Terceiro Setor

Dia Nacional do Voluntariado

VIVA COMEMORA DIA NACIONAL DO VOLUNTARIADO

Também em agosto, entidade que imprimiu profissionalismo na atuação voluntária celebra 20 anos levando carinho e entretenimento a crianças e adolescentes hospitalizados.

 

Celebrado no dia 28 de agosto, o Dia Nacional do Voluntariado tem um significado especial para a Associação Viva e Deixe Viver. Fundada há exatos 20 anos, a entidade tornou-se referência de atuação voluntária no Brasil, ao defender que seus Contadores de História exerçam com profissionalismo a tarefa de contar histórias para crianças e adolescentes hospitalizados. O retorno é animador: a contribuição desses voluntários para a recuperação dos pequenos pacientes é cada vez mais reconhecida por médicos, equipe multidisciplinar e familiares. “Sempre investimos na fórmula dos três Cs – consciência, compromisso e constância – na certeza de um resultado relevante”, afirma Valdir Cimino, fundador e presidente da Viva.

 

Não por acaso, as conquistas da Viva a alçaram entre as mais ativas entidades do Terceiro Setor na área da Saúde. Sua legião de Contadores de Histórias já está presente em sete estados brasileiros. No mercado editorial, investe na produção de conteúdo, tendo como público-alvo as mesmas crianças e adolescentes que estão hospitalizados e seus cuidadores. Em sua luta pela Humanização da Saúde, tornou-se referência e paradigma para outras entidades, promovendo eventos e pesquisas que indicam os melhores caminhos a serem trilhados para oferecer um serviço digno e de qualidade a todos.  Nessa trajetória, o apoio de empresas tem sido fundamental para concretizar novas investidas, que despertam para a Responsabilidade Social e incentivam a atuação voluntária.

 

Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP), a Viva, que iniciou suas atividades no Instituto de Infectologia Emílio Ribas, em agosto de 1997, apresenta números que impressionam: nesses vinte anos, a entidade contabiliza mais de 1.011.036 crianças atendidas. A rede de hospitais parceiros cresceu para mais 90 estabelecimentos, localizados em 23 cidades brasileiras. Além dos pacientes, as ações da Viva repercutiram em cerca de 680.030 familiares e quase 184.639 mil profissionais da Saúde. Somente em 2016, foram impactadas 200.134 pessoas, entre as quais 90.495 eram crianças, 85.096 familiares e 24.543 profissionais de saúde Hoje a Viva conta com 8 afiliadas e 1.466 voluntários.

 

Instalada em sede própria, no bairro de Santa Cecília, a Viva oferece ainda uma programação de cursos e oficinas, para seus voluntários e público em geral, por meio do Centro de Comunicação e Histórias (CCH). São também frequentes a realização de encontros e a participação em eventos em que seus Contadores de Histórias divertem e encantam crianças de todas as idades com suas narrativas.

 

Na expansão de suas atividades, tem sido fundamental o apoio da iniciativa privada: “Para conseguir manter a qualidade de atendimento de nossa equipe, contamos com empresas que acreditam na importância de investir na Saúde e que são estimuladas a associar sua marca à atuação dos Contadores de Histórias”, observa Cimino. Associação conta hoje com o apoio das empresas Droga Raia, Mahle Metal Leve, Estácio de Sá, Instituto Helena Florisbal, Pernambucanas, Rede Globo e Supermercados Tauste.

 

No que se refere ao Voluntariado Corporativo, a Viva é cada vez mais um modelo a ser seguido entre as empresas preocupadas em despertar também em seus colaboradores conceitos de Responsabilidade Social. Junto à Mahle, por exemplo, este trabalho acontece desde 2002 e vem sensibilizando seus funcionários que, só no ano passado, doaram 1.357 horas atuando como contadores voluntários de histórias da Associação Viva e Deixe Viver nas proximidades de seus locais de trabalho.

 

Além da tarefa de transformar o voluntariado assistencialista em atuação responsável e consciente, a Viva se destaca por ter encampado outras batalhas importantes. Como mobilizadora e incentivadora da política pública Humaniza SUS, a entidade promove fóruns, congressos e pesquisa sobre o tema. Outra iniciativa de destaque é o Workshop “A descoberta do brincar e contar histórias na saúde mental”. Realizado em parceria com o Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas – IPqHCFMUSP, o evento, que já está na décima edição, tem o objetivo de incentivar a prática de atividades lúdicas no tratamento de pacientes com doenças mentais. “O trabalho voluntário e a humanização da Saúde em nosso País são pontos sensíveis, para os quais temos a expectativa de contribuir positivamente, em busca de soluções”, ressalta Cimino.

 

Sempre que possível, a Viva desenvolve pesquisas para avaliar as ações desenvolvidas e aprimorar a atuação dos voluntários. A mais recente delas aponta uma escala de humor e dor por meio da qual é possível mostrar que uma simples história pode contribuir para a qualidade de vida das crianças e adolescentes hospitalizados. A pesquisa é feita por meio do Diário Eletrônico do Contador de Histórias da Viva, que os voluntários da entidade devem responder a cada contação de história realizada. Além de avaliar o impacto da atuação dos Contadores de História, a pesquisa também auxilia os hospitais parceiros, ao indicar caminhos para a humanização do atendimento.

