desenvolvimento sustentável Meio Ambiente Socioambiental

Planejamento Urbano Sustentável

Planejamento Urbano Sustentável

É de fundamental importância o planejamento adequado de um espaço urbano, o qual deve vir acompanhado de sustentabilidade. O objetivo central da pesquisa é detalhar os problemas ocasionados pela urbanização e a importância de um planejamento urbano sustentável para que ocorra uma diminuição desses. Os métodos utilizados foram reflexões e análises de bibliografias. O resultado*1 foi contundente para afirmar que o planejamento urbano sustentável pode diminuir ou até zerar os impactos ambientais e sociais obtidos pela urbanização.

PALAVRAS-CHAVE: Planejamento Urbano, Sustentabilidade, Urbanização.

ABSTRACT

It is of essential importance the proper planning of an urban space, which should be followed by sustainability. The central objective of this research is to detail the problems caused by urbanization and the importance of a sustainable urban planning for a reduction of these. The methods used were reflections and bibliographies analyses. The result was blunt to say that sustainable urban planning can reduce or even clear the environmental and social impacts of the urbanization.

KEYWORDS: Urban Planning, Sustainability, Urbanization.

 

INTRODUÇÃO

O processo de urbanização ficou acelerado em meados dos anos 60 devido a Revolução Industrial, não importando os problemas ambientais e urbanos que poderiam ocorrer com a mudança de grande parte da população dos espaços rurais para os espaços urbanos. Mediante isso as consequências foram traçadas.

O entendimento sobre o planejar de um espaço urbano começa a partir do momento em que há o diagnóstico dos problemas daquele espaço urbano. Fala-se em planejamento sustentável, pois a grande problemática da urbanização decorre de pontos ambientais.

A importância desse planejamento sustentável está na essência de possibilidade de chegar à diminuição ou fim dos problemas que ocorrem por consequência da urbanização. Com isso a pesquisa em questão objetivou a buscar relações concretas que efetivem a execução do planejamento urbano sustentável com a subtração dos problemas tanto ambientais quanto sociais.

PENSAMENTOS REFLEXIVOS

A urbanização é um processo originado a partir da concentração do homem em determinado meio. O espaço urbano nada mais é que o espaço de interação de pessoas, e se diferencia do espaço rural a partir da sua função, sendo elas a administração, o comércio, transporte, serviços socioculturais e manufatura. (BROEK, 1967).

Na temática da concentração de pessoas em um mesmo espaço há de se mencionar a necessidade de energia em que esse espaço necessita para a máquina urbana funcionar. Essa energia necessária não é condizente à energia produzida dentro do ecossistema urbano, por isso tende a subtrair essa energia de outro ecossistema.

Observa-se quatro diferentes modelos de ecossistemas, a) ecossistemas naturais são aqueles que dependem da energia solar para produção de sua energia e possuem funções primordiais para a manutenção da vida, b) ecossistemas com subsídios naturais são aqueles que também dependem de energia solar, porém recebem inputs energéticos, c) ecossistemas com subsídios antropogênios recebem energia solar e inputs energéticos maciços (origem fóssil), d) ecossistemas urbano-industrial são aqueles ecossistemas dependentes dos outros três ecossistemas anteriores, são movidos por combustíveis fósseis.

Nesse contexto observa-se que o ecossistema urbano necessita para a sua manutenção e captação de matérias primas e de combustíveis, da retirada de energias contidas nos outros ecossistemas, pois ele sozinho não consegue suprir suas próprias necessidades. A partir disso o ambiente natural é afetado pela produção humana de três maneiras. A primeira maneira é o esgotamento de recursos não renováveis e utilização de recursos renováveis, isso ocorre quando a produção humana subtrai do ambiente natural os materiais limitados em termos de quantidade ou distribuição no espaço e tempo. Segundo Abreu (1963) os recursos “renováveis são os que não se gastam com o uso; podem sofrer desgaste mediante utilização inadequada, porém são suscetíveis de regeneração, através de práticas conservacionistas” (p. 9) já os “recursos não renováveis são aqueles que são destruídos pelo uso, não podendo ser regenerados espontaneamente ou por adequada intervenção do homem” (p. 10). A segunda maneira é o descarte de resíduos, a população humana capta energia para a sua sustentação, porém essa energia é muito alta para o que de fato é necessário, devido isso ocorre as sobras da produção humana, que nada mais são que resíduos, os quais podem ser transportados pela água e ar provocando a poluição de ambos. E a última maneira em que a produção humana pode afetar o ambiente natural é na utilização de espaços. Isso ocorre com a vasta aglomeração urbana, acarretando na expansão da cidade e determinando uma competição entre o espaço natural e o espaço urbano.

