Gilda E. Kluppel
publicado em 05/11/2011
Parecia uma daquelas madrugadas frias
para vagar em pensamentos e pressentimentos
de uma noite que não preenche o dia.
E neste dia que não finda
ao arriscar dormir num leito quase feito
permanece a emoção despertada ainda.
Ainda despertada pelo medo da escuridão
as ideias rondam como fantasmas
e os sentidos estão em prontidão.
Em prontidão temendo o perigo
entre a realidade e a contrariedade
sonhando acordado com um seguro abrigo.
Um seguro abrigo aos sobressaltos da alma
para abrandar as eventuais dores
na tentativa de manter a calma.
Mas a calma demora para chegar
nem toda a quietude propicia o acalanto
longas horas necessito aguardar.
Aguardar por um novo porvir
nesta noite demorada e enluarada
sinto a suave vontade de partir.
Partir para o lugar onde por vezes habito
recolho qualquer papel sobre a mesa
mais um motivo para outro manuscrito.
Neste manuscrito encontro momentos de paz
logo se refaz o alvorecer do dia
quem dera a felicidade de ser capaz.
Capaz de expressar numa poesia
rompendo o frio da madrugada
as astúcias para escapar da melancolia.