A CENA – (POESIA SINGULAR)
Nazaré, 10-12-2016
Gilberto Nogueira de Oliveira
Você acha que vale a pena
Matar bandidos pobres
Quando bandidos nobres
Estão fazendo a cena?
Você acha que vale a cena
Da elite traficar
No conforto do seu lar
Numa calma serena?
Você acha que calma serena
Desse traste do dinheiro
De pousar como guerreiro
Mantendo essa gangrena?
Você acha que a gangrena
Vai curar essa nação
Se na verdade o patrão
A nada disso se antena?
Você acha que se antena
A elite do vil metal
Se todo esse mal
Vem d’uma classe obscena?
Você acha que a classe obscena
Vai deixar você em paz
Se tudo o que você faz
É tudo que te condena?
Você acha que te condena
O fato de estar ausente
Sabendo o que você sente
Nos braços de uma morena?
Você acha que a morena
Faz esquecer o seu mal
Quando ao menor sinal
Você se armazena?
Você acha que armazena
Toda essa cultura
De morte e de amargura
Quando você se aliena?
Você acha que se aliena
Nessa pátria perdida
Porque nela foi parida
Nessa vida terrena?
Você acha que a vida terrena
Está cheia de facilidades
Dentro dessas cidades
Que você envenena?
Você acha que não envenena
Sua vida de sucesso
Nesse infeliz regresso
De sua vida extraterrena?
Apenas, saia da cena.