Queremos ser felizes. Ficamos por ai, tantas vezes nos esquivando de tudo que nos faz sofrer. Nos agarrando de uma maneira até mesmo desesperada, em tudo que nos parece ser capaz de atenuar um pouco a falta de felicidade que tantas vezes sentimos… E insistimos em não soltar…mesmo quando constatamos que não é bem aquilo que imaginávamos…que desejávamos…E como consequência, em busca do bem estar, muitas vezes, preferimos ter uma vida tão cheia de mentiras! Fazemos de tudo para alcançar a felicidade, a tranquilidade que tanto desejamos. De tudo mesmo… Até nos enganamos!Ou tentamos… E passamos a agir de forma tão negligente com as nossas percepções…Negamos inúmeras constatações…E ficamos tentando encontrar justificativas para tantas situações “estranhas”… Fazemos de conta que não ouvimos, que não enxergamos! Estamos tão carentes! Tão necessitados de ter alguém do nosso lado! Desenvolvemos um medo tão intenso da solidão!! Mas, um pavor tão grande, que tantas vezes nos coloca submissos, implorando a companhia de alguém. Mesmo que seja uma migalha insignificante de atenção, diante da enorme fome que sentimos, fazemos de conta que nos satisfaz. Desdenhamos o quanto podemos ser importantes, merecedores de um amor verdadeiro, de um relacionamento onde prevaleça o respeito. A sinceridade! Onde o sentimento seja limpo, transparente…e grande de verdade… O nosso cada vez maior sentimento de pequenez, nos faz tão coniventes com formas de relacionamentos tão pequenos… adoecedores… desrespeitosos. E nós vivemos gritando, implorando, suplicando que o outro me aceite, que não me abandone, que fique comigo. E assim, desprovidos de amor próprio, ainda pensamos que é possível, ser amado por alguém. Tentamos negar a lógica incontestável, que só seremos amados, a partir do momento que nos amarmos de verdade… E nesta tentativa desesperada de nos enganar, conseguimos justamente o que num primeiro momento, acreditávamos estar evitando: uma vida pequena, um mal estar constante. Uma solidão incômoda…é…porque a pior solidão que podemos sentir,é quando acreditamos que estamos acompanhados…mas na realidade,não estamos…Dores físicas, as mais variadas, que nos levam a tornar hábito, o uso de tantos ¨remedinhos¨! A cabeça que insiste em sempre doer, resultante da tensão que acumulamos, cada vez que compactuamos com alguém que nos desrespeita (o analgésico está sempre na bolsa, ou no bolso). Dificuldade para dormir (algum remedinho também nos socorre). Apetite, mas falta de vontade de comer (como se a garganta estivesse fechada. Talvez até esteja, pelo tanto que nos obrigamos a engolir!). Por medo da queimadura, usamos uma peneira e nos fazemos acreditar que estamos protegidos do sol forte, na ilusória sombra! E queimadura de sol dói tanto! Incomoda! Causa mal estar!!
E vamos vivendo assim! Ou pelo menos tentando nos convencer que estamos vivendo…E tem tanta vida por aí para ser vivida…plenamente…de verdade…com alegria…Tanto amor para ser compartilhado…verdadeiro…saudável…