filosofia Reflexão

Filosofia x Conhecimento: uma análise sobre a Filosofia e a Sociedade Moderna

FILOSOFIA X CONHECIMENTO: UMA ANÁLISE SOBRE A FILOSOFIA E A SOCIEDADE MODERNA.

 

Maura Cristiane Santana Carneiro

Resumo

O presenta artigo versa sobre a filosofia em uma abordagem relacionada à sociedade moderna e suas implicações em relação ao pensamento humano atual. A principal relação que se coloca é da filosofia x conhecimento, que busca transformar pensamento em fato concreto e cientifico. O trabalho traz apenas uma reflexão entre esta relação da filosofia, passando pela ciência e sendo constatado como fato científico acerca da problematização das propostas relacionadas om as nossas vidas. 

Palavras chaves: Filosofia, Conhecimento, sociedade, ciência.

 

Abstract 

The present paper discusses the philosophy related in a modern society and its implications in relation to current human thinking approach. The main relationship that arises is the philosophy x knowledge, which seeks to transform thought into concrete and scientific fact. The work brings just a reflection of the relationship of philosophy, through science and being found as scientific fact about the questioning of proposals related on our lives. 

Key Words: Philosophy, Knowledge, society, science

 

 

Filosofia (do grego: philos – amor, amizade + sophia – sabedoria) modernamente é uma disciplina, ou uma área de estudos, que envolve a investigação, análise, discussão, formação e reflexão de ideias (ou visões de mundo) em uma situação geral, abstrata ou fundamental.

Este trabalho tem o objetivo de analisar a Filosofia moderna em relação ao conhecimento. É sabido que a filosofia tem seus antecedentes anteriormente ao século V a C. neste já se fala em conhecimento pelos que não acreditavam que a filosofia tinha relevância em suas teorias, desenvolvendo assim, maneira de transformar pensamentos em fatos concretos, iniciando um processo cientifico.

Mas não é possível falar de filosofia e conhecimento sem que se fale também em ciência, pois todas elas se interligam. Da filosofia vem o inicio, pois é dela que surgem os problemas, quando pensamos estamos desenvolvendo filosofia e a seguir vem o conhecimento, pois passamos a querer sempre mais em relação ao que iniciamos pensando e depois vem a prova e é aí que entra a ciência.

Sendo assim, podemos afirmar que tanto a filosofia, o conhecimento e a ciência são processos inatos do ser humano que é capaz de desenvolver todas essas ciências com inter-relação e propriedade.

BREVE DESCRIÇÃO DA FILOSOFIA

A história da Filosofia se divide em três grandes momentos: O Pré-Socrático, onde podemos afirmar a existência da primeira corrente de pensamento que surgiu na Grécia Antiga em meados do século V e VI a C. e esses filósofos que vieram entes de Sócrates tinham preocupações com o Universo e com os fenômenos da natureza. Queriam explicar tudo através da razão e do conhecimento cientifico. Podemos citar entre outros Pitágoras que defendia a ideia da alma ser imortal e Demócrito que defendia a formação de tudo que é existente através dos átomos.

Podemos dizer que essa época da Filosofia é onde filósofos são extremamente descrentes e precisam provar que nem tudo está sujeito à vontade dos Deuses, já que nesta época os Gregos eram muito tementes a eles e achavam que suas vidas eram dirigidas através da vontade dos deuses sem que ninguém pudesse fazer nada para mudar sua vida e suas condições.

Logo nos deparamos com o período que pode ser chamado de Período Clássico os séculos V VI a C. na Grécia Antiga o desenvolvimento cultural era intenso. Havia um sistema político democrático que proporcionou o desenvolvimento do pensamento. É a época em que surgem os sofistas que defendiam a educação com objetivo de formar cidadãos plenos para atuarem politicamente visando o crescimento da cidade (polis). A principal preocupação era a de ensinar os jovens a falarem bem (retórica). Esta é também a época de Sócrates que começa a pensar sobre o homem e busca entender o funcionamento do universo com um olhar cientifico, para Sócrates a verdade é ligada à moral do ser humano. Sócrates não escrevia e os relatos conhecidos só puderam ser conhecidos através dos escritos de Platão que era discípulo de Sócrates. Mas Platão defendia que as ideias formavam o foco do conhecimento intelectual, separar o mundo das ideias do mundo das aparências.

