O orientador educacional como facilitador do processo de aprendizagem de história nos anos iniciais.
[1]Aline Silva Vieira
RESUMO
A participação do Orientador Educacional é crucial nas escolas, agindo este junto à equipe escolar e a comunidade, com o objetivo de aprimorar o processo educacional, proporcionando ao aluno uma educação de qualidade. Deste modo, notou-se a dificuldade dos professores ao trabalhar história com os alunos dos anos iniciais. Sendo assim a participação do Orientador Educacional como facilitador desse processo é imprescindível, pois garante uma aprendizagem significativa a todos. A reflexão histórica adequada nesse nível de ensino pode garantir ao aluno uma compreensão da sociedade em que vive, fazendo uma correlação dos conteúdos históricos com a realidade. O Orientador Educacional tem a constante tarefa de auxiliar no processo para a formação do cidadão que tenha uma participação mais consciente no mundo em que vive.
Palavras-chave: História, anos iniciais, orientação educacional.
ABSTRACT
The participation of the Guidance Counselor is crucial in schools, working together with the school staff and the community, aiming to improve the educational process, providing the student quality education. Thereby, teacher’s difficulty to teach history to the students of the elementary school was noticed. So the participation of the Guidance Counselor as a facilitating agent of this process is essential as it ensures a significant learning for everybody. An appropriate historical reflection at this educational level may guarantee the students a better understanding of the society they live in, doing a comparison between the historical contents and the reality. The Guidance Counselor has a constant task of assist the formation process of citizens who have a more conscious participation in the world they live in.
Keywords: History, early years, guidance counselor.
1 INTRODUÇÃO
O referido artigo propõe a reflexão da importância de intervenção do orientador educacional frente à dificuldade pedagógica enfrentada pelos professores para com o ensino de História nos anos iniciais, com os recursos disponíveis e nas propostas metodológicas do currículo escolar.
Justifica-se o anseio de compreender a importância da intervenção do orientador educacional neste processo de ensino como facilitador e mediador para alcançar melhores resultados de aproveitamento dos alunos. Realizou-se uma observação de dez turmas, nos anos iniciais envolvendo apenas os 3º, 4º e 5º anos, nas aulas de história. E percebeu-se que alguns alunos não apresentam interesse em estudar história. Diante disso surgiu à problemática: de qual forma o orientador educacional pode contribuir com professores para uma aprendizagem significativa do ensino de história nos anos iniciais?
Deste modo objetiva-se ressaltar a importância do orientador educacional como facilitador do processo de aprendizagem de História nos anos iniciais, devido às dificuldades enfrentadas por professores, para que ocorra uma aprendizagem significativa que contribua para a construção de um cidadão crítico-reflexivo.
Assim apresentar-se-á a evolução da história como disciplina, a importância do trabalho do Orientador Educacional e como ele pode intervir para auxiliar os professores no processo de ensino-aprendizagem de história nos anos iniciais.
A metodologia utilizada para o presente artigo será a pesquisa bibliográfica em: livros, teses, dissertações, artigos científicos, revistas, entre outros, cujo referencial teórico está fundamentado nos autores Grispun (2011-2012), Bittencourt (2011), dentre outros.
Propõe-se contribuir com um ensino-aprendizagem significativo, que atinja todos os alunos para a construção de um sujeito político-social, que perceba como o ensino de história pode contribuir na construção de indivíduos pensantes.
2 A HISTÓRIA TRADICIONAL ATÉ SUA EVOLUÇÃO PARA HISTÓRIA CRÍTICA
A história no contexto escolar passou por diversas transformações desde 1837, que se efetivou como componente curricular do curso de ensino secundário com o surgimento do Colégio Pedro II, até conseguir seu papel fundamental na educação, pois possuía apenas o objetivo de formar um cidadão com espírito patriótico (BITTENCOURT, 2011). Mesmo com poucas mudanças nos objetivos escolares do ensino de história até a década de 1950, os Parâmetros Curriculares Nacionais apontam que havia uma proposta dos escolanovistas de:
Substituição dos métodos mnemônicos pelos métodos ativos, com aulas mais dinâmicas, centradas nas atividades do aluno, com a realização de trabalhos concretos como fazer maquetes, visitar museus, assistir a filmes, comparar fatos e épocas, coordenar os conhecimentos históricos aos geográficos, o que predominava era a memorização e as festividades cívicas que passaram a ser parte fundamental do cotidiano escolar (PCN’S, 1997, p. 21-22).
