada no intuito de verificar qual e o papel das mídias sociais Facebook e YouTube no ensino de temas relacionados à Educação Ambiental. Constatou-se que as tecnologias são bastantes eficientes no auxílio aos professores que ensinam esta temática. Assim, a utilização destas mídias para o ensino de conteúdos de Educação Ambiental é de grande relevância, tendo em vista que o público que utiliza essas ferramentas é bem amplo, alcançando diversos usuários.
Palavras-Chave: Mídias Sociais. Educação Ambiental. Facebook. YouTube.

Abstract

This work is the result of a bibliographical research that was carried out in order to verify the role of social media Facebook and YouTube in the teaching of themes related to Environmental Education. It was found that the technologies are quite efficient in helping the teachers who teach this subject. Thus, the use of these media for the teaching of Environmental Education content is of great relevance, considering that the public that uses these tools is very broad, reaching several users.
Keywords: Social media. Environmental education. Facebook. YouTube.

Introdução
As mídias sociais podem ser definidas como sendo as plataformas de Internet que facilitam e aceleram a conexão entre as redes sociais, ou seja, são as interações de criação de conteúdos, propagação de informações e trocas dentro dos grupos sociais estabelecidas nas plataformas online que caracterizam aquilo que chamamos hoje de mídia social.
As mídias sociais são, portanto, sistemas que foram projetados com a incumbência de proporcionar a interação social a partir do compartilhamento de diversos tipos de conteúdos, criando uma rede colaborativa de informações nos mais variados formatos. Por meio delas, há a possibilidade de qualquer pessoa produzir e publicar conteúdos, o que deixa o custo de distribuição e de produção de informações praticamente zero, tendo em vista que, antes esta atividade se restringia a grandes grupos econômicos.
Neste sentido, o uso das mídias sociais para a propagação de conhecimentos, tem se tornado cada vez mais volumoso nos dias atuais, pois com o advento das tecnologias da informação (TIC´s), esses conhecimentos passaram a circular de forma muito rápida.
Na concorrência no segmento de redes sociais destaque se dá ao Facebook, o mesmo em 2012 atingiu a marca de um bilhão de pessoas inscritas, ou seja, um sexto da população global, mostrando a sua grande capacidade de conectar uma enorme quantidade de pessoas, formando uma “rede paralela” inserida na maior rede, que é a internet, chegando a competir em volume de acessos com o maior meio de pesquisa da rede, o famoso Google (ROSADO & TOMÉ, 2015).
Essa ferramenta (Facebook), por ser uma rede social cujo foco é a linha de publicação do indivíduo (timeline), onde pode haver a interação deste com o público, os “chamados amigos do Face”, em que estes podem “curtir”, “comentar” e “compartilhar” as publicações dos usuários desta rede social, pode ser utilizada como uma ferramenta de grande importância na divulgação e ensino de conteúdos relacionados ao tema Educação Ambiental.
Outra ferramenta das mídias sociais que pode auxiliar na disseminação e ensino da Educação Ambiental e o YouTube, que se constitui numa plataforma de distribuição digital de vídeos. O YouTube é o mais famoso site de compartilhamento de vídeos do mundo, pois conta com cerca de 1,5 bilhão de pessoas que o acessam a cada mês. Além disso, os seus usuários passam, em média, mais de uma hora por dia assistindo vídeos somente em seus dispositivos móveis (EXAME, 2017).
É nesta perspectiva de utilização das mídias sociais que podemos divulgar e ensinar a Educação Ambiental, sendo as mídias Facebook e YouTube, ferramentas de extrema importância nesse propósito, pois através delas diversas pessoas podem ter acesso aos conteúdos de Educação Ambiental.Neste sentido, o presente trabalho tem como objetivo geral, verificar qual é o papel das mídias sociais (facebook e youtube) no ensino da Educação Ambiental. Possui ainda como objetivos específicos: Analisar a importância das mídias sociais na Educação Ambiental e verificar se as mídias sociais estão sendo utilizadas na divulgação da Educação Ambiental.

