Estamos relançando este vídeo recente, produzido pelo Movimento Mundial pelas Florestas Tropicais, que já está disponível em quatro idiomas: inglês, espanhol, francês e português. Ele fala dos impactos do REDD + e dos projetos de “economia verde” para os povos da floresta, bem de como sua luta contra esses projetos, com o objetivo de recuperar seu território.
O vídeo está disponível em www.wrm.org.uy
A Assembléia Geral da ONU proclamou o 21 de março como Dia Internacional das Florestas. Ao propor este novo dia internacional, a ONU está tentando conscientizar sobre a importância de todos os tipos de florestas. No entanto, a Organização deveria conscientizar, em primeiro lugar, sobre o fato de que as florestas, em todo o mundo, são territórios cada vez mais disputados.
Há dois pólos claros nessa disputa. De um lado, os cerca de 300 milhões de pessoas que dependem diretamente das florestas. Essas comunidades florestais não apenas dependem da floresta para a sua sobrevivência, mas também cumprem um papel fundamental em sua conservação. Do outro lado, as grandes empresas transnacionais, para quem as florestas são simplesmente uma fonte de lucros, obtidos pela extração de commodities ou pela substituição de florestas por monoculturas industriais. Nos últimos anos, as comunidades das florestas enfrentam mais uma ameaça que disputa suas terras: os projetos de REDD e outras “soluções” para a crise climática, propostas no âmbito da “Economia Verde”.
Um exemplo claro dessa disputa é o que acontece com a Mata Atlântica no Brasil. Há 500 anos, a Mata Atlântica cobria todo o litoral brasileiro, mas agora está seriamente ameaçada. No entanto, no estado do Paraná, uma vasta área de floresta ainda sobrevive. É a maior área de Mata Atlântica em todo o mundo e lar de várias comunidades tradicionais diferentes: os caiçaras, os quilombolas e os indígenas guaranis.
Os estilos de vida de todas as três populações estão intimamente ligados à Mata Atlântica. A maioria delas não tem título de posse sobre a terra que ocupa nem sobre as florestas que usa. Como essas comunidades tradicionalmente coexistiram com a Mata Atlântica?
Cinquenta anos atrás, os fazendeiros começaram a se mudar para a região, limpando a floresta e se apropriando da terra para criar búfalos. Na década de 1990, chegaram projetos, incluindo o REDD +, que fazem parte da chamada economia verde. Qual tem sido a experiência deles com esse tipo de projeto?
Em 2003, com a ajuda do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), a comunidade de Rio Pequeno ocupou uma fazenda. O que acontece quando as comunidades se organizar e recuperam o controle sobre suas terras?
Em 2012, o WRM visitou uma série de comunidades tradicionais na região, em busca das respostas delas para estas perguntas. O resultado é este vídeo, agora disponível em quatro idiomas. Fazemos um convite para que você o assista, compartilhe e/ou use em seu trabalho com as comunidades que também enfrentam a disputa de seus territórios com projetos de REDD e a “economia verde” em geral.