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A utilização da informática no ensino fundamental II – Estudo de caso das turmas da Escola Estadual Nilton Balieiro em Macapá – AP.

A UTILIZAÇÃO DA INFORMÁTICA EDUCATIVA NO ENSINO FUNDAMENTAL II: Estudo de caso das turmas da Escola Estadual Nilton Balieiro em Macapá – AP.

Lucila De Nazaré Rodrigues de Moraes Moraes*

Resumo: O artigo teve o objetivo de analisar a utilização do laboratório de informática da escola, e entender de que forma a informática educativa é utilizada no processo ensino-aprendizagem como ferramenta pedagógica no Ensino Fundamental II (5.ª a 8.ª Séries) da Escola Estadual Nilton Balieiro em Macapá – AP. O procedimento metodológico que foi utilizado fundamentou-se no Estudo de Caso, com pesquisa do tipo qualitativa e quantitativa, com abordagem descritiva. Concluiu-se que sua utilização, como uma nova mídia educacional, servirá como ferramenta dentro de um ambiente que valorize o prazer no aprendiz em construir seu processo de aprendizagem, através da integração de conteúdos programáticos significativos, não estanques.

Palavras-chave: Computador, Sala de aula, Tecnologia, Educação.

Abstract: This article aimed to analyze the use of school computer lab, and understand how the educational computing is used in the teaching-learning process as a pedagogical tool in Secondary School (5th to 8th Series) the State School Nilton Balieiro in Macapa – AP. The methodological procedure that was used was based on the Case Study, a survey of qualitative and quantitative type, with descriptive approach. It was concluded that it is used as a new educational media, will serve as a tool within an environment that values pleasure learner to build their learning process through the integration of significant, not closed syllabus.

Keywords: Computer. Classroom. Technology. Education.

 

Introdução

O artigo apresenta estudos sobre o processo de incorporação da informática educativa como recurso pedagógico utilizado em laboratório. A informática foi introduzida em seu ambiente escolar, seguindo parâmetros definidos pela política de informatização da escola na rede pública de ensino do Estado.

Através desse estudo pretende-se rediscutir a implantação da informatização na escola-campo por meio da introdução dos Laboratórios de Informática Educativa – Lied, e como os docentes estão aproveitando as potencialidades trazidas pelas ferramentas tecnológicas advindas com o uso da informática no processo educativo contido no Lied da escola.

O objetivo geral foi analisar a utilização do laboratório de informática da escola, e entender de que forma a informática educativa é utilizada no processo ensino-aprendizagem como ferramenta pedagógica no Ensino Fundamental II (5.ª a 8.ª Séries) da Escola Estadual Nilton Balieiro, localizada no município de Macapá – AP.

 

Metodologia

O procedimento metodológico que foi utilizado na experiência da investigação “in loco” fundamentou-se no Estudo de Caso, que segundo Oliveira (2002) trata-se de análise minuciosa e objetiva de uma situação real que necessita ser investigada. Ademais foi realizada uma pesquisa do tipo qualitativa e quantitativa, com abordagem descritiva dos fatos que se sucederam no momento de aplicação dos instrumentos desse trabalho.

Discussão

Quando se faz uma retrospectiva histórica da informática no Brasil pode-se dizer que abrangem duas fases: a primeira, abordagem do papel da informática antes de sua inclusão no ensino nacional. Voltado unicamente para a área militar, atrelado à dependência tecnológica estrangeira compreendida no período de 1960 a 1970; a segunda fase procura reconstruir a trajetória da informática educativa a partir da década de 1970 até nossos dias, sendo manifestada pelas várias ações governamentais na tentativa de implantar a informática educativa nas escolas públicas do país, tendo como marco os diversos interesses sócio-econômicos privado (GRINSPUN et al., 2013).

Assim, diz Cysneiros (2000) que o uso de informática educativa na escola enriquece os conhecimentos dos alunos através de atividades pesquisa ou outras complementares, podendo-se utilizar os aplicativos computacionais de forma didática, respeitando o conhecimento que os professor e aluno têm sobre o software.

No caso da pesquisa realizada na Escola Nilton Balieiro, os resultados foram organizados em forma de tabelas, relacionando as variáveis das respostas contidas no questionário (coluna 1) e a média aritmética das respostas dos indivíduos pesquisados (coluna 2).

Tabela 1. Professores com capacitação / cursos de Informática

Diante da posição de maior pontuação, pode-se destacar a necessidade de que a escola promova entre os docentes a iniciativa de conhecimento básico do manuseio com o computador, tendo em vista que outra parcela docente ainda desconhece ou nem sequer tiveram seu primeiro contato com a máquina fora do ambiente escolar.

Embora os 44% não tenham indicados às razões ou motivos que os impossibilitaram para a realização de algum curso de informática, deduz-se pela “observação participante”, o acúmulo de aulas que os mesmos estão tendo em atender as turmas, pela em carência dos docentes na escola.

Pelo exposto, Oliveira (2006) salienta a falta de conhecimento de professores em informática em escolas públicas, pontuando a participação dos docentes em um projeto de Formação Continuada em informática educativa. Portanto, compete aos órgãos públicos e unidades escolares promoverem o incentivo formativo docente, através de capacitação voltada à área de informática.