Metodologia
Para o desenvolvimento deste trabalho foi realizado o levantamento bibliográfico, através de coleta de dados exclusivamente por meio de pesquisa bibliográfica em livros, artigos de periódicos e sites especializados no tema. Os dados coletados através do levantamento bibliográfico foram analisados e sistematizados no software livre LibreOffice Writer.

Discussão
O processo de aprendizagem dentro de uma sociedade tecnológica que a cada dia se inova é o desafio não só da educação, mas de toda a sociedade. As mídias sociais podem ser um espaço onde a educação e a comunicação se fazem presentes com toda a sua riqueza de informação. Assim, uma das saídas para a educação consiste em conhecer melhor os meios de comunicação e sua linguagem para integrá-las dentro do processo educacional e perceber os mecanismos de comunicação, como um todo, sendo fundamentais para um processo de educação mais rico e participativo.
De acordo com Recuero (2010): Mídia social, é um conjunto de dinâmicas da rede social, ou seja, são as dinâmicas de criação de conteúdo, difusão de informação e trocas dentro dos grupos sociais estabelecidas nas plataformas online (como sites de rede social) que caracterizam aquilo que chamamos hoje de mídia social.
Entre as diversas mídias sociais existentes podemos citar o Facebook, YouTube, Twitter, Instagram,Blogs, WhatsApp, etc. No entanto, e bom lembrar que não é recomendado que o usuário se prenda às tecnologias em si, mas aos recursos que elas proporcionam e às mudanças provocadas no processo de comunicação, pois as plataformas de comunicação se modificam com o tempo, ou seja, desaparecem e reaparecem no decorrer dos anos.
Das mídias sociais citadas podemos falar um pouco do Facebook que se constitui na maior e mais importante mídia social atualmente, o mesmo inclui funcionalidades de diversos outros sites. Por meio dele por exemplo, é possível montar a sua base de seguidores e realizar postagens sem se preocupar com limitações de caracteres. Com isso o Fecebook pode ser uma importante ferramenta na divulgação das praticas/princípios de Educação Ambiental no ambiente educacional. Soma-se a isso, ainda, a possibilidade de se inserir fotos, vídeos e de se utilizar aplicações diversas na disseminação da Educação Ambiental.
Esta ferramenta (Facebook) além de permitir comentários nas postagens feitas por terceiros, permite também que usuários possam clicar em funções denominadas “curtir”, mostrando que um usuário se identificou com aquele conteúdo publicado. Deste modo, as interações dos usuários, como: cliques, comentários e postagens – ficam armazenadas em sua própria página, alimentando-a com informações referentes a tudo o que o usuário produziu.
Já o YouTube nasceu no ano de 2005 pelas mãos de Chad Hurley, Steve Chen e Jawed Karim nos EUA, Califórnia. No princípio de sua criação o website almejava proporcionar aos seus usuários a expressão de conteúdo individual e coletivo de teor independente, driblando as chamadas barreiras e filtros característicos dos meios audiovisuais anteriores como a televisão ou cinema (SILVA e MUNDIM, 2015).
O projeto (YouTube) ganhou notoriedade com um crescente volume de usuários que postavam e assistiam a vídeos, criando seus canais e compartilhando socialmente tais experiências. Só que em 2006, o sítio YouTube foi adquirido pelo Google pela quantia de 1,65 bilhão de dólares, passando a incorporá-lo em seus projetos e diretrizes (SILVA e MUNDIM, 2015).
Assim, o YouTube se torna uma ferramente de grande importância na divulgação de conhecimentos de Educação Ambiental, pois através desta ferramenta podemos alcançar não somente os alunos de determinada classe de uma escola, mas também um público bem maior, tendo em vista que o alcance do YouTube, assim como do facebook é mundial.
Neste sentido, percebe-se que as tecnologias de informação e comunicação devem ser expandidas para que haja um maior domínio das mesmas por meio de docentes e discentes e por toda a comunidade, e que esse conhecimento e domínio das mesmas venha proporcionar uma expansão da divulgação dos conhecimentos de Educação Ambiental.
Discutiu-se um pouco sobre mídias sociais, mas faz-se necessário entendermos sobre a Educação Ambiental que foi definida pelo Decreto nº 4.281/2002, como: “Um componente essencial e permanente da educação nacional, devendo estar presente, de forma articulada, em todos os níveis e modalidades do processo educativo, em caráter formal e não-formal”.
