Integrar produção, mão-de-obra e meio ambiente, reduzindo o uso de inseticidas e aumentando o lucro do produtor. Em linhas gerais, esses são os princípios da Produção Integrada (PI) do Abacaxi, que vem apresentando bons resultados no Tocantins, onde a colheita da fruta prossegue até o fim deste mês. O trabalho é coordenado pelo pesquisador Aristoteles Pires de Matos, da Embrapa Mandioca e Fruticultura (Cruz das Almas – BA), Unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
“Começamos em 2004, com a adesão de apenas um produtor. Hoje já são 43”, conta Matos. A principal cultivar utilizada no projeto é a BRS Imperial, desenvolvida pela Embrapa Mandioca e Fruticultura e comercializada por viveiristas licenciados pela Embrapa Transferência de Tecnologia (confira a relação abaixo). A cultivar é resistente à fusariose, a principal doença do abacaxizeiro no Brasil, o que contribui para reduzir o uso de agrotóxicos, um dos pilares da Produção Integrada.
A BRS Imperial apresenta frutos com polpa amarela, elevado teor de açúcares e excelente sabor, indicados tanto para o consumo in natura quanto para a industrialização. Os frutos dessa cultivar apresentam vida de prateleira mais longa do que a das cultivares tradicionais e as características de sua casca favorecem o transporte com menor incidência de danos mecânicos. Além disso, a ausência de espinhos nas folhas facilita o manejo e os tratos culturais.
O plantio da BRS Imperial é indicado para as principais regiões produtoras do Brasil, principalmente em condições ambientais similares às dos Tabuleiros Costeiros da Região Nordeste.
Opções – Outra cultivar indicada para as mesmas regiões e desenvolvida pela Embrapa Mandioca e Fruticultura é a BRS Vitória, também resistente à fusariose e sem espinhos nas folhas.
A BRS Vitória apresenta bom desenvolvimento e crescimento e seus frutos, quando maduros, têm excelente qualidade para o mercado, com polpa branca, elevado teor de açúcares e sabor agradável. Com formato cilíndrico e casca de cor amarela, eles pesam em torno de 1,5 Kg, podendo ser destinados tanto para o consumo in natura como para a agroindústria.
Já o abacaxi BRS Ajubá – também desenvolvido pela Embrapa Mandioca e Fruticultura e comercializado por viveiristas licenciados pela Embrapa Transferência de Tecnologia – é indicado para regiões mais frias, especialmente o Vale do Rio Uruguai, no noroeste do Rio Grande do Sul. Assim como as cultivares BRS Imperial e BRS Vitória, a BRS Ajubá é resistente à fusariose e não apresenta espinhos nas folhas.
Zoneamento – Originário do Brasil e típico de regiões tropicais e subtropicais, o abacaxizeiro produz melhor em locais com temperaturas mais altas (o ideal é em torno de 24°C) e onde há chuvas constantes (entre 1.000 e 1.500 mm por ano). O fruto tolera situações extremas, como a temperatura mínima até 5°C e precipitações anuais de 600 mm, condições que afetam diretamente o seu crescimento.
Em áreas de sequeiro, o plantio do abacaxi deve ocorrer no fim do período seco/início das chuvas. Em áreas irrigadas, o plantio pode ser feito o ano todo. O ciclo do cultivo do abacaxi varia conforme a região escolhida. No sul do país, a cultura tem um ciclo de 24 meses (do plantio à colheita), enquanto que em regiões localizadas mais próximas à linha do Equador esse período é reduzido para 18 meses.
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BRS Ajubá
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