Dessa forma no decorrer das décadas que se seguem a história passou por uma série de ressignificações, mesmo quando estava em conflito com os Estudos Sociais, obteve um fortalecimento maior com a fundação da Associação Nacional dos Professores Universitários de História – ANPUH, em 19 de outubro de 1961. A ANPUH define que: “A entidade trazia na sua fundação a aspiração da profissionalização do ensino e da pesquisa na área de história, opondo-se de certa forma à tradição de uma historiografia não-acadêmica e autodidata ainda amplamente majoritária à época” (ANPUH, 2013, p. 01).
De acordo com os PCN’s (1997) a ANPUH e a Associação de Geógrafos Brasileiros – AGB lutaram pela volta da disciplina de História e Geografia aos currículos escolares e o fim da licenciatura curta para lecionar a disciplina de Estudos Sociais. Santos (2009) em relação à ANPUH ser contrária à implantação dos Estudos Sociais cita a visão de Martins (2002), onde a “reação dos historiadores deve-se ao fato de que a reforma educacional propôs uma organização dos conhecimentos disciplinares em um formato escolar, quer dizer, conhecimentos para serem ensinados que se afastavam dos conhecimentos científicos” (SANTOS, 2009, p. 210). De acordo com esse autor, a conceituação dos Estudos Sociais, não foi clara aos educadores, não houve um preparo significativo para os mesmos, deixando abertura para diferentes interpretações e apropriações da proposta.
Santos (2008) cita que as reformas educacionais se deram com a implementação de políticas públicas da educação, como o Programa Nacional do Livro Didático – PNLD, pois os historiadores começaram a questionar os conteúdos e exercícios propostos; a Lei de Diretrizes e Bases para a Educação Nacional Lei nº 9394/96, que coloca em seu Artigo 22: “A educação básica tem por finalidade desenvolver o educando, assegurar-lhe a formação comum indispensável para o exercício da cidadania e fornecer-lhe meios para progredir no trabalho e em estudos posteriores”; e os PCN’s de 1997, que norteavam os educadores com possíveis referências sobre os currículos.
Sá (2006) coloca que as décadas de 1970 e 1980, foram renovadoras para o Ensino de História. Na década de 1980 com o processo de democratização “os conhecimentos escolares passaram a ser questionados e redefinidos por reformas curriculares” (PCN’s, 1997, p. 24). Com as novas tecnologias dessa época o rádio e a televisão, era formada uma nova geração de alunos, na qual fazia-se necessária uma mudança curricular, pois as novas tecnologias se tornaram condutoras de informação e de novas concepções culturais. Surgem então os debates sobre o retorno da História e da Geografia.
De acordo com os PCN’s (1997), a história chamada “tradicional” sofreu contestações em suas vertentes historiográficas de apoio, fazendo com que suas estruturas e modos de produção, foram colocadas sob suspeição.
De acordo com Santos (2008, p. 32) “a substituição de uma história descritiva por uma história problema explicita-se na produção do período, onde é visível, a partir dos anos 1980, a ampliação da produção historiográfica e de livros didáticos de história, que investem em novos problemas, objetos, abordagens e fontes”.
Nesse novo contexto de repensar a história, o ensino e a educação:
Os historiadores pautam-se por direcionar seus olhares para perspectivas críticas e problematizadoras na leitura social. Significamente, nos níveis equivalentes ao Ensino Fundamental e ao Ensino Médio, elaboram-se novos programas e propostas metodológicas para o ensino de história, que, como toda a sociedade, vive o momento de repensar seus princípios, fundamentos, objetivos e finalidades, com o término da ditadura militar (SANTOS, 2008, p.32).
Com isso é introduzida a chamada História Crítica que pretendia desenvolver atitudes intelectuais desmistificando ideologias, possibilitando a análise de manipulação dos meios de comunicação já existentes e da sociedade consumista (PCN’s, 1997). Os PCN’s também afirmam que com os avanços nas pesquisas relacionadas às ciências pedagógicas,
[…] os alunos eram considerados como participantes ativos do processo de construção do conhecimento. Uma perspectiva que, para o ensino de História, significava valorizar atitudes ativas do sujeito como construtor de sua história, em consonância com a visão de alguns educadores sobre propostas pedagógicas construtivistas (PCN’s, 1997, p. 24).
E como participantes ativos, Sá (2006, p. 72), afirma que “surge a ideia de se trabalhar com conceitos geradores de debates e experiências significativas para os alunos para favorecer o desenvolvimento do pensamento histórico reflexivo”.
