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Caro Diário

CARO DIÁRIO
(Caro Diário – Itália/França -1993)
por: nair lúcia de britto
Foto: Rosali Martins
Nair Lúcia de Britto nasceu em Joanópolis (SP). Passou toda minha infância em Santos(SP), o que talvez explique minha paixão pelo mar…
Formada em Jornalismo na Faculdade Cásper Líbero, em 1977, em São Paulo (SP.) Seu primeiro emprego foi na revisão da Folha de São Paulo. Posteriormente Editora Nova Cultural, preparando textos de livros e revistas.
Escreveu vários textos infantis, publicados na Folhinha de S. Paulo; comentários de livros e filmes para a revista “Contigo”; e crônicas, publicadas na Folha da Tarde (SP) na coluna do jornalista Mário de Morais.
Em São Vicente (SP) foi repórter e cronista do jornal “Primeira Cidade”. Além de prosas, escreve também comentários de filmes de arte; publicados, atualmente, na revista virtual Partes.

Nanni Moretti é o intérprete do principal personagem (ele mesmo), é autor do roteiro e quem dirige esse filme bastante interessante pela sua originalidade. Foi dividido em três episódios:

Em vespa (Em uma vespa); Isole (Ilhas); e Médici (Médicos).
O filme começa com Moretti escrevendo nas páginas do seu diário:
O que eu mais gosto de fazer e andar de vespa.
E segue com ele pilotando uma vespa pelos bairros de Roma, mostrando as fachadas das casas construídas em diversas décadas e observando as curiosas mudanças entre uma década e outra.
O passeio é acompanhado por uma agradável trilha sonora. De vez em quando ele para para conversar com as pessoas na rua, sem se importar com o fato de serem desconhecidas. Entre elas Jennifer Beals a quem revela que adorou sua atuação no filme Blashdancing e que esse filme transformara sua vida pois despertou nele uma enorme vontade de dançar. Ele só queria demonstrar sua gratidão; mas a atriz, assim como todos a quem abordara na rua, achou que ele era um excêntrico ou então meio doido.
Alheio à opinião avessa, ele resolve entrar no cinema para assistir a um filme muito elogiado pela crítica. O filme é extremamente violento e Moretti sai do cinema arrasado. Perguntou-se como alguém tinha a coragem elogiar um filme tão horroroso, incentivar para que o vissem e, depois, ir para cama dormir com a consciência pesada.
O segundo episódio do filme mostra as viagens que faz pelas ilhas remotas em busca de paz, acompanhado de seu amigo Gerardo. Descreve os fatos pitorescos que acontecem nessas ilhas, ao mesmo tempo em que aparecem as paisagens.
Nanni Moretti

No terceiro e último episódio ele narra sua peregrinação por várias clínicas médicas por causa de uma erupção cutânea que lhe provoca coceiras pelo corpo; que não lhe dá trégua e o inferniza. Primeiro vai ao dermatologista; depois ao alergista. Mas, após ler a bula dos remédios que tomara sem nenhum resultado, ele joga todos eles no lixo. Procura auxilio na medicina chinesa que sugere uma chapa do pulmão e depois uma tomografia. Diante do resultado fatal, foi informado de que precisava fazer uma cirurgia.

Por sorte ele levou para um clínico para acompanhar a cirurgia. Este pediu primeiro uma biópsia, na qual foi constatado que havia sim um tumor maligno, que provocava coceiras; mas perfeitamente tratável. Sua peregrinação de médico em médico demorou um ano, até chegar ao diagnóstico correto.
Depois de curado, chegou à conclusão de que é muito importante o médico saber ouvir o que o seu paciente tem a dizer; e que beber água pela manhã, ao levantar, é muito saudável. Termina o filme desejando Saúde a todos. E faz o brinde, erguendo um copo com Água…
Este filme ganhou o prêmio de melhor direção no Festival de Cannes, em 1994.

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