REINALDÃO NA EXPOINTER – Proibido para menores de 18 milhões de anos
(Autor: Antonio Brás Constante)
Expointer, um dos maiores eventos agropecuários da America Latina. Milhares de pessoas circulando em seus ambientes todos os dias (e noites), entre elas, uma se destaca: Reinaldão, um dos maiores boçais que já existiu na face da Terra. O que ele está fazendo ali, aquela noite? A história acontece mais ou menos assim:
Reinaldão chega e debruça-se sobre a cerca de contenção das ovelhas, ficando ao lado daquela beldade loira de olhos cor de mel. Ele fala e sua voz só não sai mais melosa na primeira frase, porque ele arrota um odor de conserva de cebolinhas no meio dela e cospe no fim.
– Mas que tetéia. A fartura corre solta por este corpinho que me faz latejar igual a um dedo martelado.
-(A loira vira-se para Reinaldão) Se a cantada foi para mim, saiba que não gostei, ouviu!
-Calma potranca, eu estava falando com as ovelhas. Mas já que tu me deu papo, quem sabe não me dá o resto junto.
– Você está babando? O que foi? Nunca viu uma mulher gostosa antes?
-Ver é o que menos gosto de fazer com mulher, entende? Meu negócio é exercitar o corporal. E como o local é propício, vou te mostrar como se insemina um animal de modo natural.
Reinaldão solta um sorriso safado, juntamente com a braguilha de suas calças. Pisca o olho por detrás de seus óculos escuro em formato de pára-brisa de opala, e começa a despir a moça com os olhos. Fica imaginando ela coberta de lã. A imagem parece confusa. Mas é porque ele estava há poucos segundos atrás despindo as ovelhas. A cena final acaba aparecendo com a moça, as ovelhas, o tratador das ovelhas e um banquinho coberto com um pelego. Todos completamente nus. Reinaldão é assim, não poupa ninguém.
A moça se afasta. Reinaldão se aproxima. A moça grita. As ovelhas berram. Ele se excita. Por sorte, a loira sai correndo e consegue pegar distância. Afinal, enquanto ela estava se pelando de medo, ele estava apenas se pelando, o que dificultava sua corrida.
Imediatamente começa a correr o boato de que há um tarado correndo pelado pela Expointer. O clima é de suspense. A loira procurando a saída. Reinaldão procurando a loira. E todo resto procurando por ele.
Na confusão, alguém acaba esbarrando nos fios de luz espalhados pelo local, causando curto-circuito e conseqüentemente um blecaute. Tudo fica escuro.
A partir daí, a polícia começa a se guiar pelos gritos e gemidos de animais e pessoas que, sem querer, encontram com Reinaldão e acabam “cruzando” com ele.
Como Reinaldão é favorável pela lei do menor esforço, acaba esquecendo a loira e se interessando por uma vaca premiada. Com ele é assim, traça o que vier, mas prefere as que tenham algum título em concursos de beleza, pode ser de rainha da primavera ou a pobre vaquinha com a faixa de primeiro lugar.
Quando pula em cima da mimosa, os tratadores lhe acertam dardos tranqüilizantes. Ele fica tonto (mais do que já é) e cai, porém, com seu troféu erguido em sinal de resistência.
A paz retorna ao local. Reinaldão é recolhido pelos policiais para alegria de uns poucos que não encontraram com ele e tristeza da bicharada que já estava simpatizando com o “animal”.P.S: Veja a divertida charge do “Reinaldão na Expointer” criada pelo Cartunista Zé Gadis no meu blog: abrasc.blogspot.com, ou pelo link: http://abrasc.blogspot.com/ 2011/09/charge-do-texto- reinaldao-na-expointer.html