Com o aumento dos debates sobre os métodos de história nessas décadas percebeu-se a importância de utilizar “outras fontes documentais, aperfeiçoando métodos de leitura de forma a abranger as várias formas de registros produzidos. A comunicação entre os homens, além de escrita, é oral, gestual, figurada, musical e rítmica” (PCN’s, 1997, p. 26). Com isso os métodos tradicionais de ensino e aprendizagem foram afetados, considerando diversos fatores como, por exemplo, as transformações da sociedade, o público escolar culturalmente diversificado, as informações obtidas pelos meios de comunicação.
Os PCN’s ainda indicam a função e o papel da História como componente curricular atribuindo uma missão social e coletiva:
[…] o ensino de História envolve relações e compromissos com o conhecimento histórico, de caráter científico, com reflexões que se processam no nível pedagógico e com a construção de uma identidade social pelo estudante, relacionada às complexidades inerentes à realidade com que convive (PCN’s, 1997, p. 26).
A reflexão sobre a evolução da história faz-se necessária tendo em vista que alguns profissionais ainda trabalham com a história em uma perspectiva descontextualizada. Até porque a escola vive atualmente um dilema nas concepções pedagógicas tradicional/conte dista versus a progressista/significativa, onde vigora mais fortemente a concepção pedagógica tradicional, porque o professor tem que cumprir o planejamento.
3 O ORIENTADOR EDUCACIONAL FRENTE AS PROPOSTAS PEDAGÓGICAS DO ENSINO DE HISTÓRIA
Algumas metodologias aplicadas ao ensino de história em sala de aula, nem sempre são apreciadas pelos alunos. Nadai (1993) corrobora ao ressaltar que há um negativismo, uma resistência dos mesmos perante a História. Onde as aulas são, em sua maioria, expositivas e sem relação com a realidade em que os educandos estão inseridos. Assim faz-se necessária a intervenção pedagógica do Orientador Educacional juntamente com a equipe pedagógica para auxiliar o professor contribuindo com a qualidade da significação dos conteúdos históricos por parte dos alunos.
Muitos educadores encontram dificuldades no trabalho pedagógico, pois o professor utiliza muito a prática discursiva. Para Bittencourt (2011, p. 71) “a sociedade brasileira tem-se caracterizado pela tradição da comunicação oral”. Isso acaba fazendo com que o ensino de história seja caracterizado como monótono e descritivo baseado em memorização de fatos e acontecimentos, também conhecido como método mnemônico. Dessa forma o orientador educacional pode proporcionar ao professor recursos multimídia e outros meios, que o auxiliem a aguçar a curiosidade e o interesse dos educandos. Pois, às vezes, o professor sozinho não consegue encontrar materiais dentro da escola, que o auxilie em seu trabalho pedagógico com certos conteúdos, por isso a escola não pode cobrar uma ressignificação de práticas sem proporcionar ao seu profissional um suporte pedagógico adequado, que atenda ao currículo.
Assim cabe ao Orientador Educacional juntamente com o professor e a equipe pedagógica elaborar técnicas e métodos que levem ao melhor desempenho do aluno na educação, e que atendam aos objetivos do planejamento curricular. É a partir do planejamento e da reflexão, que ambos apresentam o método mais adequado a ser utilizado para desempenharem seu trabalho histórico em sala fazendo reflexões com os alunos sobre os assuntos debatidos, onde
[…] travam um embate, em que o professor, novidadeiro do passado e da memória, sente-se com a possibilidade de guiar e dominar em nome do conhecimento. Mas ao mesmo tempo, ele se sente como um igual e completamente aberto aos problemas e projetos dos seus alunos (SCHMIDT, 2004, p. 56).
O Orientador é um educador “seu trabalho deve estar voltado para o que é fundamental na escola – o currículo, o ensinar e o aprender e todas as relações decorrentes” (GRISPUN, 2012, p. 160). Portanto, é tarefa do orientador assessorar o professor, para a melhoria, auxiliando-o no planejamento e propondo atividades de acordo com os conteúdos programáticos. Assim o trabalho pedagógico com o professor visa atingir o objetivo do trabalho da Orientação que é “estimular o aluno a ir desenvolvendo suas potencialidades, na medida em que ele se torna mais crítico e consciente de seu papel na sociedade” (GRISPUN, Idem, p. 10).