Tabela 2. Aulas e Projetos utilizando o Laboratório de Informática

No que diz respeito a Tabela 2, observou-se a concisão das respostas dos professores, onde os mesmos não teceram nenhum comentário quanto ao modelo de projeto, quando afirmaram que desenvolveram aula utilizando o computador. Por outro lado, percebe-se o descompromisso docente em não responder ao questionamento proposto (22%), que se isentou de expor suas colocações, no que se refere a posição afirmativa indicada, 45%, que representa a necessidade de maior envolvimento do grupo de professores em explorar as utilidades das ferramentas do computador para o processo de ensino-aprendizagem.

Segundo Tajra (2001), é fundamental que o professor descubra a sua própria forma de utilização da tecnologia como elemento educacional, ou seja, após ter a devida capacitação em utilizar a informática educacional, poderá estar apto para atuar em várias escolas públicas e privadas do país, num compromisso coletivo de superar a dicotomia entre a teoria e a prática.

Tabela 3. Recursos Tecnológicos Utilizados pelos Professores nas aulas

Considerando a Tabela 3, a respeito dos recursos tecnológicos mais utilizados pelos professores na escola em sua disciplina / matéria que leciona na sala de aula destacaram-se os seguintes recursos materiais usados: os “computadores” (37%), dos informantes, o indicaram como ferramenta tecnológica mais utilizada na ocasião de ministrar a disciplina (matéria lecionada) no ambiente escolar. Outro recurso, utilizado pelos professores foi o “vídeo” (27%) utilizado principalmente como mídia educacional.

Por estas afirmações, a análise dos resultados ressalta-se que ao apontar o computador como recurso tecnológico de maior uso na escola, nos trás certa perplexidade, visto que anteriormente no gráfico 2, pontuou-se, que necessitavam de promover capacitação para os docentes em utilizar o computador como ferramenta pedagógica, tendo em vista que 22%, na Tabela 2,  isentaram-se de responder.

No entanto, ao se voltar à pergunta relativa a Tabela 3, 18% “Não respondeu”, qual recurso tecnológico utilizou em sua disciplina. Com isso, constata-se o conservadorismo do professor em usar diariamente, o quadro e giz e do livro-texto como recurso didático no ambiente escolar pesquisado.

Apesar, do ambiente escolar ser muito propício ao uso de diversos recursos no aprendizado do educando, recentemente defronta-se com a transformação social que aponta a inserção do computador como elemento estimulador do processo de ensino, trazendo eficiência na preparação do trabalho diário do professor e do aluno. Segundo Oliveira (2002, p. 137), ”quase toda forma de utilização do computador por parte da criança deverá surtir benefício pedagógico”.

Ressalta-se, portanto, que a escola trace objetivos viáveis do uso de seus laboratórios de informática e os utilizem sem receios de “parar no tempo”, deve ultrapassar a metodologia mecanicista das simulações, das instruções programadas, dos pacotes de aplicativos existentes, para uma concepção transformadora da atuação do professor, tanto na sala de aula, quanto no laboratório de informática,  onde ele tenha contato do computador, mesmo que seja somente como o suporte didático-pedagógico.

Conclusão

A automatização da vida social, econômica, política e mesmo cultural cresce rapidamente no mundo todo. O computador, elemento tecnológico central desse processo, também faz sua entrada na esfera educacional, não só na administração, mas também no processo ensino-aprendizagem. Neste último o computador tem sido tanto matéria de estudo, enquanto teoria da computação ao menos nos graus superiores e especializados de ensino – quanto recurso instrucional, sendo utilizado em todos os graus escolares, da pré-escola ao ensino superior.

Torna-se cada vez mais necessário que o educador procure o domínio técnico, pedagógico e político desse instrumento, de forma critica. Para se compreender o computador a partir de tais aspectos, é preciso conhecer o próprio processo que o engendra. Em outras palavras, é necessário conhecer sua historia. Assim, no entendimento da articulação entre computadores e ensino, é preciso analisar o surgimento e uso desse instrumento, o computador, no contexto histórico-social-concreto.

Referências

CYSNEIROS, Paulo G. Iniciação à Informática na Perspectiva do Educador. Revista Brasileira de Informática na Educação, Florianópolis, n.7, p. 49-64, Set. 2000.

GRINSPUN, M. P. S. Z. et al. Educação Tecnológica: desafios e perspectivas. 2 ed. São Paulo: Cortez, 2013.

MORAES, R. A Informática na Educação Brasileira: das origens até 1989. Rio de Janeiro: DP&A, 2000.

OLIVEIRA, José Marcio Augusto de. Escrevendo com o computador na sala de aula. São Paulo: Cortez, 2006. (Coleção Questões da Nossa Época; v. 129)

TAJRA, Sanmya Feitosa. Informática na educação: novas ferramentas pedagógicas para o professor da atualidade. 3. ed. ver.atual. e ampl. São Paulo: Érica, 2001.

* Professora da rede pública de ensino do Estado do Amapá. Graduado em Pedagogia pela Universidade Federal do Amapá –  UNIFAP. Especialista em Gestão Escolar. Cursando Pós Graduação em Mídias na Educação pela Universidade Federal do Amapá – UNIFAP. Cursando pós graduação Scritu Sensu em Educação pela Faculdade Integrada de Goias-FIG-mail: luciramoraes@bol.com.br

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