Gilda E. Kluppel
publicado em 06/03/2011
Uma vida sem versos
sem prosa e sem nexo
não percebe a beleza da flor,
a cor do céu, o voo dos pássaros,
esquece que pode ser sonhador.
Em diferente compasso
engole a realidade
com tamanha secura
em doses amargas diárias.
Valoriza disputas em más condutas
envereda pelo caminho da matéria,
maltrata a alma por um pedaço,
qualquer fatia, certa quantia,
o outro tão distante e insignificante,
coexiste, mero coadjuvante
de uma vil busca por coisas,
entre tantos objetos apenas orbitam,
os que abandonaram a vida por algumas quireras,
existências vazias, falta poesia.