Pedro Coimbra
Terminando a primeira parte do meu romance “Meus amores, Mariana e Bruna” enfrento o problema de criar uma biografia não-autorizada de um personagem chave da história, pois mesmo sendo fictícia tem que ser plausível, caso contrário, tudo pode dar errado.
Faço isso de olho no julgamento do Mensalão pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e principalmente do réu Zé Dirceu.
Ele nasceu em Passa-Quatro, em 16 de março de 1946 e é um político e advogado com base política em São Paulo.
Foi líder estudantil entre 1965 e 1968, ano em que foi preso em Ibiúna, no interior de São Paulo, durante uma tentativa de realização do XXX Congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE).
Naquela época, em Belo Horizonte, todos diziam que outro líder e presidente da UNE, Luís Travassos, era muito melhor do que Zé Dirceu., que em setembro de 1969, com mais quatorze presos políticos, foi deportado do país, em troca da libertação do embaixador norte-americano Charles Burke Elbrick.
Foi deportado para o México e mais tarde exilou-se em Cuba, onde. fez plásticas e mudou de nome para não ser reconhecido em sua tentativas de voltar ao Brasil após ser exilado.
Ajudou a fundar o Partido dos Trabalhadores (PT), do qual foi presidente nacional durante a década de 1990.
Foi deputado estadual constituinte por São Paulo, e, em 1991, 1998 e 2002 elegeu-se deputado federal. Em janeiro de 2003, após tomar posse na Câmara dos Deputados, licenciou-se para assumir o cargo de Ministro-Chefe da Casa Civil da Presidência da República, no governo Lula, onde permaneceu até junho de 2005, quando deixou o Governo Federal acusado, por Roberto Jefferson de ser o mentor do Escândalo do Mensalão.
Teve seu mandato de deputado federal cassado no dia 1º de dezembro de 2005, tornando-se inelegível até 2015.
O Luís Travassos, que muitos julgavam melhor do que Zé Dirceu foi um líder estudantil brasileiro durante a ditadura militar, preso e deportado do país durante o sequestro do embaixador.
Travassos foi um dos líderes e organizadores da Passeata dos 100 Mil, manifestação popular da sociedade civil que reuniu 100 mil participantes, no centro do Rio de Janeiro, em 26 de junho de 1968, contra o governo militar.
Após dez anos de exílio em Cuba e na Alemanha, Travassos retornou ao país dois meses depois da publicação da Lei da Anistia, em 1979.
Ingressou no Partido dos Trabalhadores (PT) e morreu no Rio de Janeiro, aos 37 anos, vítima de um acidente de carro no Aterro do Flamengo.
Biografia não-autorizada também é a de Dom Pedro I, mulherengo e que segundo Laurentino Gomes, assumiu um país quebrado e as vésperas de uma guerra civil e que acabou dando certo.
Nosso conselho a Zé Dirceu é que entre com os recursos possíveis contra a decisão do STF, cumpra sua pena e desista de manter o PT por anos no poder.
E que se mude definitivamente para São Miguel dos Milagres, em Alagoas e envelheça por entre praias desertas, coqueirais, vilas e um mar verde esmeralda.
Muito melhor do que tentar exercer o cargo de síndico em qualquer lugar do Brasil.