Em 1973 teve início o processo de institucionalização da Educação Ambiental pelo governo federal brasileiro, que se deu com a criação da Secretaria Especial do Meio Ambiente (Sema), vinculada à Presidência da República. Já em 1991, a Comissão Interministerial para a preparação da Rio 92 considerou a Educação Ambiental como um dos instrumentos da política ambiental brasileira.
Durante a Rio 92, com a participação do Ministério da Educação (MEC), também foi produzida a Carta Brasileira para Educação Ambiental, que reconheceu ser a Educação Ambiental um dos instrumentos mais importantes para viabilizar a sustentabilidade como estratégia de sobrevivência do planeta e de melhoria da qualidade de vida humana.
Mas foi com a Lei nº 9.795/1999, que se instituiu a Política Nacional de Educação Ambiental (PNEA) no Brasil, que veio para reforçar e qualificar o direito de todos à Educação Ambiental, indicando seus princípios e objetivos, os atores e instâncias responsáveis por sua implementação, nos âmbitos formal e não-formal, e as suas principais linhas de ação.
Assim, a Educação Ambiental, passa então a fazer parte das Orientações Curriculares do Ensino Médio e dos módulos de Educação a Distância, e na Educação de Jovens e Adultos (EJA).
Ademais, podemos observar que a Educação Ambiental não é compartimentalizada, pois necessita da integração de todas as áreas do conhecimento científico e do currículo escolar, e exige um trabalho em parceria entre a comunidade escolar e local, para a construção de conhecimentos significativos e ações participativas.
Verifica-se portanto, que o uso das mídias sociais nesta caminhada e de grande importância, pois por meio das mesmas pode-se atingir um grande número de atores deste processo (professores, alunos e comunidade em geral).
Para Rodrigues e Colesanti (2008) “Tratando-se da Educação Ambiental, o professor deve conseguir problematizar o saber ambiental apresentado no suporte digital, colocando-o em uma perspectiva onde os alunos possam se apropriar e utilizá-lo para a construção das atitudes ecológicas”.
Assim, e de fundamental importância que o professor domine o uso das mídias Facebook e YouTube, para que o mesmo saiba problematizar o saber ambiental apresentado nas mídias sociais, para que haja a interação de seus alunos no processo de ensino-aprendizagem.
De acordo com Jacobi (2003), o trabalho dos temas que envolvem a complexidade ambiental decorrentes das práticas existentes e possibilidades de analisar a realidade de modo complexo, veio para privilegiar o diálogo e a interdependência de diferentes áreas do conhecimento, principalmente através das redes sociais, e-mails, e as veiculações de informações pela internet, onde o estímulo dos participantes é cada vez mais forte.
Diversos profissionais da educação tem argumentado sobre o uso das tecnologias no contexto educacional, observando-se a resistência da utilização das redes sociais por pate deles, talvez por se tratar de uma tecnologia que surgiu recentemente e não haver por parte dos mesmos um entendimento de que as mesmas são também um ambiente de aprendizagem a ser utilizado (MOREIRA e JANUÁRIO, 2014).
Já para Ferreira e Bohadana (2014) a ação tecnológica comporta um apoio mais centrado no aluno do que de forma presencial a um grupo grande em sala de aula, pois as redes sociais de acordo com os autores possibilitam uma percepção maior por parte dos alunos, tendo em vista ser às atividades constituídas de um registro possível de ser consultado em outras ocasiões, a exemplo temos os chamados “compartilhamentos no facebook”, onde o professor passa a ter um maior contato de interação com os alunos, o que implica em um conhecimento mais aprofundado acerca das necessidades e expectativas dos discentes.
Em relação ao uso do YouTube para divulgar vídeos de Educação Ambiental não e diferente, tendo em vista que quando um vídeo e publicado aqueles que os assistem podem tecer seus comentários acerca dos mesmos, havendo assim uma interação entre os atores envolvidos no processo de ensino-aprendizagem.
Portanto o papel das mídias sociais Facebook e YouTube no ensino da Educação Ambiental e de grande relevância para a educação, pois essas mídias sociais têm uma enorme capacidade de alcançar uma variedade de públicos, facilitando a relação professor-aluno durante o ensino deste tema que e de muita importância na formação de cidadãos conscientes em relação as temáticas ambientais.