Aristóteles também um grande pensador desta época passou a estudar Platão e Sócrates e desenvolveu a lógica como caminho para o conhecimento cientifico. Aristóteles pregava que se deve partir de conhecimentos gerais para chegar a específicos através da sistematização.

O período Pós-Socrático inicia logo após o clássico em 320 a C. até a era Cristã. Inicia-se o ceticismo que prega a duvida, pois afirma que o ser humano não consegue conhecer tudo exatamente. A razão é defendida assim como que o bem e o mal eram coisas unicamente humanas e, portanto controlados pelo homem.

Depois destes vieram ainda vários pensadores que deixaram suas marcas na historia por suas teorias extremamente relevantes podemos citar alguns como, por exemplo, Santo Agostinho que fora influenciado pela igreja católica e seus pensamentos teocêntricos e Santo Tomás de Aquino um dos seguidores a escolástica (união da fé com os pensamentos de Platão e de Sócrates).

Apesar da relação existente entre ciência, conhecimento e filosofia, a filosofia é extremamente diferente em seu conceito de existência da matemática e da própria ciência. A Filosofia não se vale na experimentação cientifica para provar fatos, mas sim é o pensamento, a Filosofia não utiliza métodos formais de provas ela se faz quando se colocam questões, quando se argumento, se questiona. Assim se faz o ideal, pois se pensa de forma a fornecer deias possíveis e procurando saber como esses novos conceitos ou novas interpretações de conceitos funcionam.

A Filosofia se preocupa em questionar processos presentes em nosso cotidiano, coisas que fazem parte de nossa vida e que muitas vezes nem compreendemos. Podemos exemplificar da seguinte forma: um historiador pergunta o que acontece em determinado tempo, época, data. Já um filósofo se questiona sobre o que é o tempo. São perspectivas totalmente diferentes, questionar a existência ou que se faz dela durante esse processo é mais complexo e profundo e exige muito equilíbrio e é através da Filosofia que se faz esse exercício.

Podemos dizer que a Filosofia tem o objetivo de investigar coisas que nos cercam rotineiramente levando o conhecimento do mundo e de os mesmo um pouco mais adiante do que nossa visão pode alcançar e assim provocar reflexões necessárias para a melhoria da nossa própria condição de seres Humanos. Mas com certeza esse processo não é fácil e nem simples como pode parecer, pensar, pensar. Transformar pensamentos em conhecimento pode ser extremamente complicado e muito perigoso, pois o equilíbrio e o Filosofar necessitam de tempo adaptativo profundo para que não se torne um processo confuso de distorcido.

Por isso a Filosofia é uma atividade que perturba a razão ou a serenidade do espírito e que questiona toda forma de existência e sua preciosa rotina criada pela própria sociedade que não consegue mais percebe-la. A Filosofia é desafiadora e toma muito tempo, pois quanto mais se filosofa mais se concebe a necessidade de continuar pensando e criando a respeito desse ato. A Filosofia tem liberdade de questionar coisa simples e que fazem parte da nossa vida, mas que não temos coragem nem argumento para enfrentar. A morte, a justiça, o sentido da vida a nossa própria existência, por exemplo. Assuntos na maioria das vezes, isso para não dizer sempre, esquecidos, ignorados, mas para a Filosofia esses assuntos fazem parte do filosofar, do pensar e do próprio sentido das palavras e atos humano, das constituições da sociedade, da moral, enfim tudo o que necessita uma profunda analise e que muitos consideram dispensável a discussão é trabalhado com muita propriedade pela Filosofia.

Muitas vezes se fazem perguntas cujas respostas não são conhecidas nem mesmo pelo questionador. Essas perguntas provocam muitas respostas, se uma delas é correta a solução consiste em encontra-la, essa não é uma escolha simples de se fazer, pois como poderemos saber se a que escolhemos é a exata?

