A Comissão Justiça e Paz de São Paulo (CJPSP) completa 40 anos. A comemoração será no dia 12 de novembro, segunda feira, com o encontro “Memória e Compromisso”, quando terão lugar depoimentos e debates. A festa, portanto, também será de trabalho, copm debates em dois horários: das 9 às 12h30 e das 19 às 22h30, sempre no Tuquinha – o auditório ao lado da PUC, na rua Bartira, esquina da rua Monte Alegre -, com entrada livre e gratuita.
A Comissão Justiça e Paz é um dos mais importantes instrumentos da redemocratização do país e da luta pelos direitos humanos.
O encontro foi proposto por Margarida Genevois, em reunião com o cardeal Dom Odilo Scherer. Contará com a presença dos fundadores, presidentes, conselheiros e membros como José Gregori, Dalmo Dalari, Helio Bicudo, Antonio Candido de Mello e Souza, e outros.
Serão debatidos importantes temas da cidade de São Paulo como a questão da escalada da violência na capital paulista, a criminalização dos movimentos sociais, a campanha do “Cumpra-se”; e as formas de apoio à Comissão da Verdade.
Quatro décadas de luta
A comissão foi criada há 40 anos por iniciativa do Cardeal Dom Paulo Evaristo Arns. É um marco na resistência e luta contra as violações dos direitos humanos durante a ditadura militar de 1964. Amparou e protegeu centenas de presos, torturados, perseguidos políticos e seus familiares da repressão policial do regime ditatorial. O primeiro convidado por Dom Paulo foi Dalmo Dallari, que se tornou o primeiro presidente da Comissão.
Inicialmente, as reuniões aconteciam na casa de Dom Paulo, onde se colhiam informações e depoimentos das vítimas da ditadura. Montava-se um acervo de dados e, não raro, Dom Paulo viajava para Brasília para falar com autoridades militares e civis, visitava presídios para apurar denúncias de torturas, mobilizava bispos e outros religiosos, exigia medidas do governo da época para acabar com as prisões arbitrárias e as torturas e a localizar os desaparecidos políticos.
A CJPSP lutou também pela revogação da Lei de Segurança Nacional, pela Anistia, pela redemocratização do país através do voto direto, pela criação da Ouvidoria de Polícia no Estado de São Paulo e pela Defensoria Pública no Estado de São Paulo e sua Ouvidoria. A CJPSP participou ainda da Coordenação Nacional do Movimento pela Ética na Política, em 1992, e da Coordenação Estadual da Marcha Global contra o Trabalho Infantil, em 1998, entre outras campanhas em prol da cidadania.
Hoje, conselheiros e membros da comissão integram a linha de frente da luta institucional pelos Direitos Humanos, como Paulo Sergio Pinheiro e José Carlos Dias, e José Gregori, que preside a Comissão Municipal de Direitos Humanos. A Comissão tem entre seus membros natos Dom Paulo Evaristo Arns, Dom Claudio Hummes e Dom Odilo Pedro Scherer.
Maiores informações, podem ser obtidas com Antonio Funari Filho, Presidente da CJPSP, pelo celular 98108-7882 ou através do e-mail funarifilho@bol.com.br.