Conclusões
A partir das pesquisas realizadas através dos levantamentos bibliográficos, pôde-se constatar que a utilização das mídias sociais têm tido um rápido crescimento nos últimos anos, principalmente as mídias Facebook e YouTube. Portanto e fundamental que o professor domine o uso das mídias sociais, para que o mesmo saiba problematizar o saber ambiental através das mesmas, no intuito de haver interações de seus alunos no processo de ensino-aprendizagem.
Assim, a utilização destas mídias para o ensino de conteúdos de Educação Ambiental é de grande relevância, tendo vista que o público que utiliza essas mídias (Facebook e YouTube) e bem amplo, atingindo proporções globais de usuários. Neste sentido o professor ao se utilizar destas ferramentas para o ensino de Educação Ambiental alcançará um grupo grande de alunos em sala de aula, pois as redes sociais possibilitam uma percepção maior por parte dos discentes.

Referências
BRASIL. Decreto nº 4.281, de 25 de junho de 2002 – Regulamenta a Lei no 9.795, de 27 de abril de 1999, que institui a Política Nacional de Educação Ambiental, e dá outras providências.
BRASIL. Lei nº 9.795, de 27 de abril de 1999 – Dispõe sobre a educação ambiental, institui a Política Nacional de Educação Ambiental e dá outras providências.
FERREIRA, G; BOHADANA, E. Possibilidades e desafios do uso do Facebook na educação três eixos temáticos. In: PORTO, C.; SANTOS, E. Facebook e Educação: Publicar, curtir e compartilhar . Campina Grande: EDUEPB, p.255-274, 2014.
MOREIRA, J. A; JANUÁRIO, S. Redes sociais e educação: reflexões acerca do Facebook enquanto espaço de aprendizagem. In: PORTO, C.; SANTOS, E. Facebook e Educação: Publicar, curtir e compartilhar. Campina Grande: EDUEPB, p.67-84, 2014.
JACOBI, P. Educação ambiental, cidadania e sustentabilidade. Cadernos de Pesquisa, n. 118, p. 189 -205, 2003.
ROSADO, Luiz Alexandre da Silva Rosado; TOMÉ, Vitor Manuel Nabais. As redes sociais na internet e suas apropriações por jovens brasileiros e portugueses em idade escolar. Rev. bras. Estud. pedagog. (online), Brasília, v. 96, n. 242, p. 11-25, jan./abr. 2015.
RODRIGUES, Gelze Serrat de Souza Campos. COLESANTI, Marlene T. de Muno. Educação ambiental e as novas tecnologias de informação e comunicação. Sociedade & Natureza, Uberlândia, 20 (1): 51-66, jun. 2008.
SILVA, Sivaldo Pereira da. MUNDIM, Pedro Santos.Mediações no YouTube e o caso ‘Ocupação do Complexo do Alemão’: características e dinâmica de uso. Intercom – RBCC São Paulo, v.38, n.1, p. 231-253, jan./jun. 2015.

SITE. https://exame.abril.com.br/tecnologia/youtube-chega-a-15-bilhao-de-usuarios-mensais/

SITE. http://www.raquelrecuero.com/arquivos/2010/11/midia-x-rede-so.html

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