A História contribui para a formação de um cidadão crítico, que pense sobre a sociedade em que vive e que contribua para transformar essa realidade de forma democrática. Para Bittencourt (2004, p. 19) “as metas de ‘formação do pensamento crítico’, a formação de ‘posturas críticas dos alunos’ ou ainda ‘estudar o passado para compreender e transformar o presente’ são objetivos que estão expressos nos currículos desde a década de 1950”. A autora ainda afirma que “a relação do saber histórico escolar e cidadania nos remete às finalidades políticas da disciplina” (BITTENCOURT, 2004, p. 20).
A problematização dos eixos temáticos seria sempre a partir do local de convívio dos alunos, que se torna objeto de constante análise. Portanto se faz necessária a associação dos conteúdos históricos com o cotidiano e a história de vida dos alunos, onde seria possível contextualizar essas vivências e articular as histórias individuais e coletivas. Assim as temáticas sociais emergiriam e a história social seria capaz de redimensionar a visão política (BITTENCOURT, 2011).
Dessa forma, cabe a escola e seus profissionais conhecer a realidade da comunidade, e seus aspectos econômicos, culturais, políticos e outras características que identifiquem o perfil e identidade dos alunos, pois,
O papel do orientador educacional na dimensão contextualizada diz respeito, basicamente, ao estudo da realidade do aluno, trazendo-a para dentro da escola, no sentido da melhor promoção do seu desenvolvimento (GRISPUN, 2012, p. 44).
Assim cabe a equipe pedagógica por meio de seu trabalho educacional instigar a criatividade dos educandos, estimulando o senso crítico e a busca na construção de múltiplos conhecimentos.
A prática do orientador deverá valorizar a criatividade, respeitar o simbólico, permitir o sonho, recuperar a poesia. O conhecimento não exclui o sentimento, o desejo e a paixão. Precisamos encontrar em cada um de nós esse espaço e, simplesmente, deixá-lo existir (GRISPUN, 2012, p. 45).
Antes a Orientação Educacional se preocupava mais com o ajustamento do aluno, à escola, família e sociedade, mas hoje o Orientador tem a árdua tarefa de auxiliar no processo para a formação do cidadão que tenha uma participação mais consciente no mundo em que vive, oferecendo ao educador o suporte necessário para proporcionar uma aprendizagem significativa. Dessa forma a orientação atualmente está mais voltada para um assessoramento coletivo e participativo de todos os envolvidos na comunidade escolar, para a formação da cidadania (GRISPUN, 2012).
Para Grispun (2011) o Orientador Educacional hoje tem um trabalho pedagógico amplo, tendo em vista que o mesmo tem caráter mediador junto com a equipe docente, e atua com toda a equipe escolar buscando resgatar uma ação mais efetiva e de uma educação de qualidade, sendo assim:
[…] o trabalho do orientador tem uma conotação de pluralidade de objetivos, que envolve, além dos aspectos pessoais do aluno, os aspectos políticos e sociais do cidadão. A Orientação educacional, por certo, procurará compreender e ajudar o aluno inserido no seu próprio contexto, com sua cultura e seus próprios valores (GRISPUN, 2012, p. 26).
Assim o aluno como o centro de atenção, tem que ser ouvido nesse processo, para que possa participar ativamente como sujeito. Desta forma seria interessante que o professor guiasse seus alunos com uma série de questionamentos sobre o assunto tratado utilizando uma metodologia dialética[2], em uma perspectiva de problematização, onde o professor se torna mediador e aprende também com o aluno, e não apenas discorrendo de forma lógica para que eles pensem que os conhecimentos apresentados são os únicos verdadeiros (VASCONCELLOS, 2000).
Percebe-se a importância da organização dos conteúdos e a articulação das estratégias de trabalho com os alunos, pois estes procedimentos são cruciais para a produção do conhecimento histórico. E dessa forma, os mesmos percebem que os conhecimentos históricos existentes são inacabados, fazendo com que exista a reflexão destes para com a realidade da época e/ou do indivíduo (BEZERRA, 2013).
Assim a metodologia dialética possibilita a problematização para que o aluno crie hipóteses sobre o assunto trabalhado. Já na metodologia expositiva, se expõe primeiramente e depois se levantam questões sobre o assunto trabalhado. Desta forma Vasconcellos afirma que a problematização solicita dos envolvidos “o resgate das representações que tem a respeito do objeto, ou se provoca que elabore, ainda que precariamente, com os elementos que dispõe” (2000, p. 86). Vasconcellos (2000) ainda afirma que o professor pode também utilizar uma proposta dialógica onde há a interação do educador, do aluno sobre o objeto de conhecimento-realidade e esta pode propiciar um grande nível de construção de conhecimento, quando há efetiva interação entre os envolvidos.