Verificado isso há de se concluir que os sistemas urbanos não se autossustentam, eles captam energia de outros ecossistemas prejudicando-os de certa forma. Porém esse prejuízo não pode ser verificado somente por parte dos outros ecossistemas, também devemos pensar em um prejuízo para o ecossistema urbano. Esse prejuízo é visto a partir de problemas ocasionados pela própria urbanização, densidade populacional, escassez de habitação, redução da biodiversidade, poluição das águas e do ar e ilhas de calor. (HUSSAIN, 2015).

Nessa vertente há de se buscar uma solução na diminuição desses impactos tanto no ambiente natural quanto no ambiente urbano. As soluções começam a partir de mudanças na política, nas práticas e instituições; e principalmente no planejamento sustentável do espaço urbano.

Esse planejamento sustentável vem com um preceito de entendermos a questão do ecológico dentro do espaço urbano. A urbanização é algo ótimo na vida do homem, porém devemos planejá-la de forma ecológica para que as consequências negativas dessa urbanização diminuam ou até desapareçam.

O planejamento ecológico, segundo Hussain (2015), possui quatro funções: proteger a diversidade ecológica, ou seja, desenhar o espaço urbano preocupando-se na flora e fauna, proteger os processos hidrológicos, que consiste no desaparecimento da poluição das águas, promover a estabilidade climática e por fim verificar a utilidade correta dos mecanismos e materiais destinados para aquele fim.

Dentro desse contexto a autora traz que juntamente no planejamento sustentável deve ser verificada a constante predominância de espaços livres urbanos, os quais colaboram grandiosamente no equilíbrio ambiental. Os espaços livres urbanos consistem em espaços que não possuem nenhuma cobertura, possuem vegetação, demonstram significativo aspecto de lazer e que estejam dentro do espaço urbano. (HUSSAIN, 2015).

Os métodos utilizados para a obtenção dos resultados que passam a seguir foram análises e reflexões de bibliografias competentes a tal tema e de disciplinas que possuíam em seu ápice tal discussão.

Como observado, a urbanização é fato gerador da comunhão dos homens, e possui funções próprias com vantagens e desvantagens. As vantagens da urbanização é o desenvolvimento social e econômico, já as desvantagens são observadas através da densidade populacional, escassez de habitação, redução da biodiversidade, poluição da água e ar e as ilhas de calor. Visto as desvantagens e os prejuízos que o ecossistema urbano traz para si e para os outros ecossistemas é verificada a importância de manter um ambiente ecológico e correto, e isso é obtido através de um planejamento urbano sustentável. Desenhar um espaço urbano tendo em mente os problemas oriundos da urbanização e preconizando pelo ecológico há de se ter um espaço urbano sustentável.

Não podemos falar que o planejamento urbano sustentável é algo fácil e rápido de acontecer, é algo de difícil implantação e que resulta em uma execução de longo prazo. Mas é o ponto central para a boa execução do papel do espaço urbano e assim diminuindo razoavelmente as desvantagens ocasionadas pela urbanização.

Esse planejamento urbano sustentável deve ser transcorrido por profissionais competentes de várias áreas de conhecimento, das mais diversas ciências, com o intuito de englobá-las de uma só maneira e chegar a só um resultado.

CONCLUSÃO

Devemos pensar na urbanização como algo positivo ao desenvolvimento do homem para com a sua sociedade, porém decorrente dela podem ocorrer problemas ambientais e sociais. Para haver uma diminuição desses problemas deve-se planejar o espaço urbano.

No desenvolvimento do planejar se deve priorizar por espaços livres urbanos que favoreçam grandiosamente no vasto aparecimento de vegetação, além de preconizar no equilíbrio das moradias contidas nesse espaço.

Para que o planejamento urbano sustentável ocorra a população contida em determinado espaço urbano deve estar determinada para tal mudança, pois não basta somente a execução, deve haver o cuidado rotineiro para que esse planejamento tenha êxito contínuo.

REFERENCIAS

ABREU, Sylvio Fróes Abreu. “Conceito de Recursos Naturais Básicos”. In: ABREU, Sylvio Fróes Abreu, et al. Curso de Informações Geográficas. 1963. P. 5 p. 14.

BROEK, Jan O. M.. “Temas de Pesquisas”. In: BROEK, Jan O. M.. Iniciação ao estudo da Geografia. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1967. P. 51 p. 80.

HUSSAIN, Mohd Ramzi Mohd, MALEK, Nurhayati Abdul, TUKIMAN, Izawati “Open Spaces, Parks and the Environment”. In: ZAKARIYA, Khalilah et al (Orgs.). The Life of Places: Spaces Places and Narratives. 1ª ed. Gombak: IIUM Press, 2015. P. 3 p. 19.


*  Bacharel em Direito pela Faculdade União, Graduanda em Arquitetura e Urbanismo pela Faculdade Unopar e Aluna Especial do Mestrado “Gestão de Território” no Programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade Estadual de Ponta Grossa – PR. E-mail: maiaragarbuio@bol.com.br

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