Após intenso diálogo, foi assinado nesta segunda-feira (20) entre a ministra Marta Suplicy e o presidente da Fundação Bienal de São Paulo, Luís Terepins (foto abaixo), um acordo para pagamento de pendências que livra a instituição da inadimplência e garante a realização da próxima edição da Bienal de São Paulo, a de número 31, sem prejuízo aos cofres públicos.
Por meio da contratação de uma auditoria externa para apurar todas as prestações de contas de 14 convênios firmados entre 1999 e 2007, a Fundação encaminhou ao MinC novas prestações de contas de todos os processos, apontando para um valor a ser devolvido de R$ 3,5 milhões, reconhecido pela Bienal. Dessa forma, a instituição se comprometeu a quitar os débitos em 60 meses, com ajustes a cada mês, o que possibilitou o saneamento das contas devidas.
“Agora, o novo desafio é de captação de recursos”, considerou a ministra durante ato da assinatura do acordo, realizado na sede da Funarte, em São Paulo, que reuniu veículos da imprensa da Capital. Para Luís Terepins, o acordo “tirou um peso enorme dos ombros.”. A instituição estava incluída no cadastro de inadimplentes e ameaçada de não realizar a mostra em 2014.
Os problemas financeiros enfrentados pela Bienal ameaçavam macular os 30 anos de existência da terceira maior mostra de arte contemporânea do mundo, atrás apenas da de Veneza e de Kassel. Por isso, Luís Terepins considerou corajoso e sensível o entendimento do MinC sobre a importância da Bienal.
Somente no ano passado, a Fundação Bienal registrou dados significativos: 500 mil visitantes, sendo 60 mil estrangeiros e 200 mil crianças, e ainda foi responsável pela formação de 40 mil educadores e professores. “O Programa Educativo da instituição gerou 3 mil empregos diretos e indiretos em 2012, e entre exposições internas e itinerantes reunimos cerca de 750 mil pessoas”, avaliou o presidente. Ali mesmo na Funarte, ele falou sobre a exposição “30 Vezes Bienal”, em comemoração aos 30 anos da mostra, com a participação de 120 artistas e 250 trabalhos. “Ela acontecerá de 18 de setembro a 8 de dezembro e depois será levada a outros Estados.”, informou Terepins.
Diante dos números apresentados, Terepins argumentou que a falta de recursos e a falta de possibilidade de captação ameaçavam deixar São Paulo sem exposição não fosse o acordo assinado nesta segunda-feira pelo MinC. O presidente da Bienal citou a frase da ministra Marta Suplicy, que diz: “um país sem cultura é um país sem alma”. Marta também ressaltou a importância de se viabilizar a realização da Bienal: “A identidade do Brasil é feita pela nossa cultura, e a Bienal possibilita essa exposição, permitindo ao artista brasileiro se posicionar também para fora do nosso país”, apontou.
(Texto: Beth Munhoz
Fotos: Cristina Gallo)