Sempre que tem uma determinada resposta deve-se levar em consideração a questão particular. O que pode ser verdade para algumas pessoas pode não ser para outras, daí se levanta outra questão extremamente filosófica o subjetivismo, ou seja, o que cada um carrega de experiência sobre determinado assunto ou processo. Então, para que aconteça a Filosofia tem que se colocar também em extremo funcionamento o senso de coerência, tanto em relação à de quem pergunta, quanto à de quem se propõe a responder.

Quando nos deparamos com muitas respostas a partir de uma pergunta não podemos reduzir apenas a escolha de uma delas, é preciso estudar e quando fizermos esse exercício nos causará a compreensão de inúmeras situações que envolvem aquela resposta, isso é Filosofia. Mas essa resposta também é a partir do que pesquisamos e chegamos a conceitos que nos levaram a essa resposta. Podemos dizer, então, que a Filosofia nos ensina a perceber e encarar diversos aspectos da nossa existência a partir de um olhar que busque o conhecimento e a perspectiva que envolve a situação em si, em que nos encontramos no determinado contexto da pergunta que nos foi feita.

 

A FILOSOFIA CONTEMPORÂNEA 

Podemos considerar Filosofia Contemporânea a que se encontra ao longo da segunda metade do século XIX e da primeira metade do século XX. Essa Filosofia em suas características não desenvolve seu aspecto fundamental que é o questionamento. Daí inicia-se uma discussão sobre a Filosofia da sociedade medieval e a da sociedade capitalista que tem enfoques diferenciados e principalmente questiona o consumo e o materialismo.

A Filosofia contemporânea toma como objeto à consideração dos fenômenos da historia, da vida pessoal (individuo extremamente preocupado consigo).

A característica extremamente marcante da Filosofia contemporânea é a disparidade dos enfoques do sistema da sociedade com relação às escolas, pois se adquiriu o modo uniforme de ensinar, que caracteriza o capitalismo. Os fatores que mais contribuíram para essa transformação da Filosofia foram, em grande parte, os sócio culturais, pois as crises políticas, o avanço das ciências e o desenvolvimento humano repercutem diariamente em nossas vidas na atualidade.

Podemos falar então de um episódio que marcou a sena escolar de uma geração e que trás inúmeras consequências até os dias atuais à ditadura que proibiu o ensino dessa disciplina Filosofia por temer a revolução do pensamento e a rebelião da sociedade através da escola, único local onde se podia conceituar, idealizar e pensar até então. A Filosofia é uma disciplina que bem trabalhada e contextualizada promove uma formação mais ampla do processo intelectual e é uma oportunidade de desenvolver o espírito crítico e também fazer com que nossos educandos se percebam não apenas como resultado do meio em que vive, mas também como potencial protagonista de mudança do próprio meio.

A formação de pessoas com visão crítica do mundo em que vivem era um dos “horrores” da ditadura militar. Quando excluiu essa disciplina da grade do Ensino Médio, o governo de então criou um sistema que, gradativamente, excluiu de quase toda a rotina de estudos dos adolescentes a matéria, não constava da grade como não era cobrada em vestibular ou mesmo nos sistemas de avaliação do Ensino Médio. Mas tirou o direto de realização da sociedade brasileira.

“Depois do golpe militar de 1964 muito educadores passaram a ser perseguidos em função de posicionamentos ideológicos. Muito foram calados para sempre, alguns outros se exilaram, outros se recolheram a vida privada e outros, demitidos, trocaram de função. O Regime Militar espelhou na educação o caráter antidemocrático de sua proposta ideológica de governo: professores foram presos e demitidos; universidades foram invadidas; estudantes foram presos, feridos, nos confronto com a polícia, e alguns foram mortos; os estudantes foram calados e a União Nacional dos Estudantes proibida de funcionar; o Decreto-Lei 477 calou a boca de alunos e professores; o Ministro da Justiça declarou que ‘estudantes tem que estudar’ e “não podem fazer baderna”. Esta era a prática do Regime.” (autor desconhecido).

