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Mediunidade

Nair Lúcia de Britto

publicado em 05/09/2011

www.partes.com.br/reflexao/mediunidade.asp

Foto: Rosali Martins
Nair Lúcia de Britto nasceu em Joanópolis (SP). Passou toda minha infância em Santos(SP), o que talvez explique minha paixão pelo mar…
Formada em Jornalismo na Faculdade Cásper Líbero, em 1977, em São Paulo (SP.) Seu primeiro emprego foi na revisão da Folha de São Paulo. Posteriormente Editora Nova Cultural, preparando textos de livros e revistas.
Escreveu vários textos infantis, publicados na Folhinha de S. Paulo; comentários de livros e filmes para a revista “Contigo”; e crônicas, publicadas na Folha da Tarde (SP) na coluna do jornalista Mário de Morais.
Em São Vicente (SP) foi repórter e cronista do jornal “Primeira Cidade”. Além de prosas, escreve também comentários de filmes de arte; publicados, atualmente, na revista virtual Partes.

A Mediunidade é uma disposição orgânica da qual todo homem pode estar dotado. É como se fosse mais uma faculdade que o ser humano tem, além de ver, ouvir ou falar; independentemente de seu caráter. Quer dizer, não é um privilégio que Deus deu somente aos bons; mas também aos maus. Contudo, Deus pune quem dessa faculdade cometer abusos.

Engana-se, portanto, quem que pensa que para ser médium é necessário ser um virtuoso ou alguém de moral mais elevada. Não é bem assim…
Como isso se explica?
O Evangelho explica, dizendo: Os sãos não precisam de médico; mas os doentes, sim. Quando Jesus esteve aqui na Terra, ele socorria principalmente os mais carentes. Ou seja, aos cegos que tinham fé e que pediam para ver. E não se manifestava aos orgulhosos que julgavam de nada precisar.
A mediunidade é uma oportunidade de esclarecimento que Deus dá ao homem, que poderá aprender com os espíritos mais avançados como proceder para evoluir e aprimorar sua alma.
O médium que tem um caráter fraco é como o doente que precisa de um médico. A mediunidade, nesse caso, é o instrumento que o médico precisa curar seu paciente e ensinar o que ele precisa fazer para obter essa cura. Se o médium já tem um bom caráter, ele é orientado para se aperfeiçoar mais ainda. Além disso, ser capacitado para ajudar outras pessoas através do seu trabalho mediúnico.
O poder mediúnico não faz, pois, distinção entre os bons e maus; entre ricos e pobres ou entre os mais ou menos cultos. A mediunidade é como uma luz para iluminar, indistintamente, o caminho de quem está na escuridão ou numa missão. Pode despontar de forma inesperada, independentemente da religião, em qualquer fase da vida ou em qualquer idade.
Quando a mediunidade desponta em alguém completamente leigo em assuntos da espiritualidade, a pessoa se assusta. Não entende os fatos que ocorrem com ela, pensa até que está mentalmente perturbada e, só depois de se certificar que está mentalmente bem, é que procura por uma Casa Espírita. Ali, médiuns mais experientes vão tranquilizá-la e informá-la de que a mediunidade é um processo perfeitamente natural. Apenas é indispensável aprender a conduzi-la corretamente para que traga sempre benefícios e nunca prejuízos.
Trata-se de um potencial valioso para ser usado para o próprio bem do médium; e para o bem do próximo, sem que o médium nada possa receber em troca. Todo o bem que o médium puder fazer para quem precisar dessa sua faculdade, terá a gratidão de Deus que o recompensará com benefícios espirituais.
Aquele que se utilizar da sua mediunidade para beneficiar-se materialmente será punido com a perda desse dom; abrindo acesso para os maus espíritos que poderão prejudicá-lo seriamente tanto espiritual como materialmente.
Dai de graça o que de graça te foi dado, é a recomendação que deve ser seguida à risca, imprescindivelmente. Daí porque o trabalho mediúnico não poderá ser jamais uma prática profissional, mas somente uma doação de amor.
Vale esclarecer que essa regra não se aplica aos médicos ou escritores que usam a mediunidade apenas para ampliar seus conhecimentos e, por sua vez, os benefícios que podem oferecer através da profissão que exercem.
A mediunidade não se trata de um intercâmbio entre médium e os bons espíritos, somente; mas com os espíritos em geral. O acesso aos bons ou maus espírito vai depender do padrão moral do médium. Ou seja, quanto mais o médium elevar-se moralmente, mais atrairá os espíritos superiores; enquanto os maus espíritos se afastarão.
O bom médium, portanto, não é aquele que se comunica mais facilmente com o mundo espiritual; mas, sim, aquele que é simpático aos bons espíritos.
Fonte de Pesquisa: O Evangelho Segundo o Espiritismo, de Allan Kardec.

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