A História contribui para a formação de um cidadão que reflita sobre a sociedade na qual vive, a partir dos estudos dos diferentes modos de vida, culturas, e as relações que o homem estabelece, entre si, com o meio e com os recursos já criados (PENTEADO, 2011). Com essa reflexão do presente e passado o indivíduo pode se tornar atuante e protagonista na sociedade. Assim é necessário que os objetivos para as propostas pedagógicas sejam claros e favoreçam a prática do ensino de história, da ação do educador e do Orientador Educacional.
A prática não vem desvinculada de uma teoria. Na concepção contextualizada precisamos dos fundamentos teóricos que alicerçam esta construção do conhecimento, do pensamento e da linguagem do nosso aluno. Precisamos nos juntar aos demais profissionais da educação, e, dentro das nossas especificidades, favorecer as relações entre o desenvolvimento e o aprendizado, entre o desenvolvimento e seu ambiente sociocultural (GRISPUN, 2012, p. 44).
Assim todo o trabalho escolar tem que assegurar que se alcancem os objetivos da proposta pedagógica, para que se tenha uma educação de qualidade, pois a educação é um processo que não pode ser desencadeado de forma padronizada,
portanto um novo conceito se expressa menos em termos de produção de documentos anuais ou planos e mais em termos de processo de trabalho conjunto e de longo prazo, envolvendo toda a equipe da escola e comunidade (SILVA, 2010).
A equipe deve estar comprometida e capacitada para buscar uma educação de qualidade. A formação continuada é indispensável a estes profissionais. Freire (1983, apud GRISPUN) considera que “o destino do homem deve ser criar e transformar o mundo, sendo ele o sujeito de sua ação”. Dessa forma a equipe tem que estar comprometida com esse objetivo, para que esta propicie aos alunos oportunidades de expressão e reconhecimento de saberes, e também, meios de atuação e reflexão para as transformações sociais, culturais, políticas, atitudes e valores dos indivíduos, assim o mesmo se desenvolverá em sua totalidade.
4 CONCLUSÃO
A educação é uma prática social, que depende de ação coletiva para se aprimorar e aperfeiçoar. A cidadania é construída pelo sujeito, a partir de suas interações com o meio, com isso o indivíduo precisa se preparar desde cedo para atuar politicamente.
Os assuntos históricos trabalhados desde os anos iniciais além de proporcionar interações com as sociedades mais antigas, devem instigar a curiosidade, aguçar as percepções e levá-los a sempre relacionarem estes conteúdos ao cotidiano, pois algumas heranças históricas estão presentes na sociedade.
O professor deve utilizar um planejamento que, se possível, tenha perguntas geradoras de opiniões, para a explanação do conteúdo, e que este seja apoiado por diversos materiais, gerando assim, uma melhor compreensão das temáticas abordadas.
O papel do Orientador Educacional atualmente vai além do comprometimento com as dificuldades do processo de ensino-aprendizagem, busca proporcionar transformações de atitudes, valores, pensamentos que busque formar indivíduos humanizados em suas relações sociais.
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Como ser citado:
VIEIRA, Aline Silva. O orientador educacional como facilitador do processo de aprendizagem de história nos anos iniciais. P@artes. V. 00. P. Eletrônica. Janeiro de 2015. Disponível em: <www.partes.com.br>. Acesso em: ____/____/____.
[1] Especialista em Orientação e Gestão Educacional – CESB-GO. Graduada em Licenciatura Plena em Pedagogia pela Universidade Estadual de Goiás (UEG).
[2] No dicionário de filosofia de Nicola Abbagnano, a definição de dialética […] “é um processo resultante do conflito ou da oposição entre dois princípios” (2007, p. 269). A mesma ainda coloca a ideia da dialética como problema Histórico: “[…] O problema histórico é mais de identificar claramente os significados fundamentais e as múltiplas e díspares relações que ocorrem entre eles (cf. Studi sulla Dialettica,de vários autores,em Rivista di Filosofia,1958, n.2 apud ABBAGNANO, 2007, p. 269), Hegel coloca a dialética como a própria natureza do pensamento com vistas a solucionar as contradições da realidade finita. Para Marx e Engels a dialética era concebida como síntese das “oposições (todavia relativas e parciais) que a natureza realiza em seu devir” (Idem,Ibidem, p. 274). A partir da definição de Marx e Engels pode-se afirmar que as características da dialética são: tese: a teoria a ser refutada, a antítese no processo de expressões das ideias contrárias e a síntese, a produção “final” a que se chegou dos conceitos contestados.