A Mediunidade é uma disposição orgânica da qual todo homem pode estar dotado. É como se fosse mais uma faculdade que o ser humano tem, além de ver, ouvir ou falar; independentemente de seu caráter. Quer dizer, não é um privilégio que Deus deu somente aos bons; mas também aos maus. Contudo, Deus pune quem dessa faculdade cometer abusos.
Engana-se, portanto, quem que pensa que para ser médium é necessário ser um virtuoso ou alguém de moral mais elevada. Não é bem assim…
Como isso se explica?
O Evangelho explica, dizendo: Os sãos não precisam demédico; mas os doentes, sim. Quando Jesus esteve aqui na Terra, ele socorria principalmente os mais carentes. Ou seja, aos cegos que tinham fé e que pediam para ver. E não se manifestava aos orgulhosos que julgavam de nada precisar.
A mediunidade é uma oportunidade de esclarecimento que Deus dá ao homem, que poderá aprender com os espíritos mais avançados como proceder para evoluir e aprimorar sua alma.
O médium que tem um caráter fraco é como o doente que precisa de um médico. A mediunidade, nesse caso, é o instrumento que o médico precisa curar seu paciente e ensinar o que ele precisa fazer para obter essa cura. Se o médium já tem um bom caráter, ele é orientado para se aperfeiçoar mais ainda. Além disso, ser capacitado para ajudar outras pessoas através do seu trabalho mediúnico.
O poder mediúnico não faz, pois, distinção entre os bons e maus; entre ricos e pobres ou entre os mais ou menos cultos. A mediunidade é como uma luz para iluminar, indistintamente, o caminho de quem está na escuridão ou numa missão. Pode despontar de forma inesperada, independentemente da religião, em qualquer fase da vida ou em qualquer idade.
Quando a mediunidade desponta em alguém completamente leigo em assuntos da espiritualidade, a pessoa se assusta. Não entende os fatos que ocorrem com ela, pensa até que está mentalmente perturbada e, só depois de se certificar que está mentalmente bem, é que procura por uma Casa Espírita. Ali, médiuns mais experientes vão tranquilizá-la e informá-la de que a mediunidade é um processo perfeitamente natural. Apenas é indispensável aprender a conduzi-la corretamente para que traga sempre benefícios e nunca prejuízos.
Trata-se de um potencial valioso para ser usado para o próprio bem do médium; e para o bem do próximo, sem que o médium nada possa receber em troca. Todo o bem que o médium puder fazer para quem precisar dessa sua faculdade, terá a gratidão de Deus que o recompensará com benefícios espirituais.
Aquele que se utilizar da sua mediunidade para beneficiar-se materialmente será punido com a perda desse dom; abrindo acesso para os maus espíritos que poderão prejudicá-lo seriamente tanto espiritual como materialmente.
Dai de graça o que degraça te foi dado, é a recomendação que deve ser seguida à risca, imprescindivelmente. Daí porque o trabalho mediúnico não poderá ser jamais uma prática profissional, mas somente uma doação de amor.
Vale esclarecer que essa regra não se aplica aos médicos ou escritores que usam a mediunidade apenas para ampliar seus conhecimentos e, por sua vez, os benefícios que podem oferecer através da profissão que exercem.
A mediunidade não se trata de um intercâmbio entre médium e os bons espíritos, somente; mas com os espíritos em geral. O acesso aos bons ou maus espírito vai depender do padrão moral do médium. Ou seja, quanto mais o médium elevar-se moralmente, mais atrairá os espíritos superiores; enquanto os maus espíritos se afastarão.
O bom médium, portanto, não é aquele que se comunica mais facilmente com o mundo espiritual; mas, sim, aquele que é simpático aos bons espíritos.
Fonte de Pesquisa: O Evangelho Segundo o Espiritismo, de Allan Kardec.
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