 

Entre os maiores problemas da área da Saúde, com grande impacto para a economia do Brasil, a desospitalização e a aposentadoria também foram citadas em pesquisa recente sobre a valorização do trabalho voluntário realizado pelo profissional e estudante de Saúde. “Ao abordar esta temática, esperamos contribuir para que profissionais e instituições do setor possam rever seus métodos de orientação aos pacientes que recebem alta hospitalar, já que muitos deles acabam voltando ao hospital por ignorar ou não seguir corretamente essas instruções”, observa o presidente da Viva.

 

Como tudo começou – Contribuindo com doações de brinquedos e tíquetes para as crianças em tratamento no Instituto de Infectologia Emílio Ribas desde 1993, Valdir Cimino acabou se interessando em descobrir mais sobre aqueles pacientes. Por sugestão de sua sobrinha Violeta, decidiu contar histórias para as crianças, para amenizar seu sofrimento e o medo que sentiam por estar no ambiente hospitalar.

 

Foi assim que, no dia 17 de agosto de 1997, nasceu a Viva. O exemplo de Valdir Cimino motivou a adesão de alguns amigos, que passaram a atuar no próprio Emílio Ribas. Desde o início, no entanto, Cimino percebeu que, para ser voluntário em hospitais, não bastava a boa vontade. Um treinamento prévio seria fundamental, tanto para estabelecer os parâmetros desta atuação como para verificar se aquele interessado teria perfil para a atividade. Hoje, a Viva é referência de entidade do Terceiro Setor, pela atuação responsável de seus voluntários.

 

Nesses 19 anos, a Viva vem treinando e capacitando voluntários para se tornarem contadores de histórias na tentativa de contribuir para saúde e educação da criança e adolescente hospitalizado levando alegria, risadas e boas histórias. “Temos orgulho de circular com nossos aventais em tantos hospitais, promovendo uma transformação positiva no ambiente hospitalar”, destaca Cimino.

 

Outro dado importante é a alta escolaridade dos voluntários, seu respeito pelas crianças hospitalizadas e o comprometimento com a causa. “Estes voluntários altamente qualificados fazem com que a Viva produza mais de R$ 4 milhões de capital humano, aferidos por meio da hora qualificada doada, em respeito à Resolução 1409/12. É um dado que nos traz muitas alegrias e nos qualifica, com seriedade, a buscar parceiros para nossas ações”, avalia Cimino.

 

Os próximos anos, segundo Cimino, exigirão ainda mais dedicação e planejamento, já que a Viva não se limita a agir dentro dos hospitais. Além de ter sua atuação associada à causa da Humanização Hospitalar, a Viva também vem se dedicando cada vez mais à produção de conteúdo editorial. A primeira iniciativa neste campo foi o livro “Viva e Deixe Viver: Histórias de quem conta histórias”, de Maria Helena Gouveia, publicado pela Editora Globo, em 2003. Agora, a associação volta-se para publicações destinadas a crianças e adolescentes e também à arte de contar histórias, com o selo “Edições Viva e Deixe Viver”.

 

Uma delas é a Coleção Eu a Célula, com dez títulos sobre o corpo humano, de autoria de Dulce Rangel. Estes livros têm o objetivo de desvendar para as crianças o funcionamento de nosso organismo, visando facilitar o entendimento de eventuais doenças e seu tratamento.

 

Para tornar acessível todo o material em formato virtual oferecido pela Viva, a entidade lançará, em breve, a BisbilhotecaViva, um novo portal de conteúdo que disponibilizará uma grande variedade de itens, como livros infantojuvenis, publicações com o selo Viva, material interativo, além de programas e jogos educativos, funcionando como biblioteca e livraria virtuais.

 

Por meio desta iniciativa, a Viva também estimulará a doação de histórias, para ampliar e renovar constantemente seu acervo. “Este portal permitirá que a Viva leve histórias a todas as pessoas, em qualquer hora, em qualquer lugar. Mas, além de oferecer diversão, o site terá esse caráter de biblioteca, recebendo doações de novas histórias para as crianças. Com isso, pretendemos promover o uso da ferramenta e ampliar, cada vez mais, o seu alcance”, relata o presidente da Viva.

 

“Estamos sempre em busca de novos caminhos, que promovam a humanização da saúde e que possam levar ao nosso público uma chance de inclusão, por meio da cultura e da educação. Por isso, ficamos felizes em saber que plantamos a semente da contação de histórias e da leitura em tantas famílias, crianças e adolescentes”, resume Cimino, destacando que contador de histórias é hoje uma profissão: em sessão no dia 12 de julho último, a Comissão de Trabalho de Administração e Serviço Público aprovou o Projeto de Lei no 7.232/2017, que regulamenta a atividade.

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