 

FALANDO DO CONHECIMENTO 

O conhecimento é aquisição de qualquer ‘coisa’ por meio do pensamento ‘aquilo’ que aprendeu. Existe uma disciplina dentro do curso de Filosofia que se chama teoria do conhecimento:

“Chama-se teoria do conhecimento a um conjunto de especulações que têm por fim determinar o valor e os limites dos nossos conhecimentos”. Trata-se de explicar e interpretar os problemas que decorrem de uma análise fenomenológica do conhecimento. “Problemas que Hessen agrupa em cinco questões particulares: as questões da possibilidade do conhecimento, da origem do conhecimento, da essência do conhecimento, das espécies do conhecimento e do critério de verdade”. (A. REY – Psychologie et Philosophie) (HESSEN no livro Teoria do conhecimento).

 

 

Essa disciplina tem o objetivo de explicar, discutir e interpretar o conhecimento, onde se analisam questões como: o que é conhecer? É possível o conhecimento? E assim por diante.

Para podermos compreender o conhecimento é necessário que façamos uma reflexão continua do que é aprendido, procurando então, perceber os aspectos gerais desse fenômeno esse exercício será sempre uma autorreflexão do nosso conhecimento subjetivo e peculiar da nossa própria consciência. Essa maneira investiga os processos descritivos da aprendizagem em parceria com a acumulação de saberes. O conhecimento é querer aprender a essência geral do s fenômenos que são concretos, dos acontecimentos e registros.

O exemplo da disciplina no curso da Filosofia volta a esclarecer a profunda relação existente entre o conhecimento e a Filosofia, pois ambas andas paralelamente na construção uma da outra. Na medida em que se compreende a relação entre os processos filosóficos e de aquisição de conhecimento.

Hoje existem vários conceitos para o conhecimento e é sabido por todos que conhecimento é aquilo que se conhece de algo ou alguém. Isso em um conceito menos específico. Mas, para falar deste tema é indispensável não se valer de dados e/ou informações, pois assim como a Filosofia será eterno o perguntar, responder e escolher a resposta certa através da interpretação pessoal, do meio social e da bagagem existente em cada indivíduo. Devemos lembrar a diferença existente entre conhecimento e informação. O conhecimento é a elucidação da realidade e decorre de um esforço de investigação para descobrir aquilo que esta oculta, que ainda não está compreendido, só depois de compreendido pode ser considerado conhecimento. Adquirir conhecimentos não é compreender a realidade retendo informações, mas utilizando-se destas para desvendar o novo e avançar, porque quanto mais competente for o entendimento do mundo, mais satisfatória será a ação do sujeito que a detém. “O conhecimento e a informação não podem se compreendidas fora dos sistemas de significação” (LUCKESI, 1996).

 

Podemos dizer, então, que o conhecimento e a informação como a Filosofia são sistemas que se apropriam de outro sistema, a linguagem que traduz os símbolos e trás as discussões que acabam por formarem sínteses de assuntos que a busca do conhecimento, a informação e a Filosofia instigam a pensar. A linguagem é entendida aqui como uma estrutura instável, ou seja, a linguagem vacila, oscila. A história da Filosofia pode ser vista como um processo de resposta às perguntas sobre o que é o conhecimento e o que é a informação, mas mesmo tendo muitas diferenças os filósofos concordam, geralmente, que a definição de ambos está bem distante de ser perfeita e em termos de simples compreensão.

A Filosofia da linguagem poderia fazer parte dessa discussão tranquilamente, pois tem seu discurso na experiência sensorial, na visão subjetiva e objetiva do individuo, assim a Filosofia, como já podemos perceber parte de uma analise conceitual que auxilia a elaborar muitas reflexões acerca da própria Filosofia do conhecimento e da informação. 

 

REFERENCIAS

OÏZERMANA, Théodore. DEFINIÇÃO DE FILOSOFIA, um problema filosófico. A filosofia, problema de filosofia, 2002. Disponível em: www.ocanto.webcindario.com/apoio. Acesso em: 23 out 2007

NAGEL, Thomas. O QUE É A FILOSOFIA? O que quer dizer isso? 2002. Disponível em: http://ocanto.webcindario.com/apoio/filosof.htm acesso em: 23 out 2007

CORDÓN, Juán Manuel Navarro; MARTÍNEZ, Tomás Calvo. FILOSOFIA DA IDADE CONTEMPORÂNEA. Disponível em: www.ocanto.webcindario.com/apoio/fcntmpor.htm. Acesso em: 23 out 2007.

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