Todos nós, temos várias capacidades que podemos usar, todas as vezes que julgarmos necessário, para vivermos bem. Ou mal! Uma delas, é a grande capacidade que todo ser humano tem, de se adaptar. Ela é incrivelmente imensa! Somos capazes de nos adaptar às mais diferenciadas situações de vida. Devido a essa capacidade, conseguimos criar condições para vivermos nas mais inusitadas situações : tanto as agradáveis e prazerosas, quanto as desagradáveis e causadoras de sofrimento. Algumas pessoas, não abrem mão de viverem bem, e terminantemente se recusam em adaptar em situações de vida que lhes proporcionem mal estar. Lutam por uma vida satisfatória. Estão sempre prontas e dispostas a realizarem mudanças, sempre que se sentem incomodadas e insatisfeitas com as situações em que vivem. Mas, por outro lado, ao que parece, existem pessoas que fazem uso da capacidade de adaptação, para se forçarem a viver de maneira incômoda, e constantemente estão procurando meios e desculpas, para se acostumarem com situações de vida claramente insatisfatórias. Se agarram na idéia de que podem se acostumar com tudo. E nesse tudo aí, entra inclusive se adaptar com uma vida infeliz. Às vezes, passam por um longo aprendizado. Constantemente, e intencionalmente se submetem a pequenos sofrimentos, e gradativmente, de forma quase imperceptível, vão aumentando este sofrer. Até chegar ao ponto de virar hábito, e assim, passam a acreditar que realmente necessitam de sofrimentos. E chegam inclusive a sentir falta das situações que as fazem sofrer. Se viciam. Alguns casais, por exemplo, às vezes passam longos anos da vida se relacionando de maneira doente, um causando grande mal ao outro. São dias, semanas, meses e até anos de briga constante, de mal estar intenso na vida deste casal, e um dia, quando um dos dois faz a opção pela felicidade, e resolve que quer ser feliz, que quer tranquilidade, que realmente não vê mais motivos para permanecer preso a esta desunião, o outro se desespera, não aceita, e procura de todas as formas criar situações para não permitir o fim de uma vida intranquila, da ausência de felicidade. Resiste, pois passa a sentir falta das brigas, das constantes desavenças, da rotina de sofrimento com a qual já havia se acostumado. Já estava adaptado em não viver, em não ser feliz, em não ter tranquilidade e nem harmonia. E tem muito medo de reaprender!